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Lipedema, uma dura doença que você precisa conhecer

4 minutos
Ainda que alguns possam confundi-lo com a típica celulite, a diferença entre eles é que o lipedema não retrocede com a mudança de alimentação, visto que se trata de uma doença crônica.
Lipedema, uma dura doença que você precisa conhecer
José Gerardo Rosciano Paganelli

Escrito e verificado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli

Escrito por Valeria Sabater
Última atualização: 01 julho, 2023

O lipedema (também conhecido como “síndrome da inflamação”) é uma doença crônica que afeta mais as mulheres.

Caracteriza-se por uma acumulação desequilibrada de tecido gorduroso na região dos quadris.

Diferente da clássica celulite ou dos “culotes”, pode inclusive chegar à região das pantorrilhas e tornozelos e se apresenta com uma dor intensa.

Quem sofre com esta doença sente o impacto do problema estético e toda a implicação psicológica que ele desencadeia, visto que quase sem saber como e de forma repentina, o volume do quadril e das pernas aumenta até limitar sua mobilidade.

O lipedema não é tão comum nos homens, mas nos poucos casos conhecidos, experimenta-se uma infamação muito chamativa na área do rosto.

Vale assinalar, além disso, que não é um simples problema de obesidade: neste caso, a alimentação ou os hábitos de vida do paciente não têm nada a ver com essa acumulação excessiva de gordura.

Estamos diante de uma doença de origem genética que, além disso, causa sofrimento físico.

Hoje, em nosso espaço, queremos falar sobre esta condição para dar visibilidade também a todas as pessoas que a sofrem.

A vida com lipedema, um desafio que deve ser enfrentado diariamente

 

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Sara tem 29 anos e sua vida era normal até o dia em que ela pariu. Depois do parto e enquanto criava seu bebê, começou a seguir uma alimentação rigorosa para perder o excesso de peso que tinha ganhado durante a gestação.

Porém, na medida em que os meses passavam, seu corpo começou a experimentar algo inusual.

  • Emagreceu na cintura, no dorso e nos braços, recuperou sua aparência original. Porém, seus quadris e pernas não deixavam de acumular gordura.
  • No fim de um ano e meio ela já não conseguia andar e se viu obrigada a usar uma cadeira de rodas.

Os médicos não demoraram para dar o diagnóstico: lipedema. Uma doença da qual Sarah nunca tinha escutado falar.

Sua vida deu uma reviravolta, um giro de 180 graus.

O que até pouco tempo era seu dia a dia como recepcionista e uma moça jovem que enfrentava com sonhos a aventura de ser mãe, mudou completamente.

As opções de tratamento são limitadas e os únicos enfoques terapêuticos que lhe oferece são roupas de compressão e exercício suave.

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Ainda, outra alternativa à qual poderia recorrer era a lipossucção. Porém, careceria de meios econômicos para isso.

Além disso, os médicos lhe indicaram que em pouco tempo o lipedema voltaria a aparecer: suas pernas voltariam a ganhar peso.

Sarah é consciente de que precisará de ajuda para cuidar de seu bebê e que, possivelmente, terá que procurar outro emprego.

Seu espelho agora reflete a imagem de outra mulher, que ela terá que aceitar e ajudar.

O que causa o lipedema?

Por mais curioso que pareça, não há muitos estudos claros e objetivos sobre o que causa o lipedema e essa acumulação excessiva de gordura nas pernas, braços ou rosto, no caso dos homens.

Suspeita-se que haja uma causa genética, e que fatores metabólicos, inflamatórios e, antes de tudo, hormonais, podem influenciar.

Quais são seus sintomas?

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Esta acumulação anormal de gordura pode começar na puberdade, depois de uma gravidez ou inclusive na menopausa.

A primeira coisa que estes pacientes notam é o seguinte:

  • Dor nos tecidos moles em repouso, ao caminhar ou ao tocá-los.
  • Súbita acumulação de gordura lipedêmica, desde a cintura até os joelhos ou os tornozelos.
  • Os pés não são afetados.
  • A gordura se acumula em nódulos ou almofadas, que exercem pressão nas articulações, até o ponto de não conseguirmos andar com normalidade.
  • A pele perde sua elasticidade.
  • Aparecem edemas e partes roxas.

Depois de alguns meses após experimentar esta primeira etapa, a pessoa notará o seguinte:

  • Sensação de frio constante.
  • Fadiga.
  • A pele adquire uma textura similar à borracha.
  • Dor crônica e deterioração progressiva da mobilidade. Dois fatores que, somados aos problemas de imagem corporal, geram sentimentos de abatimento, raiva e tristeza, até que a pessoa desenvolva uma depressão.

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Há tratamento para o lipedema?

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Assim como assinalamos no início, o lipedema não tem nada a ver com uma má alimentação ou com hábitos de vida pouco saudáveis.

Estamos diante de uma doença crônica, limitante e desgastante para as pessoas que a desenvolvem. Por isso o enfoque terapêutico deve ser muito amplo e individualizado para cada pessoa, sem excluir, claro, o âmbito psicológico.

As dietas e as curas de jejum não solucionam o problema do lipedema. Também não existe um tratamento farmacológico específico que possa resolver essa tendência excessiva a acumular gordura.

Os tratamentos mais comuns que costumam ser utilizados são os seguintes:
  • Roupas de contenção com a finalidade de “drenar” e eliminar a gordura.
  • Massagens focadas na drenagem linfática manual.
  • Pressoterapia.
  • Ondas de choque.
  • Mesoterapia.
  • Radiofrequência.

Vale ressaltar, além disso, que a lipossucção nem sempre ajuda. Não é a solução e, em muitas casos, pode ser muito negativa para muitas pessoas, porque a gordura voltará a aparecer depois de um tempo.

Muitas pacientes estão vendo grandes resultados com a natação. No fim, trata-se de encontrar uma estratégia que funcione melhor para cada caso.

Por isso, enfrentar cada ponto com otimismo é necessário, assumindo a mudança, a doença para a qual não há, no momento, uma solução efetiva.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.