Gripe aviária: sintomas, diagnóstico e tratamento
Revisado e aprovado por a enfermeira Leidy Mora Molina
Os vírus são agentes infecciosos capazes de invadir a maioria dos seres vivos. Os pássaros podem ser afetados por vírus gripais que são transmitidos entre eles e remotamente para os humanos. Você está interessado em saber o que é a gripe aviária, seus sintomas, diagnóstico e tratamento? A seguir, vamos compartilhar todos os detalhes.
A gripe aviária ou influenza aviária é uma doença causada pelo vírus da influenza tipo A. É disseminada entre as aves através da saliva, secreções mucosas e fezes. No entanto, casos em humanos também foram relatados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 2 casos na China em 2017.
Atualmente, mais de 12 cepas diferentes do vírus foram identificadas, mas apenas 3 delas afetaram pessoas. No entanto, as mutações em curso podem aumentar a taxa de infecção humana a longo prazo.
Quais são os sintomas da gripe aviária?
As manifestações clínicas geralmente aparecem 2 a 7 dias após a exposição ao vírus da influenza aviária. Os sintomas variam de condições leves a alterações graves que comprometem a vida.
Na maioria dos casos, tende a se assemelhar à gripe comum, apresentando os seguintes sintomas:
- Tosse.
- Dificuldade respiratória.
- Febre.
- Mal-estar, incomodo geral.
- Dor de garganta.
- Congestão nasal.
- Dores musculares e articulares.
- Cansaço inexplicável.
- Olhos avermelhados e lacrimejantes.
Os casos leves geralmente são acompanhados por manifestações gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Por outro lado, uma proporção menor de pacientes infectados pela gripe aviária pode ter uma evolução desfavorável e apresentar as seguintes condições:
- Insuficiência respiratória grave.
- Pneumonia.
- Alteração do estado de consciência.
- Convulsões
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Qual é a causa?
O agente responsável pela gripe aviária é o vírus influenza tipo A em suas diferentes variantes. As cepas H5N1, H7N9 e H5N6 foram identificadas em humanos, sendo a H5N1 a mais estudada. Mais de 165 casos de gripe aviária foram atribuídos a esta última cepa entre 2003 e 2006, com uma taxa de mortalidade de mais de 50%.
A infecção em humanos ocorre quando o vírus entra em contato com as membranas mucosas dos olhos, nariz ou boca, ou pela inalação de gotas ou poeira que o contenha. Além disso, o contato direto com aves infectadas aumenta muito a probabilidade de infecção.
Da mesma forma, foi demonstrado que a transmissão de pessoa para pessoa é muito baixa, e geralmente ocorre por meio do contato intrafamiliar. Por outro lado, a grande adaptabilidade do vírus ao homem levanta a preocupação com a possível existência de uma nova cepa mais contagiosa no futuro.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco associados à apresentação da gripe aviária em humanos estão relacionados à exposição contínua a aves domésticas e selvagens infectadas. Entre eles estão galinhas, perus, patos e gansos.
Portanto, a incidência desta patologia é maior nos seguintes cenários:
- Trabalho e atividades com avicultura.
- Superlotação e condições insalubres em lojas e mercados de produtos avícolas.
- Viajar para países asiáticos onde a incidência é maior.
- Contato com secreções, fezes e penas de aves infectadas.
- Consumo de aves e ovos mal cozidos.
Além disso, estima-se que 90% dos pacientes com gripe aviária tenham menos de 40 anos, com maior mortalidade em jovens de 10 a 19 anos.
Diagnóstico da gripe aviária
A identificação da infecção por influenza aviária em humanos requer a avaliação dos sintomas e sinais associada a testes de diagnóstico laboratorial. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomenda a coleta de amostras do nariz e da garganta nos primeiros dias.
As amostras extraídas serão enviadas para laboratórios especializados, onde o agente será identificado por testes moleculares ou por cultura de vírus. Da mesma forma, em pacientes com manifestações graves, amostras do trato respiratório inferior devem ser coletadas para confirmar a etiologia viral.
Em alguns pacientes, a determinação de anticorpos contra o vírus influenza tipo A é útil. Para isso, são colhidas duas amostras de sangue: uma no início dos sintomas e outra após 3 ou 4 semanas. Deve-se considerar que os resultados demoram vários dias.
O especialista pode contar com métodos de imagem, como radiografia de tórax, para determinar o envolvimento da árvore brônquica. Da mesma forma, este estudo possibilita avaliar a atitude e o protocolo terapêutico a ser seguido.
Tratamento
O tratamento da gripe aviária visa aliviar os sintomas e eliminar o agente viral responsável. O uso de antivirais inibidores da neuraminidase é eficaz em alguns casos. Essas drogas bloqueiam a liberação do vírus das células infectadas e a colonização do restante das células.
A maioria das cepas dos vírus influenza A e B são suscetíveis ao oseltamivir ou Tamiflu®, peramivir e zanamivir ou Relenza®. No entanto, o CDC relatou alguma resistência a essas medicações por algumas mutações das cepas H5N1 e H7N9 em pacientes asiáticos.
Da mesma forma, o tratamento inclui reposição adequada de fluidos e o uso de medicamentos antipiréticos e analgésicos para reduzir os sintomas associados.
Recuperação da gripe aviária
A evolução da doença dependerá da cepa do vírus que acomete a pessoa e do grau de comprometimento respiratório. Em geral, os pacientes costumam ter um bom prognóstico. No entanto, alguns são complicados e requerem medidas especiais.
Durante o curso da infecção pela gripe aviária, é aconselhável seguir as seguintes diretrizes:
- Consuma muitos líquidos.
- Evite bebidas frias.
- Ventile o quarto ou sala de recuperação.
- Use uma máscara.
- Descanse e mantenha um repouso completo.
A doença geralmente desaparece após algumas semanas de tratamento. No entanto, se o paciente perceber novos sinais ou se os sintomas piorarem, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente.
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Prevenção da gripe aviária
Os métodos de prevenção da gripe aviária têm como objetivo reduzir ou eliminar os fatores de risco associados à infecção. Nesse sentido, a principal medida é evitar todas as formas de exposição ao vírus.
Para isso, podem ser seguidas as seguintes recomendações:
- Evite o contato com aves de capoeira ou aquáticas silvestres.
- Não toque em superfícies ou objetos que possam conter fezes ou secreções de pássaros.
- Lave as mãos com bastante água e sabão ao tocar em superfícies ou itens contaminados.
- Use máscaras e roupas de proteção ao trabalhar com pássaros, principalmente em ambientes fechados.
- Evite comer ovos sem o cozimento e a higiene adequados.
- Cozinhe as aves a uma temperatura interna mínima de 75 graus Celsius.
As pessoas que decidem visitar países com risco potencial de infecção da gripe aviária devem evitar mercados ao ar livre e insalubres. Além disso, produtos avícolas mal processados não devem ser consumidos.
Em relação às vacinas, a administração da imunização contra a influenza sazonal não previne o risco de contágio, mas reduz a incidência de coinfecção viral. Atualmente, os Estados Unidos possuem uma reserva de vacinas contra a cepa H5N1 de origem asiática, mas ela não seria eficaz diante de uma possível mutação.
A infecção da gripe aviária não deve ser subestimada
Os sintomas da gripe aviária costumam ser difusos e tendem a ser confundidos com aqueles presentes em outras formas de gripe ou influenza. No entanto, é fundamental consultar o médico especialista o quanto antes para definir o melhor tratamento.
Em alguns pacientes que não são tratados a tempo ou são tratados de forma inadequada, podem surgir complicações letais. Diante de evidências de dificuldade respiratória grave ou piora dos sintomas, a pessoa deve ir ao hospital o mais rápido possível.
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