Grau das escaras em pacientes e opções de tratamento

O grau das escaras muda de acordo com a gravidade dessas lesões, que surgem na pele por causa da pressão ou fricção exercida contra uma superfície rígida.
Grau das escaras em pacientes e opções de tratamento
Leonardo Biolatto

Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto.

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 14 dezembro, 2022

O grau das escaras depende da sua gravidade. No entanto, antes de conhecermos em profundidade quais são esses graus, precisamos saber o que exatamente são as escaras.

As escaras (também chamadas de úlceras de pressão) são lesões na pele e no tecido subjacente causadas pela pressão prolongada ou pela fricção exercida contra uma superfície rígida. Elas aparecem com frequência em pacientes que ficam acamados durante muito tempo.

Além disso, o grau das escaras é maior nos idosos, uma vez que essas úlceras causam sérios problemas nessas pessoas.

Elas são muito dolorosas e causam um grande número de infecções locais e generalizadas. Elas se localizam nas partes mais proeminentes do corpo, tais como sacro, trocânteres (proeminência óssea localizada na extremidade superior ou epífise do fêmur), calcanhares, escápulas e região occipital.

Sua gravidade varia desde o avermelhamento da pele até a sua perda, que pode chegar a deixar os ossos expostos.

Grau das escaras

Homem internado em hospital

Os profissionais da saúde usam um sistema de classificação para descrever a gravidade e o grau das escaras. Assim, é possível distinguir 4 categorias:

  • Grau 1: a escara de primeiro grau é o tipo mais superficial de lesão. A área afetada da pele fica descolorida e avermelhada em pacientes com pele branca e roxa ou azulada em pacientes com pele mais escura. Em uma escara de grau 1, a pele permanece intacta, mas pode doer, coçar e ficar quente e mole, ou então parecer endurecida ao toque.
  • Grau 2: nas úlceras de pressão de segundo grau, há lesões na superfície externa da pele, ou seja, a epiderme, ou na parte mais interna da pele, também chamada de derme. Isso causa uma perda de tecido cutâneo. A úlcera aparece como uma ferida aberta ou bolha.
  • Grau 3: nesta categoria, a perda de pele ocorre em toda a sua espessura. Além disso, o tecido subjacente também fica lesionado. No entanto, os músculos e os ossos não apresentam lesões. A escara aparece como uma ferida profunda, esburacada.
  • Grau 4: dos 4 graus de escaras existentes, este é o mais grave. Nessa situação, a pele fica gravemente lesionada e o tecido adjacente sofre necrose, ou seja, morre. Além disso, o músculo e o osso subjacente podem ser afetados. Pacientes com esse tipo de úlcera de pressão apresentam um alto risco de desenvolver infecções graves.

Tratamento

Uma vez que as escaras são um problema de saúde complexo, causado por uma série de fatores inter-relacionados, o seu tratamento deve ser realizado por uma equipe de profissionais de diferentes áreas. Algumas técnicas e tratamentos para as escaras são os seguintes:

Mudança de posição

Mover o corpo e mudar de posição em intervalos regulares é uma das melhores maneiras de prevenir essas lesões. Isso alivia a pressão em caso de escaras de graus 1 e 2.

Colchões e travesseiros

Uso correto do colchão

Há uma grande variedade de colchões e travesseiros especiais para aliviar a pressão nas partes vulneráveis ​​do corpo. Pacientes com escaras mais severas precisam de um colchão mais sofisticado ou até mesmo de uma cama especial.

Por exemplo, existem colchões que podem ser conectados a um fluxo contínuo de ar que é regulado automaticamente para reduzir a pressão nos momentos necessários.

Curativos

Alguns exemplos de tipos de curativo são:

  • Hidrocoloides: são curativos que contêm um gel especial que favorece o crescimento de novas células cutâneas.
  • Alginatos: são curativos feitos com algas marinhas que contêm sódio e cálcio. Foi demonstrado que eles aceleram o processo de cicatrização.

Preparações tópicas

Cremes ou pomadas podem ser usados ​​para acelerar o processo de cicatrização. Além disso, eles evitam mais danos à pele. Produtos químicos conhecidos como depuradores de radicais livres também pode ser usados para prevenir danos às células a nível genético.

Antibióticos

São usados ​​para prevenir as infecções bacterianas e, como precaução, também para prevenir o desenvolvimento de uma infecção secundária.

Uma pomada antisséptica também pode ser aplicada diretamente nas escaras para limpá-las caso alguma bactéria já esteja presente.

Cirurgia

Às vezes, essas feridas não cicatrizam e é necessário recorrer a uma cirurgia para fechar a escara e evitar mais lesões aos tecidos. A técnica mais amplamente usada é chamada de enxerto. Um enxerto de pele e músculo é retirado de outra parte do corpo e usado para fechar a úlcera.

Uma patologia complexa

Conforme você pôde perceber ao longo do artigo, as escaras são muito comuns, de fácil aparecimento e, além disso, têm um tratamento complicado. Em pacientes com fatores de risco – principalmente aqueles acamados por causa de patologias crônicas – as múltiplas medidas anti-escaras devem ser adotadas para melhorar o prognóstico dessas lesões.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Anaslema, Fernando Moncayo. “ULCERA POR PRESIÓN: IDENTIFICACIÓN DEL GRADO Y TIPOS.: Unidad de cura avanzada del Hospital Abel Gilbert Pontón.” REVISTA FACULTAD DE CIENCIAS MÉDICAS 2.1 (2021): 1-8.
  • Bhattacharya, S., & Mishra, R. K. (2015). Pressure ulcers: current understanding and newer modalities of treatment. Indian Journal of plastic surgery48(01), 004-016.
  • BoykoTatiana, V., T. LongakerMichael, and P. YangGeorge. “Review of the current management of pressure ulcers.” Advances in wound care (2018).
  • Cortés, Olga Lucía, et al. “Uso de apósitos hidrocoloides en la prevención de úlceras por presión en pacientes de alto riesgo: una cohorte retrospectiva.” Investigación y Educación en Enfermería 36.1 (2018).
  • Pedro, M. (2000). Escaras o Ulceras por presión. Manual geriatría y gerontología.
  • Rimareix, F., Delpit, X., Bauer, T., & Lortat-Jacob, A. (2009). Tratamiento quirúrgico de las escaras. EMC – Técnicas Quirúrgicas – Ortopedia y Traumatología. https://doi.org/10.1016/S2211-033X(09)71608-1
  • Zaidi, S. R. H., & Sharma, S. (2021). Pressure Ulcer. StatPearls. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK553107/#:~:text=Pressure%20ulcers%20are%20skin%20or,these%20injuries%20can%20be%20fatal.
  • Zuñiga Carrasco, R. I., Mijangos Pacheco, M., & Puga Cahuich, C. (2015). El manejo de las úlceras por presión: intervenciones encaminadas a un oportuno manejo hospitalario. Artículo de revisión.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.