O que é a estrongiloidíase e como é a contaminação?
A estrongiloidíase é uma doença parasitária causada pelo Strongyloides stercoralis, um patógeno capaz de se reproduzir no intestino humano. Embora a maioria dos casos seja leve, pode ser fatal em pacientes com um sistema imunológico deficiente.
É um problema de saúde pública em países em desenvolvimento, embora existam focos da patologia em todo o mundo. Quer saber mais? Então, continue conosco!
Quais são os seus sintomas?
Um paciente com estrongiloidíase pode apresentar diversas manifestações clínicas, muitas delas inespecíficas. Portanto, o médico pode demorar para fazer o diagnóstico, a menos que o paciente seja proveniente de uma área endêmica.
Alguns dos sintomas mais comuns são dor abdominal difusa, sangramento através das fezes, diarreia e vômitos ocasionais. Fora do sistema digestivo, pode ocorrer mal-estar geral, erupções cutâneas e perda de peso inexplicável.
Pessoas com algum grau de imunossupressão apresentam formas mais graves da doença. Discutiremos isso em detalhes mais tarde.
O que causa a estrongiloidíase?
A infecção pelo parasita Strongyloides stercoralis é o evento que dá origem à doença. Este tipo de microrganismo é caracterizado por ter vários ciclos de vida, e a sua forma muda constantemente desde que haja um ambiente ideal para a sua reprodução.
O surpreendente sobre o S. stercoralis é que ele pode se desenvolver dentro do corpo humano. Para que a infecção persista por meses ou anos, não é necessário que o paciente seja infectado continuamente, pois o parasita se reproduz no interior do organismo.
Isso explica o fato de muitos casos de estrongiloidíase serem importados de outros países, como confirma uma pesquisa. Isso está relacionado às mudanças nas condições de vida em ambientes rurais.
No Brasil, a faixa de infecção varia de menos de 5% até 80%, sendo que essas variações ocorrem em função da idade da população estudada e também em função das diferenças geográficas e socioeconômicas. As condições de vida precárias de uma grande parcela da população influenciam o aumento do desenvolvimento de infecções por parasitas intestinais.
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Fatores de risco
Fora do corpo humano, o parasita tem a capacidade de viver na terra. É encontrado com mais frequência em comunidades onde os humanos tendem a defecar ao ar livre.
A via de entrada mais comum no corpo é através da pele, quando as pessoas andam descalças em solo contaminado. A partir daí, o parasita passa para a corrente sanguínea e para o sistema respiratório.
Este vai se mobilizando até a sua deglutição. Então, aloja-se no sistema digestivo, onde encontra as condições ideais para se reproduzir. Portanto, os fatores de risco mais importantes para a sua aquisição são os seguintes:
- Morar em ambientes rurais.
- Más condições socioeconômicas.
- Ter algum tipo de imunossupressão.
Diagnóstico de estrongiloidíase
Os médicos utilizam vários métodos para fazer o diagnóstico. Entre eles, estão os seguintes:
- Hemograma completo: pode revelar um aumento de eosinófilos no sangue. É um tipo de célula relacionada à resposta a infecções por parasitas.
- Exame de fezes: embora muitas vezes possa ser negativo, existem técnicas específicas capazes de detectar o parasita. A mais eficaz é o método de Baermann.
- ELISA: é uma técnica de biologia molecular capaz de identificar anticorpos contra o parasita em amostras de pacientes.
Tratamento disponível
Existem vários tratamentos específicos para a doença, embora em geral também seja necessário o controle de outras doenças capazes de causar imunossupressão em um grande grupo de pacientes.
Os medicamentos mais prescritos são os seguintes:
- Ivermectina.
- Tiabendazol.
- Albendazol.
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Possíveis complicações da estrongiloidíase
Quando o sistema imunológico de um paciente é afetado, a reprodução do parasita é consideravelmente acelerada. Isso resulta em um fenômeno denominado síndrome de hiperinfecção, no qual esses organismos penetram nas paredes do intestino.
Com essa modalidade, chegam a órgãos como cérebro, fígado e sistema urinário. Qualquer uma dessas formas geralmente está associada a diarreia e dor intensa, febre e fraqueza crônica.
As manifestações clínicas tendem a surgir após um episódio de imunossupressão, como o uso de corticoesteroides.
Expectativa e prevenção
Poucos pacientes desenvolvem quadros clínicos graves desta doença. Inclusive, muitos podem persistir sem sintomas por anos, devido à capacidade do parasita de se alojar e se reproduzir no intestino dos humanos.
Apesar disso, devido aos potenciais efeitos negativos à saúde que os casos mais graves podem causar, em algumas áreas a detecção precoce da estrongiloidíase é recomendada antes de iniciar alguns tratamentos com esteroides.
Outras medidas básicas de prevenção incluem o uso de calçados especiais para trabalhadores da zona rural, higiene pessoal adequada e educação das crianças sobre os riscos de colocar terra ou areia na boca durante as atividades ao ar livre.
Estrongiloidíase: um exemplo de parasitose que pode ser fatal
Apesar da maioria dos casos ser registrada em países em desenvolvimento, ainda existem áreas endêmicas em países desenvolvidos. A promoção adequada dos hábitos de higiene costuma ser suficiente para prevenir a estrongiloidíase, embora seja sempre aconselhável consultar um médico de confiança ao apresentar os primeiros sintomas.
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