Erros que cometemos ao tentar dar primeiros socorros

Longe de ser anti-higiênico, colocar uma atadura sobre outra é a melhor solução para evitar que a ferida possa se infeccionar ao descobri-la. Além disso, assim favorecemos a coagulação.
Erros que cometemos ao tentar dar primeiros socorros

Escrito por Yamila Papa Pintor

Última atualização: 26 maio, 2022

Muitas vezes queremos ajudar alguém que se acidentou e, por falta de conhecimentos, terminamos piorando a situação. Ou queremos curar uma ferida e escolhemos o procedimento que não é o correto. Por isso, neste artigo revelaremos quais são os típicos erros que cometemos ao tentar dar os primeiros socorros.

Enganos frequentes nos primeiros socorros

Tenha muita atenção com estes enganos habituais na hora de tentar aplicar os primeiros socorros para ajudar alguém que se acidentou ou feriu:

Tirar uma pessoa do carro apressadamente

É verdade que em muitos casos existe o perigo de que a perda de combustível provoque uma explosão e isso nos faz querer tirar os que ficaram presos em um carro.

Entretanto, a regra nesta situação é esperar a ambulância chegar. Isto se deve a que não sabemos se alguém tem um dano cervical ou se o movimento irá piorar o quadro.

Se o acidentado estava dirigindo uma motocicleta, você não deve tirar o capacete, salvo que esteja dificultando a respiração. Se a pessoa ficar de barriga para baixo, você deve deixá-lo nessa posição. Se não tiver outra opção, mas movê-lo, é melhor fazê-lo junto com outras pessoas com muito cuidado.

Pôr uma queimadura debaixo da torneira

Na verdade não é um erro “completo”. O que devemos fazer, em casos de queimadura no fogão, com óleo quente ou água fervendo, é introduzir a área afetada em um recipiente com água, o mais fria possível (se for com cubos de gelo, melhor).

Deixe a área queimada mergulhada na água por pelo menos 15 minutos.

Mao-queimada-embaixo-da-torneia

A explicação médica é fornecida por um representante da Cruz Vermelha dos Estados Unidos: “o calor da queimadura chega até o tecido subcutâneo. Quando molhamos um pouco com água da torneira, aliviamos a dor e a ferida superficial. Mas não prestamos atenção às capas mais profundas da derme”.

Baixar a cabeça quando ficamos tontos

É comum que logo que começam os sintomas da nossa tontura, a primeira reação é pôr a cabeça entre as pernas para que o sangue vá ao cérebro. Mas isso não é o aconselhado já que não ajuda o sistema vestibular, que é o encarregado de manter a estabilidade e o equilíbrio.

Se a tontura foi produzida por uma queda nos níveis de açúcar no sangue é recomendável deitar-se e pôr as pernas para o alto para que o sangue flua melhor ao coração.

Tapar o nariz quando sangra

É uma prática muito comum e nos ensinam isso desde que somos crianças. Muitos acreditam que colocando um pedaço de algodão no nariz evitará uma hemorragia. Mas isso isto não é o correto.

Quando começa um sangramento nasal temos que nos inclinar um pouco para frente para que o sangue saia e não continue seu caminho pelas vias respiratórias. Tampar-se com um algodão retém o fluido, mas não acaba com o sangramento.

hemorragia-nasal

Soprar o olho quando entra alguma coisa

Estamos andando pela rua no inverno e não temos óculos de sol. O vento faz com que voem muitas partículas de qualquer tamanho. As menores podem entrar nos olhos e causar incômodos e irritação.

Qual é nossa primeira reação quando entra alguma coisa na vista da pessoa que está conosco? Soprar!
Ledo engano… Embora tenhamos a melhor intenção do mundo, podemos causar lesões mais graves ou inclusive um dano permanente em uma área do corpo tão sensível.

Em vez disso, recomenda-se jogar água imediatamente para que a partícula, pó ou agente perigoso saia por conta própria dos olhos. Se a pessoa usar lentes de contato, sugere-se tirá-las o mais rápido possível ou colocar um colírio adequado.

Colocar uma colher na boca de um epilético

A teoria indica que esta ação se realiza para evitar que a pessoa que está sofrendo a convulsão morda a língua. Os médicos dizem que isso não é correto por várias razões.

Primeiro, porque uma colher (ou qualquer objeto similar) não tem efeitos antiepilépticos. Segundo, porque pode causar engasgo, sobretudo, com elementos pequenos. O mais conveniente é deitar a pessoa com epilepsia de lado no chão, longe de móveis ou coisas que a possam machucá-la.

Tirar a atadura de uma ferida sangrante

Quando nos cortamos e colocamos uma gaze, é provável que ela se molhe de sangue. Um engano comum é tirá-la para colocar uma nova e limpa. Os médicos asseguram que é só colocá-la sobre a manchada.

Para quê? Para evitar que continue sangnrando, para ajudar na coagulação e para prevenir que entrem agentes infecciosos que estão permanentemente no ar, enquanto a ferida está “ao ar livre”.

Pessoa aplicando água oxigenda sobre as feridas

Provocar o vômito ao engolir um objeto pequeno

Se você tiver filhos pequenos é preciso saber por que isso é um erro. Se a criança ingerir um objeto redondo e sem pontas, ela a expulsará através das fazes.

No caso de que tenha engolido um elemento cortante, alongado ou quadrado é vital levá-lo ao serviço médico mais próximo, mas nunca provoque você mesmo o vômito porque isso pode machucá-la ou o objeto pode ficar travado na garganta. 

Dar batidas nas costas quando alguém se engasga

Você, possivelmente, viu o filme onde Robin Williams se disfarça de mulher para estar perto dos seus filhos. Em pleno jantar familiar com o novo namorado da sua ex, ele tenta evitar que o homem se engasgue com um pedaço de comida.

Qual foi sua reação? Tomá-lo pelas costas e começar a apertá-lo para expulsar o alimento.

Embora a cena seja de pura ficção, devemos fazer o mesmo em situações similares. Não bater nas costas nem fazer com que a pessoa levante os braços. Outra técnica muito eficaz é bater 5 vezes entre as omoplatas e esperar a que o episódio passe.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.



Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.