Como enfrentar o medo da morte?
Escrito e verificado por a filósofa Isbelia Esther Farías López
O que podemos fazer para enfrentar o medo da morte? Este é um sentimento que tem estado presente ao longo da história da humanidade. Desde os tempos antigos, muitas culturas deram a este processo um significado profundo.
O Dicionário da Real Academia Espanhola define a morte como ‘cessação ou fim da vida’. Esta definição enfatiza a cessação irreversível das funções cardiorrespiratórias ou cerebrais.
No entanto, muitas são as definições que se desenvolveram em torno do fenômeno da morte, especialmente no campo da filosofia, psicologia, sociologia e antropologia.
Como apontaram os pesquisadores Domènech e Baños em 2005, na psicologia o conceito de morte é definido como: ‘o fenômeno que acontece a todos os seres vivos, é irreversível e acarreta a cessação dos processos vitais’. Vamos ver mais detalhes.
O medo da morte em diferentes culturas
O medo e a angústia sempre acompanharam esse processo de cessação das funções vitais, assim como a luta que o homem vem sustentando contra esse tipo de sentimento.
Por isso, na antiguidade, os funerais não consistiam apenas em enterrar ou cremar o corpo do morto, mas eram acompanhados de rituais para ajudar a alma durante sua passagem ao mundo dos mortos.
Isso, é claro, não mudou em nada, mas os rituais simplesmente assumiram diferentes formas ao longo do tempo e do ambiente cultural.
Um exemplo disso é a existência do Livro dos Mortos da cultura egípcia, que possui cerca de duzentos capítulos dedicados aos rituais e orações que deveriam ser realizados para que o falecido chegasse à vida após a morte.
Na Idade Média, esse medo persistia, assim como os rituais, pois os especialistas registram o medo que existia diante da crença na separação da alma do corpo e no trânsito para o mundo celestial.
Esses temores foram acentuados à medida que alguns eventos trágicos, como fomes, guerras e epidemias, ocorreram.
Alguns medos relacionados a este fenômeno
- Medo do desconhecido.
- Medo de morrer longe de casa.
- Medo de não ter paz eterna.
- Medo de ser esquecido.
- A incerteza de não saber o que pode acontecer a seguir.
- Medo de morrer sem ter se confessado.
- Medo de morrer sob a sombra do pecado, entre outros.
Pode-se dizer que foram todos esses medos que deram origem aos rituais que permitiam ao falecido ir para o “além” com tranquilidade, colocar alguns objetos nas casas para que não ocorressem aparições, rezar para que o falecido descansasse, e outros.
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O medo da morte é natural?
Com essa revisão histórica, podemos afirmar que sim, o medo da morte é natural. No entanto, se isso se tornar algo obsessivo, a pessoa pode estar sofrendo de um medo irracional denominado tanatofobia.
Nesse caso, é melhor procurar ajuda profissional. Claro, também existem outros eventos que podem exacerbar esses medos, como deficiências, doenças, pessoas ao redor que não estão com boa saúde ou a perda de entes queridos.
Por isso, é imprescindível verificar se o medo se apresenta como causa diante dos fatos citados, ou se, ao contrário, é um sintoma de algo pior, como a citada fobia, que também gera ansiedade.
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Como enfrentar o medo da morte?
O fato de que todos vamos morrer é indiscutível. Embora a medicina tenha se empenhado em prolongar a vida, o ser humano ainda morre e está ciente de que isso vai acontecer.
Portanto, se esse medo está em nós, podemos fazer uso de algumas fórmulas para enfrentar o medo da morte:
- Ponha em prática técnicas de relaxamento quando o medo aparecer.
- Faça exercícios de respiração para se acalmar.
- Podemos sentir confusão, portanto, devemos evitar decisões precipitadas.
- Descanse e cuide da saúde para evitar tensões musculares, dores de cabeça, irritabilidade ou cansaço, entre outros.
- Encontre pequenos espaços para retomar suas atividades favoritas.
Associações como a Associação Espanhola de Combate ao Câncer (AECC) sugerem que, diante do medo de morrer, é necessário pedir ajuda. Você pode consultar um psicólogo ou psiquiatra se o assunto da morte o preocupa.
Olhe sempre para a vida e lembre-se de que este é um presente do qual podemos desfrutar todos os dias. Faça tudo o que quiser, mas com muita paixão e entusiasmo para que sinta plenitude e satisfação em cada um dos seus dias.
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