Possíveis efeitos do cloro das piscinas na saúde das crianças

Existem vários efeitos do cloro das piscinas na saúde das crianças. Porém, o mais prejudicial não é o cloro em si, mas o uso indevido.
Possíveis efeitos do cloro das piscinas na saúde das crianças
Leidy Mora Molina

Revisado e aprovado por a enfermeira Leidy Mora Molina.

Escrito por Edith Sánchez

Última atualização: 09 outubro, 2022

É muito saudável para as crianças nadar e se divertir na água. No entanto, também é importante tomar alguns cuidados, pois os efeitos do cloro das piscinas podem ser muito negativos se não forem evitados a tempo.

O cloro é uma substância utilizada em piscinas para eliminar bactérias e fungos ou prevenir o seu aparecimento. O problema é que ele não afeta apenas esses microrganismos, mas também os humanos. Isso ocorre quando a exposição é muito longa ou as quantidades da substância na água são muito elevadas.

Os efeitos do cloro das piscinas sobre a saúde das crianças variam de pequenos incômodos a problemas graves. A melhor alternativa é evitar que isso aconteça.

O cloro e seus riscos

O cloro é um elemento químico encontrado na natureza e um dos componentes básicos da matéria. Artificialmente, é feito a partir do sal comum por meio de um processo denominado eletrólise.

Essa substância é adicionada à água da piscina para matar os germes presentes nela. Quando os componentes clorados entram em contato com a água, eles liberam ácido hipocloroso, um desinfetante ativo.

Apesar dos seus grandes benefícios, a exposição prolongada e frequente ao cloro pode causar problemas de saúde. Isso se aplica em particular a bebês e crianças de até 3 anos de idade. Nessa idade precoce, a função respiratória está se desenvolvendo e tende a reagir de forma anormal aos elementos irritantes.

Problemas de saúde devido aos efeitos do cloro das piscinas

Os efeitos do cloro das piscinas sobre a saúde das crianças podem ser muitos. Os mais graves, mas não os únicos, são os que afetam o sistema respiratório. Em geral, são irritações de vários tipos.

Irritação nos olhos ou conjuntivite

Muitas vezes as crianças saem da piscina com os olhos vermelhos, e acredita-se que este seja um dos efeitos do cloro das piscinas. A verdade é que é uma consequência da falta deste elemento. Uma piscina que irrita os olhos é um espaço mal desinfetado.

Em geral, as irritações oculares e as conjuntivites são causadas pela presença de suor, saliva, urina, fezes e restos de produtos cosméticos. Todos esses elementos podem estar presentes na água, mesmo que ela pareça limpa.

Conjuntivite em criança que estava na piscina
Quando a conjuntivite aparece em uma criança que esteve em uma piscina, deve-se suspeitar de uma desinfecção deficiente da mesma.

Problemas de pele

Outro possível efeito do cloro em piscinas é a pele seca ou dermatite irritante. Isso ocorre porque o pH dessa substância é superior ao da pele. Como consequência, ocorre irritação, causando coceira e descamação.

Problemas respiratórios

Outro possível efeito do cloro das piscinas é a geração de problemas respiratórios. O cloro possui uma substância concentrada chamada tricloramina.

Esta substância é tóxica e facilmente inalada. Não atinge apenas as vias respiratórias superiores, mas também os pulmões. A consequência é que pode irritar e tornar as crianças mais propensas a outros problemas respiratórios.

Envenenamento por cloro

Uma piscina saudável não deve ter nenhum cheiro. Se houver um cheiro muito forte de cloro, significa que a água está cheia de impurezas. Este aroma intenso surge quando o cloro reage, quando entra em contato com o suor ou com as fezes.

Se uma criança engolir muita água com cloro, existe o risco de envenenamento. Os sintomas são tosse, vômito, dor de estômago, fadiga, falta de ar e inchaço dos olhos, garganta, orelhas e nariz.

Sensibilização alérgica

Um estudo realizado pelo Dr. Alfred Bernard, da Universidade Católica de Leuven, descobriu que existe uma relação entre o cloro nas piscinas e o aparecimento de doenças alérgicas, principalmente a asma.

Isso é evidente em bebês que usam a piscina com frequência antes dos 2 anos de idade e em crianças com tendência a sofrer de alergias. A pesquisa indica que, para cada 100 horas de exposição a uma piscina clorada, o risco de asma aumenta em até 60%.

Também foi estabelecido que as pessoas que nadam em piscinas antes dos 2 anos são mais suscetíveis a desenvolver alergias, mesmo na vida adulta.

Interações com outras substâncias

Um dos aspectos que deve ser levado em consideração é o que se conhece como cloro ativado. Este nome genérico é dado aos subprodutos que surgem como uma reação da combinação do cloro com outras substâncias. Isso acontece com frequência em piscinas.

Por exemplo, quando o cloro é combinado com cremes de proteção solar, loções ou perfumes, ele sofre modificações que podem danificar a camada protetora oleosa da pele. O efeito é mais ressecamento.

Da mesma forma, como já mencionamos, quando o cloro entra em contato com substâncias orgânicas (suor, urina) ele gera cloraminas. Elas tornam o cheiro de cloro mais intenso, mas também afetam o aparecimento de problemas alérgicos.

Por outro lado, quando as proteínas salivares entram em contato com a água na qual existem cloraminas, elas se decompõem de forma acelerada. A consequência disso é a formação de um tártaro acastanhado nos dentes.

É importante que as crianças usem uma certa proteção para os olhos ao entrar nas piscinas públicas.

Dicas para minimizar os efeitos do cloro

A seguir estão algumas dicas que podem limitar os efeitos do cloro das piscinas sobre a saúde das crianças:

  • Evite piscinas com um forte cheiro de cloro.
  • Não entre em piscinas que não requeiram uma ducha antes e depois do uso.
  • Após o banho, ao sair da piscina, é aconselhável aplicar creme hidratante na criança.
  • É muito importante ensinar seu filho a não cuspir ou fazer xixi na piscina.
  • É aconselhável que a criança vá ao banheiro antes de entrar na piscina.
  • O uso de fraldas especiais que absorvem a urina na água deve ser exigido no caso de bebês.
  • É melhor usar óculos de proteção e protetores de ouvido ao nadar na piscina.
  • A criança deve aprender a não colocar água da piscina na boca, muito menos a engoli-la.
  • Se a criança sair com os olhos vermelhos, o melhor a fazer é enxaguá-los com soro fisiológico e aplicar compressas frias por alguns minutos.
  • Piscinas externas são mais recomendadas do que piscinas internas.

Existem alternativas ao cloro

Hoje, existem piscinas que não são desinfetadas com cloro. Algumas usam ionizadores de água, nos quais a eletrólise é usada. Nesse caso, a eletricidade mata os germes.

Existem também piscinas que usam um sistema de desinfecção de bromo ou ultravioleta. Este sistema de esterilização é muito poderoso e confiável. Tanto estes quanto os anteriores são boas alternativas para evitar os efeitos do cloro das piscinas na saúde das crianças.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Bernard A. Chlorination products: emerging links with allergic diseases. Curr Med Chem. 2007;14(16):1771-82. doi: 10.2174/092986707781058940. PMID: 17627515.
  • De la Vega Pazitková, T., Pérez Martínez, V. T., & Bezos Martínez, L. (2010). Factores de riesgo de asma bronquial en niños y su relación con la severidad de las manifestaciones clínicas. Revista Cubana de Medicina General Integral, 26(2), 0-0.
  • Drobnic, F. (2009). Impacto sobre la salud de los compuestos utilizados en el tratamiento del agua en las piscinas. Estado de la cuestión. Apunts. Medicina de l’Esport, 44(161), 42-47.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.