Contusão de costela: causas, sintomas e cuidados

Uma contusão de costela não difere muito daquela que podemos ver na pele após receber uma pancada. No entanto, essa lesão da parede torácica gera comprometimento respiratório.
Contusão de costela: causas, sintomas e cuidados
Leidy Mora Molina

Revisado e aprovado por a enfermeira Leidy Mora Molina.

Última atualização: 01 outubro, 2022

As costelas são ossos dispostos horizontalmente, cuja principal função é proteger os órgãos localizados na caixa torácica e na parte superior do abdômen. Eles podem sofrer uma grande variedade de lesões, principalmente contusão nas costelas.

Os ossos humanos têm 2 áreas bem definidas: uma cortical e uma trabecular. A região trabecular é muito menos rígida e mais vascular que a outra, tornando-a mais sujeita a lesões.

Em termos gerais, as contusões são lesões causadas pela ruptura de vasos sanguíneos em uma determinada área. Uma contusão de costela nada mais é do que a ruptura de alguns vasos sanguíneos na área trabecular do osso e a formação de um hematoma.

Quais são os sintomas?

Os sintomas apresentados por pacientes com esse tipo de lesão não variam muito dos apresentados por pessoas com fratura de costela. O sintoma característico é a dor na área afetada, que surge imediatamente após o golpe.

A dor de uma contusão nas costelas pode durar de 3 a 6 semanas, aumentando com os movimentos respiratórios. Outros sintomas comuns que as pessoas podem ter são os seguintes:

  • Inflamação na área da lesão.
  • Mudança na cor da pele ou hematoma cutâneo.
  • Dificuldade respiratória.
  • Espasmos musculares no lado afetado.
  • Aumento da dor ao tossir, espirrar ou se mover.

Principais causas de uma contusão de costela

Qualquer situação que possa lesar a parede torácica pode gerar uma contusão costal. Nesse sentido, o trauma é a causa mais frequente. Na verdade, estudos mostram que as lesões da parede associadas ao trauma são uma das principais causas de morbidade e mortalidade.

Para que os vasos sanguíneos se rompam, deve haver uma transferência direta de energia para a superfície óssea. Dessa forma, situações como acidentes de trânsito, quedas ou esportes de contato podem ser a origem.

Existem também outras condições capazes de causar contusão de costelas, como é o caso de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou o fato de levantar objetos pesados. Essas situações geram um aumento da pressão intratorácica e podem causar lesões.

Fatores de risco

Existem certas condições que predispõem as pessoas a contusões, apesar de não ser uma causa direta. Entre elas, destacam-se algumas doenças osteoarticulares, como a osteoporose, que enfraquece o tecido ósseo e o torna mais sujeito a fraturas.

Mulheres grávidas também apresentam risco aumentado de fraturas nas costelas e hematomas devido ao útero dilatado. Estudos mostram que mesmo o mais leve golpe ou um episódio de tosse pode causar esse tipo de lesão.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico de contusão de costela é feito com o questionamento dos sintomas e um exame físico adequado pelo especialista. O médico perguntará como ocorreu a lesão e os sintomas que surgiram após a lesão.

Também será necessário ouvir a respiração do paciente para verificar se ela não está afetada. O especialista fará a inspeção da área onde ocorreu a lesão em busca de algum hematoma, deformidade, etc.

Os sintomas de contusão e fratura são muito semelhantes, portanto, será indicada uma radiografia de tórax. Este exame permitirá estabelecer a diferença entre as duas lesões.

Finalmente, outros exames, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, podem ser necessários para descartar a presença de lesões em outros órgãos e tecidos.

Tratamento de contusão de costela

As contusões são tratadas de maneira muito semelhante às fraturas de costelas, de modo que a cirurgia quase nunca é necessária. Porém, a lesão não deve ser enfaixada, pois interromperia os movimentos respiratórios, aumentando o risco de pneumonia.

Nesse sentido, o repouso absoluto é uma das principais medidas para promover a regeneração óssea adequada. Caso isso seja impossível, reduzir as atividades diárias e evitar movimentos bruscos costuma ser mais do que suficiente.

Por sua vez, o médico também pode indicar o consumo de analgésicos e anti-inflamatórios, como o ibuprofeno. Nos casos mais graves, um analgésico pode ser injetado próximo à área lesada.

A fisioterapia respiratória pode ser útil para aqueles pacientes com comprometimento respiratório. Os exercícios indicados ajudarão as pessoas a recuperar a capacidade de expandir a caixa torácica.

Recuperação e recomendações

Uma contusão de costela não é uma lesão tão grave quanto parece e tem um tempo de recuperação bastante rápido. O osso deve ter cicatrizado em um período não superior a 6 semanas, porém, pode se estender até 8 semanas, dependendo de cada paciente.

As recomendações que os pacientes podem seguir são repouso e ingestão dos respectivos analgésicos. No entanto, algumas medidas para reduzir a inflamação e a dor na área são úteis:

  • Aplique gelo por 10 a 20 minutos onde houver dor.
  • Evite fumar.
  • Durma em uma posição semissentada e não durma sobre o lado afetado.
  • Não execute atividades que gerem dor.

Contusão de costela: uma lesão particular

As contusões de costelas são lesões que apresentam uma clínica muito semelhante à das fraturas. Elas geralmente têm a mesma origem.

No entanto, estes hematomas são lesões menos graves, uma vez que não há ruptura completa do osso, levando menos tempo para cicatrizar.

Uma contusão de costela é uma lesão que não deve ser subestimada. A dor que ela desencadeia pode causar insuficiência respiratória.

Portanto, é melhor ir ao especialista quando houver suspeita de sua presença. Somente o profissional poderá dar um diagnóstico correto e indicar o tratamento adequado.


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