Como reduzir o risco de morte súbita do lactente
A síndrome da morte súbita do lactente (SMSL), também chamada de “morte no berço”, não é uma doença ou enfermidade. Esses termos são usados quando uma criança menor de um ano morre repentinamente, sem poder estabelecer-se uma causa exata.
Atualmente, as origens da síndrome da morte súbita do lactente continuam sendo um mistério para a comunidade médica. No entanto, algumas medidas foram determinadas para ajudar a reduzir o risco. Em seguida, queremos revisar as mais importantes para que todos as considerem.
Quais são os fatores de risco para a morte súbita do lactente?
Uma combinação de fatores ambientais e do sono aumentam a probabilidade de um bebê sofrer de síndrome da morte súbita do lactente. Esses possíveis gatilhos variam de acordo com a criança, e não estão totalmente estabelecidos em cada caso.
Apesar disso, é importante ter clareza sobre quais são, já que alguns podem ser “modificados” por meio de cuidados e hábitos saudáveis. Da mesma forma, qualquer fator identificável pode ser usado para dar atenção especial ao bebê desde o nascimento.
Fatores Físicos
- Defeitos cerebrais: em uma investigação realizada em 2014 com bebês que morreram de morte súbita, foi determinado que “40% tinham uma anormalidade em seu cérebro”. Esse problema afetava o hipocampo, área do cérebro que afeta a respiração, a frequência cardíaca, e a temperatura corporal.
- Baixo peso ao nascer: o nascimento prematuro, os partos múltiplos, e outras causas de baixo peso no bebê também estão associados à essa condição.
- Infecções respiratórias: alguns bebês que morreram dessa síndrome haviam desenvolvido um resfriado nos dias anteriores. Por esse motivo, às vezes, se associa a problemas respiratórios.
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Fatores ambientais do sono
A posição para dormir, e os elementos dentro do berço podem ser combinados com os problemas físicos da criança, aumentando o risco para um patamar mais alto. Assim, os fatores ambientais do sono que incidem são:
- Dormir de bruços ou de lado.
- Dormir em uma superfície macia.
- Compartilhar a cama
- Calor excessivo (muito agasalhado).
Outras causas relacionadas
Além dos fatores mencionados acima, existem outras possíveis causas que aumentam o risco. Embora qualquer bebê possa ter esse problema, estar em um dos grupos a seguir aumenta as chances:
- Sexo: bebês do sexo masculino são mais propensos.
- Idade: há mais vulnerabilidade entre o segundo e o quarto mês de vida.
- Raça: Crianças de outras etnias diferentes da raça branca correm mais riscos.
- História familiar: se um irmão ou primo morreu pelo mesmo motivo.
- Fumante passivo: quando o bebê vive com um fumante, ou é exposto de alguma forma ao fumo.
- Idade da mãe: mães com menos de 20 anos de idade, principalmente aquelas que não recebem atendimento pré-natal.
Dicas para reduzir o risco de morte súbita do lactente
Como não há causa exata dessa estranha síndrome, também não há maneira garantida de preveni-la. No entanto, tanto na gravidez quanto nos primeiros meses de vida, vários cuidados importantes podem ser considerados. Você os conhece?
Acompanhar a gravidez
As mulheres grávidas que não fazem exames pré-natais expõem o bebê a um risco maior de morte súbita do lactente. Por isso, a primeira medida para evitá-la será a realização de um controle médico adequado, mês a mês.
Evitar maus hábitos
Manter maus hábitos, como fumar, consumir bebidas alcoólicas ou usar drogas durante a gravidez expõem demasiadamente o bebê. Estes não só multiplicam o risco de SMSL, mas também provocam anomalias e condições graves.
Favorecer o contato pele com pele
O método “pele com pele” após o parto pode reduzir o estresse do bebê e, por sua vez, o risco de SMSL. A ideia é colocar o bebê recém-nascido sobre o seio da mãe, de preferência sob a supervisão de outra pessoa.
Amamentar o bebê
A amamentação é uma fonte de defesa para o bebê e tem muito a ver com o seu desenvolvimento. Além disso, a amamentação protege contra a síndrome da morte súbita do lactente, porque o risco é reduzido de 50 a 70%.
Colocar o bebê para dormir de costas
De acordo com estudos atuais, colocar o bebê para dormir de lado é cinco vezes mais seguro do que colocá-lo de bruços. No entanto, colocá-lo para dormir de costas é duas vezes mais seguro e, consequentemente, muito mais recomendado do que em qualquer outra posição.
É claro que a cabeça do bebê deve estar voltada para um lado alternadamente, para evitar perigos por regurgitação, e para que não ocorram deformidades (plagiocefalia).
Evite itens desnecessários no berço
Embora as almofadas e bichos de pelúcia sejam usados para decorar o berço do bebê, é melhor evitá-los. Esses elementos podem interferir na respiração da criança se, por algum motivo, seu rosto estiver pressionado contra eles. Da mesma forma, um colchão firme deve ser usado, e deve-se evitar recheios grossos e muito macios.
Não agasalhe o bebê em excesso
Manter a temperatura corporal do bebê também é muito importante. Por isso, não use edredons que possam sufocá-lo. Uma boa opção é usar um saco de dormir ou roupas que não requeiram cobertores adicionais.
Compartilhar o quarto com o recém-nascido
Aqui não há espaço para discussão, se o bebê está sendo mimado ou não. O fato de um recém-nascido dormir fora do quarto dos pais aumenta o risco de morte súbita do lactente. Assim, por segurança, o bebê deve dormir perto dos pais por pelo menos seis meses.
No entanto, seu local de descanso deve ser um berço, um moisés, ou qualquer peça de mobília projetada para bebês. As camas dos adultos não são seguras para os pequenos. Existe o risco de asfixia entre as ripas da cabeceira da cama, ou no espaço entre o colchão e a parede.
De fato, existe o perigo de asfixia se um dos pais adormecer acidentalmente, e tapar o nariz e a boca do bebê.
Não fume perto do bebê
Nos primeiros três meses de vida do bebê o tabaco é um inimigo em potencial sua saúde. Devido às substâncias que contém, o risco de morte súbita aumenta até nove vezes. Essas probabilidades ocorrem quando um fumante dorme com o bebê.
Da mesma forma, existem riscos se você fuma perto da criança ou onde ela dorme. A fumaça emitida pelo cigarro é a principal causa de complicações respiratórias, e da baixa imunidade na criança.
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Em conclusão
Embora não haja nada para garantir a prevenção da síndrome da morte súbita do lactente, é importante considerar alguns cuidados. Além disso, é essencial que as mulheres grávidas façam um check-up médico regular, especialmente se estiverem em um grupo de risco.
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