Como os ciclistas treinam para o Giro d'Italia?
O ciclismo é uma disciplina esportiva muito exigente, que geralmente exige longas horas de atividade sem interrupções. Para os ciclistas de elite, a preparação física deve ser ainda mais rigorosa, e por isso treinam para competições como o Giro d’Italia de uma forma muito especial.
O Giro d’Italia é uma das três grandes competições de ciclismo internacional de alto nível. As outras dois são A Volta a Espanha e o Tour de France.
Cada edição tem uma extensão de quase três semanas, em que os atletas competem sem parar para manter a tão esperada maglia (‘jersey’ ou ‘camisa’) do vencedor. Uma rotina tão competitiva requer, é claro, muito treinamento.
É assim que alguns ciclistas do Giro d’Italia treinam
Algumas das grandes figuras que protagonizaram esta competição nos últimos anos deram detalhes ao público sobre sua preparação física. Graças às suas confissões, conseguimos ter uma ideia de como os ciclistas treinam para o Giro d’Italia.
Além disso, plataformas como Strava e Training Peaks permitem o acesso a dados de treino dos melhores ciclistas do mundo. Assim sabemos, por exemplo, que muitos deles somam entre 20 e 30 horas semanais nas rodas.
A seguir, vamos nos aprofundar um pouco em vários dos casos mais conhecidos, a fim de entender o enorme trabalho que um atleta faz para atingir seus objetivos.
Chris Froome
Chris Froome é um ciclista britânico nascido no Quênia que venceu o Giro d’Italia uma vez em 2018. Há alguns anos, ele declarou que suas sessões de treinamento por dia eram nada menos que três. Além do trabalho na bicicleta que será mencionado a seguir, ele realiza uma rotina detalhada de exercícios de força para manter seus músculos fortes.
Tendo em vista aquela edição do Giro que o teve como protagonista, dividiu sua preparação em etapas. A primeira foi no vulcão Teide, nas Ilhas Canárias da Espanha. Lá ele conseguiu fazer trabalhos em altura, o que lhe permitiu melhorar sua resistência e tornar o consumo de oxigênio do seu corpo mais eficiente. Ele também acrescentou aumento de elevação a seus quilômetros na bicicleta.
A segunda etapa foi em competição, no Tour dos Alpes. Isso o ajudou a se testar na pista e acumular ritmo com 5 dias consecutivos de grande desgaste, quase um mês antes do evento na Itália.
Finalmente, a última etapa em Mônaco serviu para finalizar sua configuração. Nos últimos dias, o ritmo de trabalho era de baixa velocidade, mas muitos quilômetros, menos de uma semana antes do início do Giro.
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Ricardo Carapaz
O equatoriano Richard Carapaz foi o vencedor do Giro d’Italia em 2019. Tornou-se assim o primeiro ciclista daquele país e apenas o terceiro da América Latina a conseguir a conquista.
Um de seus segredos está em sua forma de treinar. Em 2021, Carapaz surpreendeu o mundo do ciclismo ao compartilhar seu treinamento em alta altitude nas redes sociais, mas não em qualquer montanha. Sua arena de treinamento foi o vulcão Cotopaxi, 4.800 metros acima do nível do mar. O pico do vulcão está a 5900 metros.
A rotina de Carapaz encontra aqui um ponto comum em relação à de Froome: a altura. Mais um ciclista treina para o Giro d’Italia concentrando-se na resistência, capacidade aeróbica e inclinação dos percursos.
Em outro momento da mesma temporada, o equatoriano voltou sua atenção para melhorar a velocidade nas rotas de seu país. Com isso, procurou se preparar para as provas de tempo, nas quais os atletas competem separadamente, tentando registrar o melhor tempo possível.
Outros recursos importantes para ciclistas
Até agora, vimos que os ciclistas mencionados treinam força muscular, resistência e velocidade. Para isso, eles recorrem tanto ao trabalho na academia quanto na pista.
No entanto, também existem outras habilidades que são treinadas e merecem atenção. Por exemplo, ciclistas tentam maximizar seu esforço máximo, ou seja, o tempo que podem durar em alta intensidade. Nesse sentido, alguns deles recorrem ao HIIT ou treinamento intervalado de alta intensidade.
Outros conceitos trabalhados são o tempo (o ritmo da pedalada), a tensão muscular (sobrecarga dos músculos devido ao esforço) e o limiar anaeróbico (quando ocorre a famosa “mudança de ar”). São todas variantes que determinam a capacidade física de um ciclista e são importantes porque definem o planejamento e a estratégia para a competição.
O Giro d’Italia é conquistado pelo treino
A tudo isso, podem ser adicionadas muitas outras variáveis que influenciam muito a preparação de um atleta:
- Alimentação.
- Descanso.
- Preparação da mente.
Como vimos, o sacrifício que os ciclistas fazem para competir no Giro d’Italia é enorme. E não é apenas uma questão de semanas, mas meses e até anos para se preparar para o grande evento.
Embora não exista uma fórmula infalível e cada organismo tenha suas próprias características e habilidades únicas, todos os ciclistas podem prestar atenção e aprender com seus grandes ídolos. Independentemente da estratégia de cada um, fica claro que comprometimento e disciplina são igualmente admiráveis.
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- Serra, A. 30 de mayo de 2018. Los secretos de Chris Froome para ganar el Giro de Italia. Desvelamos entrenamientos y rutinas. Sport. https://www.sport.es/labolsadelcorredor/los-secretos-chris-froome-ganar-giro-italia/
- Kaloc, J. 2 de diciembre de 2021. ¿Cuántas horas a la semana entrenan los ciclistas profesionales? We Love Cycling. https://www.welovecycling.com/es/2021/12/02/horas-semana-entrenan-ciclistas-profesionales/
- Vargas, M. 2021. El impresionante entrenamiento en altura de Richard Carapaz. Ciclismo Internacional. https://www.ciclismointernacional.com/el-impresionante-entrenamiento-en-altura-de-richard-carapaz/
- La ardua rutina de entrenamiento Chris Froome. YouTube Pasión Ciclismo. https://www.youtube.com/watch?v=ic_UphQ0yjQ
- ¿Cómo entrenar como un ciclista profesional? 2022. Marchas y Rutas. https://www.marchasyrutas.es/blog/como-entrenar-como-un-ciclista-profesional/
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