Como cuidar da microbiota da pele: nem todas as bactérias são ruins

Alguns microrganismos residem em partes da pele e, por sua vez, a protegem de ameaças externas. Isso é conhecido como microbiota e seu cuidado é essencial para uma pele saudável.
Como cuidar da microbiota da pele: nem todas as bactérias são ruins
Leonardo Biolatto

Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto.

Escrito por Jonatan Menguez

Última atualização: 09 julho, 2023

Quando se fala em bactérias, vírus ou parasitas, é comum ficarmos alarmados e esperarmos algo negativo. No entanto, alguns desses microrganismos residem nas camadas externas da pele e fornecem proteção a ela. Descubra como cuidar da microbiota da sua pele e o que acontece quando ela se desequilibra.

O que é e como cuidar da microbiota da sua pele?

Apesar de sua conotação negativa, nem todas as bactérias são ruins. Existe um grupo delas, junto com vírus, parasitas e fungos, que colonizam partes do corpo humano desde o nascimento. É conhecida como microbiota e estima-se que seja composta por mais de 100 trilhões de microrganismos.

Na interação com as células hospedeiras, os microrganismos coexistem em simbiose, ou seja, favorecem-se mutuamente para o seu desenvolvimento. Em geral, essas bactérias cumprem funções protetoras, além de produzir vitaminas e colaborar com o processo de digestão. Em troca, eles recebem um local para se localizar.

Existem três tipos principais de microbiota, dependendo do setor que ocupam:

  • Intestinal. Elas colonizam o trato gastrointestinal e contribuem para a nutrição, proteção e digestão. Algumas bactérias são nativas e outras proliferam a partir da ingestão de alimentos.
  • Vaginal. Fundamental para o equilíbrio hormonal e para proteger a zona íntima da mulher contra microrganismos patogénicos.
  • Cutânea. Função protetora de outros microrganismos externos ameaçadores. É dividido nos grupos que residem na axila e entre os dedos; nos braços e pernas, e no rosto.

A microbiota da pele

Também conhecida como flora cutânea, refere-se ao conjunto de bactérias, fungos, parasitas e outros microrganismos que residem na pele. Eles formam um complexo ecossistema simbiótico, com o qual funcionam como uma barreira protetora contra ameaças externas.

Portanto, um equilíbrio da microbiota é essencial para o bom funcionamento do organismo.

De acordo com um estudo da Revista da Associação Colombiana de Dermatologia e Cirurgia Dermatológica, 9 em cada 10 células humanas apresentam relações simbióticas com a microbiota. Em outras palavras, um desequilíbrio desse “órgão adquirido” representa a exposição a diferentes doenças de pele.

Como cuidar da microbiota da sua pele de possíveis alterações

Ter uma pele hidratada, brilhante e saudável é —em grande parte— produto do equilíbrio da flora cutânea. Mas existem diversas situações que podem alterar essa convivência. Esta alteração é conhecida como «disbiose» ou «disbacteriose».

Alguns motivos estão ligados a aspectos externos, enquanto outros dependem de cuidados pessoais. As seguintes situações tendem a alterar a microbiota:

  • Ações excessivas de higiene.
  • Má alimentação.
  • Alteração do pH da pele.
  • Alterações ambientais e poluição.
  • Estresse.
  • Ingestão de antibióticos.

Se algum desses fatores, ou uma combinação deles, produzir disbiose, isso pode se traduzir em diferentes problemas de pele. Por exemplo, coceira, descamação e erupções cutâneas. Além disso, pode colaborar com a geração de psoríase ou rosácea.

Ainda assim, é possível realizar diversos cuidados para evitar ou contrariar este desequilíbrio. Estas são ações cotidianas, como comer uma dieta saudável, praticar exercícios regularmente e evitar alguns produtos de higiene.

Também é importante não se automedicar para não consumir incorretamente antibióticos que alteram a microbiota.

Dicas de como cuidar da microbiota da sua pele

Alguns fatores que afetam a flora da pele têm a ver com mudanças no ambiente, mas outros com o consumo de medicamentos, alimentos e produtos de higiene. Apesar de não ter o controle total das situações que o alteram, é possível realizar uma série de cuidados pessoais.

Avalie os produtos de higiene

Embora a limpeza da pele e a higiene geral sejam essenciais para a saúde, existem produtos comerciais que podem alterar o equilíbrio da microbiota. Por exemplo, shampoos e sabonetes com sulfatos e outros produtos químicos que afetam o nível de pH da pele.

Nesses casos, recomenda-se o uso de produtos naturais, além de regular a intensidade e a frequência de aplicação. Isso inclui produtos de cabelo, sabonetes e também cosméticos e perfumes. Algumas amostras contêm probióticos que trabalham para restaurar a flora da pele.

Lave com cuidado

Além da frequência de lavagem, é preciso ficar atento também à forma como os produtos são aplicados na pele. Recomenda-se um banho com água não muito quente, de curta duração e sem o uso de esponjas. Quanto à secagem, ela deve ser feita com cuidado e sem esfregar muito.

Garanta a hidratação

Para cuidar do viço da pele é fundamental evitar o ressecamento e aplicar cremes suaves que promovam a hidratação da pele. Além disso, existem produtos regenerativos que respeitam a derme.

A hidratação também se refere à ingestão diária de água sugerida. A Mayo Clinic sugere um consumo diário de 3,7 litros de água para homens e 2,7 litros para mulheres.

Proteja-se do sol

É claro que os raios UV apresentam inúmeras complexidades para a pele. A flacidez da pele pode sofrer desequilíbrios se não for cuidada com protetor solar ao longo do ano. Além disso, a exposição à radiação intensa deve ser evitada.

Posto isto, é fundamental aplicar um protetor solar com fator de proteção superior a 30 e usar roupas e acessórios que ajudem a proteger a pele do impacto direto do sol (camisas compridas, óculos de sol, chapéus, etc.).

Cuide da alimentação e do descanso

Uma alimentação balanceada, que inclua vegetais, proteínas e fibras, favorece a microbiota. Por outro lado, o descanso regular também contribui para um estado saudável da flora da pele e do corpo em geral.

Não se automedique

A ingestão inadequada de medicamentos, principalmente antibióticos, leva a alterações na microbiota cutânea. Além disso, como uma revisão nos detalhes da Science Translational Medicine, isso pode contribuir para o problema da resistência a antibióticos.

Veja: Tipos de fibras que mais ajudam a microbiota

Proteger as bactérias que convivem com o organismo

Claro, nem todas as bactérias são ruins. Aquelas que compõem a microbiota da pele são responsáveis por criar uma barreira protetora contra possíveis patógenos.

Portanto, seu cuidado torna-se essencial para desfrutar de uma pele macia, saudável e com defesas suficientes para cumprir sua função de barreira.

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