O que é uma bomba de infusão de insulina?
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
A bomba de infusão de insulina é um dispositivo usado para tratar certos casos de diabetes mellitus. A insulina é a molécula que permite que a glicose entre nas células do corpo. A glicose, por sua vez, é um nutriente fundamental para obter energia.
O que acontece no diabetes é que o corpo não consegue produzir ou utilizar a insulina. Por isso, a glicose não entra nas células e seus níveis no sangue ficam acima do nível apropriado. Isso é o que causa todos os sintomas e complicações da doença.
A bomba de infusão de insulina é muito útil para as pessoas que não têm um bom controle glicêmico ou para quem precisa de mais flexibilidade na rotina, como os atletas. Neste artigo, vamos explicar como ela funciona, bem como quais são as suas vantagens e desvantagens.
Como a bomba de infusão de insulina funciona?
A bomba de infusão de insulina é um pequeno dispositivo programado para administrar a insulina no tecido adiposo, sob a pele. Também é chamada de infusor subcutâneo contínuo de insulina.
Em muitos diabéticos, especialmente em diabéticos tipo 1, o tratamento se baseia na administração de insulina por meio de injeções subcutâneas. O problema é que os pacientes precisam seguir um controle rigoroso para evitar níveis glicêmicos descontrolados.
A bomba de infusão de insulina, conforme explicado em um artigo da Clínica Universidade de Navarra, administra, automaticamente, a insulina basal e antes das refeições. Isso evita que o paciente tenha que aplicar as injeções.
Este dispositivo é programado de acordo com as necessidades específicas do doente. Ou seja, as doses e a frequência de administração são programadas de acordo com um estudo prévio de cada caso de diabetes.
Partes da bomba de infusão de insulina
A bomba de infusão de insulina é um dispositivo pequeno. É importante ressaltar novamente que não se trata de um dispositivo inteligente, mas sim que deve ser previamente programado para cumprir a sua função.
A bomba funciona graças a um pequeno motor elétrico. Esse motor, por meio de uma espécie de pistão, empurra os cartuchos do medicamento para o tecido. Conforme explicado por um artigo em Diabetes Education Online, a maioria das bombas contém um reservatório de insulina, uma bateria, um visor e o mecanismo de bombeamento.
O dispositivo fica fora do corpo e é conectado ao tecido subcutâneo por meio de um cateter com cânula de teflon. A bomba de infusão de insulina como tal pode ficar presa a um cinto especialmente projetado para isso ou até mesmo ser carregada no bolso.
Quando é necessária?
A bomba de infusão de insulina pode ser necessária para melhorar o controle de certos casos de diabetes tipo 1. De acordo com um artigo da Medtronic, ela é indicada quando não se consegue um bom controle glicêmico, ainda que já se faça um tratamento intensivo.
Muitos pacientes que recebem o tratamento regular com insulina apresentam episódios frequentes de hipoglicemia. Este também é um indicador de um controle deficiente e, portanto, a bomba pode ser útil nestes casos.
A bomba de infusão de insulina pode ser usada para diabéticos que precisam de doses baixas. Da mesma forma, é o tratamento de escolha para as pessoas que necessitam de flexibilidade na sua rotina.
Ou seja, para as pessoas que não podem ficar o tempo todo atentas para injetar essa molécula da maneira convencional. Este é o caso dos atletas, principalmente daqueles que têm a atividade física como profissão.
Mulheres que planejam engravidar, assim como pacientes com neuropatia diabética, também são candidatos a esse tratamento. No entanto, a bomba de infusão de insulina exige que o paciente atenda a certos requisitos.
É essencial estar envolvido no tratamento da patologia e ter interesse no bom controle glicêmico. Além disso, é preciso aprender a operar a bomba e realizar verificações diárias suficientes da glicemia.
Vantagens da bomba de infusão de insulina
A bomba de infusão de insulina, conforme mencionado em um artigo, tem muitas vantagens. Ela permite controlar a dose de insulina de forma muito eficaz.
Graças a ela, é possível fazer incrementos em quantidades muito pequenas, o que é muito útil no caso das crianças.
Além disso, ela também permite programar a taxa de insulina basal em diferentes velocidades, de acordo com o período do dia. Por exemplo, mais alta durante as primeiras horas e mais baixa durante a noite. Assim, o risco de hipoglicemia é reduzido.
Por outro lado, a bomba de infusão de insulina permite fazer alterações na infusão basal temporariamente. Isso é muito útil para variações na rotina. Por exemplo, durante uma viagem em que há mudanças na dieta.
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Desvantagens
Embora possa parecer que a bomba de infusão de insulina tenha apenas pontos positivos, na verdade, ela também tem suas desvantagens. Devemos ter em mente que se trata de um dispositivo externo, que deve permanecer conectado ao corpo permanentemente através do cateter.
Assim, não é possível tirá-la em nenhum momento, nem mesmo para dormir. É por isso que muitas pessoas se sentem desconfortáveis ou presas ao dispositivo. De fato, alguns consideram que há um impacto estético, uma vez que ela pode ser percebida sob as roupas.
Além disso, o cateter pode ficar obstruído ou a própria bomba pode falhar. Isso faz com que o paciente perca o controle da glicemia nesse momento. Por isso, também é importante que as pessoas que a utilizam façam medições diárias e frequentes.
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Cuidados e recomendações
A bomba de infusão de insulina exige que o paciente seja consciente da sua doença e seja responsável pelo seu tratamento. Isso ocorre porque é necessário manter uma série de medidas de cuidado com o dispositivo.
De acordo com a Fundación Diabetes, o cateter subcutâneo deve ser trocado a cada 2 ou 3 dias. Por se tratar de um corpo estranho conectado ao tecido subcutâneo, há um risco de infecção. Portanto, para fazer a troca, é preciso seguir alguns passos específicos.
Primeiramente, é preciso lavar bem as mãos para ter a maior assepsia possível. É preciso tentar trocar a área onde o cateter é inserido de vez em quando, caso contrário, a insulina pode não ser absorvida adequadamente.
O normal é colocá-lo em diferentes pontos do abdômen. É preciso se certificar de que o cateter esteja em boas condições e abastecer a seringa da bomba sem que fiquem bolhas dentro dela.
A pele do abdômen também deve ser desinfetada. Uma vez que o cateter tiver sido inserido, coloca-se um curativo para garantir que ele não saia do lugar. Recomenda-se retirar a insulina do refrigerador cerca de 24 horas antes de realizar a reposição.
A bomba de infusão de insulina exige responsabilidade
Embora possa parecer que este dispositivo é a solução para o tratamento do diabetes, isso nem sempre é assim. Esta é uma forma muito útil de tratamento, mas que exige que o paciente seja consciente dos cuidados e saiba manuseá-la.
Portanto, a decisão de colocar uma bomba de infusão de insulina deve ser consensual entre o paciente e o médico. É importante atender a uma série de requisitos para que ela seja útil.
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