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Bexiga hiperativa em crianças: causas e tratamento

5 minutos
Uma urgência anormal de urinar e uma frequência de micção superior a 8 vezes ao dia pode indicar que a criança sofre de bexiga hiperativa. Neste artigo contamos quais são as suas causas, seu diagnóstico e seu tratamento.
Bexiga hiperativa em crianças: causas e tratamento
Escrito por Virginia Martínez
Última atualização: 22 fevereiro, 2023

A bexiga hiperativa em crianças é uma síndrome que ocasiona uma necessidade urgente de urinar. Nestes casos, a necessidade é tão grande que inclusive pode ser difícil de controlar, provocando perdas involuntárias de xixi.

Apesar de que este problema pode ocorrer tanto em adultos como em crianças, neste artigo explicamos o que é a bexiga hiperativa em crianças, quais são as suas causas, como se diagnostica e qual é o tratamento.

Bexiga hiperativa em crianças

A bexiga hiperativa (BH) é uma síndrome que se apresenta como uma urgência de micção, quer dizer, uma necessidade urgente de urinar. Normalmente é também acompanhada de um aumento da frequência. Aliás, é a segunda causa mais frequente de disfunção vesical em crianças depois da enurese.

A intensidade da urgência é tão grande que, em muitos casos, é impossível de controlar. Assim, a criança pode ter perdas de urina. Isto pode provocar sérios problemas na vida da criança, pois pode ter um impacto negativo em sua vida social ou emocional.

Sendo assim, quando se apresentam perdas de urina ante a impossibilidade de controlar a urgência de micção, a criança pode começar a evitar ou a rejeitar a participação em diversas atividades por medo de sofrer perdas na frente de outras pessoas. Por este motivo, é importante ficar atentos aos sintomas e consultar um especialista o antes possível.

Sintomas

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Primeiramente, não devemos confundir a bexiga hiperativa com outras condições como a enurese (escape de urina somente durante a noite). A BH pode se apresentar em qualquer momento do dia.

Em linhas gerais, este problema manifesta os seguintes indícios ou sintomas:

  • Frequência de micção de mais de 8 vezes ao dia.
  • Dificuldade para controlar a necessidade de urinar.
  • Possíveis perdas de urina.
  • Manobras de retenção como sentar-se com as pernas cruzadas ou adotar outras posições para tratar de evitar as perdas.
  • Em casos extremo, pode ocasionar incontinência urinária.
  • Os sintomas provocam angústia e afetam a vida normal da criança.

Causas da bexiga hiperativa

A teoria atual indica que a BH poderia estar relacionada com uma maturação tardia do sistema nervoso central. Assim, quando a bexiga se enche, não se ativa de maneira eficiente o reflexo inibitório da micção.

Este problema poderia estar relacionado com condições propriamente físicas da criança, tais como anomalias do aparelho urinário, infecções da bexiga ou dos rins e falta de maturação do sistema nervoso central, como indicamos acima. Entretanto, também poderia estar relacionada com outras condições como a prisão de ventre.

Em alguns casos, deve-se a que a criança não aprendeu corretamente a controlar a micção (processo que geralmente começa entre os 3 e os 5 anos). Isso quer dizer que a criança não aprendeu corretamente a controlar os esfíncteres.

Por outro lado, condições como por exemplo, transtornos mentais, da conduta, de aprendizagem ou de ansiedade, entre outros, podem ter entre seus sintomas o problema da bexiga hiperativa.

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Diagnóstico

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Para poder estabelecer um diagnóstico da BH, o médico realizará as seguintes provas e exames:

  • Prontuário completo. Tanto os pais como a criança (se puder) deverão detalhar seus hábitos de micção. Inclusive, o médico pedirá um controle através de um “diário de micção” no qual estejam especificadas a frequência e a intensidade da urina. Além disso, o profissional consultará no prontuário médico possíveis problemas disparadores.
  • Sondagem física. Esta pesquisa se realizará tanto na área do aparelho urinário como mediante testes para comprovar o funcionamento do sistema nervoso.
  • Exame de urina. Com este procedimento será possível estabelecer se há infecções.
  • De acordo com as evidências das provas anteriores, o médico poderá aconselhar também a realização de uma ultrassonografia ou outros estudos urodinâmicos para descartar problemas mais sérios.

Tratamento

O tratamento da bexiga hiperativa em crianças dependerá sempre de suas causas. Então, por exemplo, se estive originada por prisão de ventre (no caso, as fezes pressionam a bexiga), o tratamento estará orientado a solucionar este problema intestinal.

Em qualquer dos casos, as formas mais comuns de tratamento são:

  • Treinamento da bexiga. Pode incluir a programação da micção (a cada X horas), urinar duas vezes quando for ao banheiro ou a relaxação dos músculos do assoalho pélvico, entre outros.
  • Em alguns casos, o médico pode recomendar um tratamento farmacológico (normalmente oxibutinina). Desta maneira, os sintomas serão aliviados até que a criança aprenda a controlar seus esfíncteres de maneira eficaz. Além disso, assim também seria possível prevenir infecções do aparelho urinário.
  • Apoio dos pais. Em nenhum caso os pais devem repreender a criança, pois não é algo voluntário. Ao contrário, a criança deve contar com sua compreensão e apoio. Neste sentido, inclusive poderia estabelecer-se uma terapia motivacional, estimulando a criança com recompensas se segue o programa com sucesso.

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Conclusão

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É importante ficar atentos aos sintomas da bexiga hiperativa. Aliás, como já foi comprovado, pode ter um impacto realmente negativo na vida social, escolar ou na saúde emocional da criança, deteriorando sua autoestima.

Portanto, é importante consultar o médico se observarmos sintomas ou sinais relacionados com esta síndrome. Assim, poderemos descartar primeiramente os problemas físicos e, depois, começar um tratamento para solucioná-lo.

Em qualquer caso, o apoio dos pais é sempre necessário, por esta razão, devemos insistir em que as constantes visitas ao banheiro ou as perdas de urina nunca devem ser motivo de repreensão da criança. Ao contrário, deve contar com nosso apoio, tranquilidade e compreensão.


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