As mochilas escolares e as dores nas costas

Embora exista uma relação entre as mochilas escolares e as dores nas costas, a solução não é evitar as mochilas, mas usá-las adequadamente. Também é essencial que as crianças pratiquem esportes para que seus músculos e ossos fiquem mais fortes.
As mochilas escolares e as dores nas costas

Escrito por Edith Sánchez

Última atualização: 09 agosto, 2022

A visão de que as mochilas escolares e as dores nas costas estão intimamente relacionadas é generalizada. Isso é basicamente verdade, mas é uma realidade que tem nuances diferentes. A primeira delas é que o problema não está na mochila em si, mas na sua forma de uso.

É claro que quando o peso é exagerado e não o carregamos corretamente, há consequências para os músculos e os ossos. Muitas vezes, o que realmente falha são os fatores de distribuição, tanto do peso quanto da carga.

Além disso, deve-se levar em conta que as mochilas são um artigo de uso diário e, portanto, fazem parte da rotina de muitos. Esse uso repetitivo requer que sejam tomadas medidas necessárias para proteger o corpo. Vamos analisar a associação entre as mochilas escolares e as dores nas costas a seguir.

Mochilas escolares e dores nas costas

Crianças usando mochilas escolares

Existem vários estudos que falam sobre as mochilas escolares e as dores nas costas. Praticamente todos eles concordam que aproximadamente metade das crianças menores de 15 anos já sentiram algum desconforto associado ao uso da mochila.

Há também um consenso sobre o fato de que nenhuma criança deve carregar um peso superior a 10 ou 15% do seu peso corporal. O Ministério da Educação da Áustria proibiu as crianças de carregarem mochilas que excedam 10% do seu peso corporal. Na Alemanha, existe uma regulamentação semelhante.

Nos últimos anos, várias pesquisas estabeleceram uma relação entre a mochila e vários tipos de lesões no pescoço e no ombro, dores nas costas, curvatura da coluna vertebral, postura e função pulmonar, entre outras. A questão ganhou importância devido ao aumento desses problemas em crianças, algo que era muito incomum no passado.

No entanto, alguns especialistas alertaram que o aumento desses problemas em crianças não se deve apenas ao uso da mochila. Outros fatores também intervêm e o mais proeminente deles é o estilo de vida sedentário das crianças, que enfraquece a sua estrutura muscular esquelética.

Dados a considerar

Menina com mochila escolar

Um estudo realizado na Holanda encontrou uma relação inversa entre a prática de algum esporte e as dores nas costas em crianças. Ou seja, quanto mais horas passadas praticando esportes, menos dores nas costas as crianças sentem.

Outro estudo, também da Holanda e liderado por Van Gent, aponta um fato muito interessante: em muitas crianças com dores nas costas, também havia sinais de problemas psicossomáticos. Algumas crianças irritadas ou incomodadas por fatores familiares ou individuais tendem a sofrer de dores nas costas com mais frequência.

Independentemente do exposto, é fato que as mochilas escolares com excesso de peso e o seu uso inadequado podem levar a problemas diferentes. Entre eles, destacam-se:

  • Tensão muscular: está localizada na região lombar. Ela surge porque a criança inclina o corpo para a frente quando a mochila está muito pesada.
  • Desalinhamento da coluna: principalmente no nível cervical, pela mesma razão que no caso anterior.
  • Aumento da curvatura lombar.
  • Assimetria no ombro: quando a mochila é transportada em um ombro, o risco de provocar um desvio na coluna ou escoliose aumenta.

Recomendações

A primeira recomendação a ser levada em consideração é promover práticas esportivas nas crianças. Um estilo de vida sedentário não é bom para ninguém, muito menos quando o corpo está em crescimento. Além disso, algumas medidas preventivas devem ser tomadas com as mochilas, como as seguintes:

  • Dimensões apropriadas: a mochila não deve ficar posicionada abaixo da cintura e a sua largura não deve exceder a dos ombros.
  • Alças apropriadas: devem ser acolchoadas e permitir que a criança as ajuste para que a mochila fique presa nas costas. É recomendável que tenha uma alça específica para ser levantada do chão.
  • Interior compartimentado: quando o interior da mochila é compartimentado, os objetos se movem menos e isso dá mais estabilidade.
  • Sobrecarga: a sobrecarga deve ser completamente evitada. É o fator mais prejudicial.
  • Distribuição e transporte: objetos mais pesados ​​devem se aproximar do corpo. A mochila deve ser carregada nos dois ombros.

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  • Calvo-Muñoz, I., & Gómez-Conesa, A. (2012). Asociación entre las mochilas escolares y el dolor de espalda. Revisión sistemática. Fisioterapia, 34(1), 31-38.


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