10 mitos sobre a gripe infantil

Uma criança é propensa a pegar um resfriado cinco a oito vezes por ano. É por isso que sempre será necessário protegê-la dos germes, bem como dos mitos e crenças que cercam a gripe infantil.
10 mitos sobre a gripe infantil

Escrito por Thady Carabaño

Última atualização: 23 agosto, 2022

Você sabia que uma criança é propensa a pegar um resfriado de 5 a 8 vezes por ano? Se, além disso, ela mora com irmãos ou interage com outras crianças na escola ou em outros espaços onde possa ser contagiada, é mais provável que sofra de gripe infantil.

Sempre será necessário proteger seu filho de germes para evitar o congestionamento, espirros e mal-estar. A sala de aula ou o playground de creches e escolas, as praças de alimentação ou mesmo o transporte escolar tornam-se um terreno fértil para o contágio.

Mas, para tomar as precauções necessárias para que as crianças da família permaneçam saudáveis, é necessário esclarecer os mitos científicos que cercam a gripe infantil. Acima de tudo, o que é verdadeiro e o que não é.

A gripe infantil pode ser diferente.

Nem todas as crianças têm os mesmos sintomas que os adultos. No caso de crianças maiores e adolescentes, pode ser muito semelhante à gripe dos adultos. Apresentam febre, tosse, nariz entupido, dor de garganta e, em alguns casos, vômito ou diarreia.

No caso de crianças pequenas, os sintomas da gripe podem ser menos evidentes. Aparecem sintomas como febre sem causa aparente, sonolência ou, na maioria dos casos, perda de apetite.

1. A gripe causa outras infecções

A gripe infantil pode acarretar outras infecções

Certo! O vírus da gripe rompe bastante a barreira de defesa em crianças e pode facilitar a disseminação de outras infecções por outros vírus e bactérias. Também pode acontecer o contrário. As crianças que sofrem de uma doença causada por outro vírus são mais suscetíveis a contrair a gripe, pois sua barreira imunológica é mais fraca.

2. Todas as crianças devem tomar vacina contra a gripe

Falso! A vacinação universal em crianças não é recomendada. Somente em casos de doenças crônicas, como asma, diabetes ou doenças cardíacas, pode ser indicado para evitar complicações causadas pela gripe infantil.

As crianças que convivem com idosos que sofrem dessas doenças crônicas também devem ser vacinadas, pois essa população é mais suscetível a infecções pela gripe. No entanto, é necessário informar-se bem antes de aplicar essas vacinas, pois geralmente são para um tipo específico de vírus, de modo que a imunização não será completa.

3. Se vacinarmos a criança, ela não pegará a gripe infantil

Falso! É um erro acreditar que, porque a criança é vacinada não se contagiará com a gripe.

Geralmente, as vacinas protegem contra os subtipos H1N1, H3N2 e Influenzavírus B.

As vacinas cobrem apenas entre 70 e 80% dos vírus da gripe em cada estação. Portanto, ser vacinado não significa que a criança não contraia outro tipo de gripe.

4. As crianças são mais imunes à gripe se já a tiveram

Certo! A gripe é uma doença que cria imunidade. “Viver” uma gripe nos ajuda a prevenir futuros contágios. Quando uma criança é infectada com algum tipo de vírus da gripe após passar o episódio de febre e o desconforto causado, ela se torna imune a esse vírus específico. Também fortalecerá sua barreira imunológica para outros vírus da gripe.

O corpo humano está criando uma memória imune que se desenvolve a cada vírus que tenhamos que sofrer. O mesmo acontece com as crianças, seu corpo estará preparado para combater os vírus que possam atacá-las no futuro. Esse mecanismo é especialmente eficaz com a primeira infecção por gripe que soframos na vida.

5. Devem-se evitar laticínios se estiver com gripe

Falso! Os laticínios não causam mais catarro. Eles só devem ser evitados se a criança tiver um problema diretamente relacionado a produtos lácteos, como intolerância à lactose ou alergias alimentares.

Não há relação direta entre catarro e laticínios, então você pode dar tranquilamente a mamadeira ao seu bebê. Se a criança tiver muito catarro, consulte o seu pediatra para ajudá-la a aliviar esse sintoma irritante.

6. Altas temperaturas enfraquecem o vírus

A criança com gripe precisa de cuidados e carinho

Falso! Quando a mudança de estação chega e as temperaturas começam a subir, existe uma crença falsa de que a gripe infantil começa a diminuir. Devido à grande variabilidade e adaptabilidade dos vírus da gripe, não está descartado que eles possam se adaptar às novas condições climáticas.

Com a gripe infantil, a melhor coisa a fazer é não descuidar contra os vírus que podem afetar nossos filhos. Nem mesmo em países ou regiões com climas especialmente quentes.

7. Antibióticos combatem a gripe infantil

Falso! Como a gripe é causada por um vírus, os antibióticos não são eficazes. Seu tratamento é muito simples: use apenas medicamentos para reduzir a febre e aliviar o mal-estar geral. Por outro lado, você também pode tentar remédios caseiros altamente eficazes para aliviar o desconforto e acelerar o processo de recuperação.

No tratamento da gripe infantil, a hidratação é o mais importante. Devemos garantir que a criança consuma líquidos com frequência. Os sucos ajudarão muito a mantê-la hidratada. E é claro, também precisam descansar bastante.

8. Lavar as mãos evita o risco de contágio

Certo! Tanto em adultos quanto em crianças, é a medida mais importante para prevenir infecções respiratórias. Portanto, se seguirmos essa medida higiênica simples, reduziremos o risco de infecção em uma grande porcentagem.

Existem mais de 200 vírus que causam gripe e resfriados e as mãos são os principais transmissores. É uma rotina simples que as crianças devem aprender bem e aplicar durante todas as épocas do ano.

Você precisa ensiná-las a sempre lavar as mãos com água e sabonete. Se for sabonete líquido, é melhor porque se espalhará com mais facilidade pela mão toda. Uma mão deve esfregar a outra e vice-versa até fazer bastante espuma.

Há que continuar esfregando uma mão contra a outra, as pontas dos dedos, entre os dedos e os pulsos das duas mãos. Finalmente, é necessário usar água suficiente para remover o sabonete e secar bem, sem se esquecer de enxugar entre os dedos.

9. Gripe infantil “mal curada” deixa sequelas

As gripes podem trazer complicações

Falso! As supostas consequências de uma gripe mal curada são crenças sem base científica. A gripe é uma infecção por vírus que vem e que vai, portanto, não existe antibiótico para curar a gripe. Existem apenas medicamentos ou remédios naturais que ajudam a aliviar os sintomas.

A gripe não fica mal curada. Os sintomas desaparecem mas pode haver complicações por falta de cuidados, mas não existem “restos de gripe” no corpo que possam gerar algum tipo de consequência posterior.

A gripe infantil pode levar a outras doenças se não forem tomadas certas precauções. A doença mais frequente causada por uma gripe é a otite. Entretanto, podem haver outras mais complicadas, como a pneumonia, embora seja muito raro, mas dependerá do vírus que infectou a criança e de como estava sua saúde antes do contágio.

10. É preciso se agasalhar bem para transpirar e “curar” a gripe

Falso! Essa é outra crença perigosa. Se a criança estiver com febre e usar agasalhos em excesso, a única coisa que se conseguirá será aumentar ainda mais a temperatura corporal. Portanto, é importante não agasalhar muito e tomar as precauções necessárias para manter a criança sem febre.

Recomendações finais

Não há cura para a gripe infantil. Basicamente, é preciso aliviar o desconforto da criança, garantir que ela descanse e principalmente, que beba bastante líquido. Antibióticos, mucolíticos, antitussígenos ou expectorantes são contraindicados, a menos que haja indicação expressa do pediatra.

Uma boa nutrição será sempre a chave para manter a criança saudável. Aliás, existem alimentos que fortalecem seu sistema imunológico, que serão responsáveis ​​por defender o corpo do ataque dos vírus da gripe.

As crianças devem ser ensinadas a tapar a boca ou o nariz ao tossir ou espirrar, para impedir a propagação de vírus. Entretanto, se o seu filho não apresentar sinais diários de melhora ou continuar igual após uma semana, não hesite, é hora de conversar com o pediatra.


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