Você sabe o que é a piloereção?
Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto
Piloereção é o nome técnico para designar o que comumente chamamos de “arrepios”. É esse arrepio dos pelos que ocorre quando sentimos frio, ficamos muito excitados ou passamos por um grande susto. Em termos médicos, também é conhecido como pele anserina.
Os cientistas disseram que a piloereção é um vestígio evolutivo que lembra a textura dos pássaros quando suas penas são arrancadas. Herdamos essa característica de nossos ancestrais, que também ficavam arrepiados quando passavam por sensações extremas.
Os gatos, por exemplo, têm uma reação semelhante. Se eles se sentem em perigo ou se preparam para uma briga, mostram um arrepio nos seus pelos. Eles também aumentam o tamanho do seu corpo e ficam mais agressivos. Algo semelhante acontece em outros animais.
O que é piloereção?
Consiste na contração dos músculos eretores dos pelos. Isso faz com que os pelos se arrepiem e a pele adquira a aparência característica da “pele de galinha ou de ganso”.
O que acontece nesses casos é que os pequenos músculos que estão na base de cada pelo se contraem. Isso faz com que os poros se abram e os pelos se separem e fiquem em pé. Portanto, a pele adquire uma aparência granulada. Normalmente, isso ocorre nos antebraços, nas pernas, pescoço, cabeça e nuca.
Essa reação ocorre pelo frio ou estímulos que nos impactam. Entre a gama de sensações que produzem esse efeito podemos citar:
- Sobressalto
- Medo
- Emoção
- Excitação
Na maioria das vezes, mas nem sempre, é acompanhada por uma ligeira diminuição da temperatura corporal.
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Aspectos anatômicos e biológicos
Como já observamos, a piloereção é uma resposta do sistema nervoso simpático. Isso também é conhecido como sistema adrenérgico ou noradrenérgico. Este nome se deve ao fato de que seu principal neurotransmissor é a noradrenalina.
O sistema simpático é ativado pelas chamadas “Situações E”: escape, estresse, exercício e emergência. Nesse tipo de situação, as glândulas suprarrenais liberam adrenalina que passa para a corrente sanguínea. Um dos efeitos é a piloereção. Aliás, quando isso ocorre pelo frio, também aumenta a atividade muscular e nos leva a tremer para recuperar a temperatura.
Se for uma reação de medo, o reflexo do piloeretor da pele é acompanhado por um aumento da frequência cardíaca. Isso leva a que mais sangue seja direcionado para os grandes grupos musculares e que as pupilas se dilatem para melhorar a visão. Diante de emoções fortes, algo semelhante acontece.
O papel da piloereção
A piloereção é um mecanismo que está presente em uma variedade de animais cobertos de pelos ou pele. A reação de arrepiar os pelos em resposta ao frio é um reflexo. Os pelos eretos permitem que o ar fique preso e criam uma camada de isolamento que ajuda a proteger contra baixas temperaturas.
Por outro lado, quando os arrepios aparecem em resposta ao medo, seu papel é expandir o volume do corpo. Ou seja, com os arrepios o corpo parece maior e isso ajuda a parecer mais intimidador. É um mecanismo de defesa biológica, que é ativado contra ameaças.
O exemplo que melhor ilustra as funções da piloereção é o porco-espinho. Este animal levanta seus espinhos quando se sente em perigo. O mesmo vale para vários mamíferos, por exemplo, os chimpanzés, ratos, gatos e muitos outros.
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Outros dados de interesse
O papel da piloereção no ser humano é praticamente inútil. Não temos quantidade de pelos suficientes no corpo para que o arrepio seja realmente capaz de gerar uma câmara de calor isolante. Da mesma forma, nossa quantidade de pelos não é suficiente, para que, quando em pé, aumente o volume do nosso corpo.
É por isso que os cientistas veem esse fenômeno simplesmente como um vestígio de nossos ancestrais. Em outras palavras, herdamos deles esse mecanismo de defesa, mas não podemos usá-lo como outros mamíferos.
No ser humano, entretanto, que possui um cérebro mais complexo do que outras espécies, o reflexo piloerector também é mediado por fatores psicológicos. Portanto, o sistema límbico do cérebro age para deixar nosso cabelo arrepiado diante de uma música que nos emociona ou de alguém que nos excita.
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- Vidal, I. (2009). Piloerección: Un Efecto Colateral de la Administración Intravenosa de Dobutamina. Arq Bras Cardiol, 92(4), 283-285.
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