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Uso do celular na gravidez: mitos e verdades

5 minutos
Não há evidências científicas quanto às contraindicações do uso do celular na gravidez, mas existem algumas considerações que você deve levar em conta. Saiba quais são e por quê.
Uso do celular na gravidez: mitos e verdades
Escrito por Ana Núñez
Última atualização: 23 agosto, 2022

Mais de 5 bilhões de pessoas usam dispositivos móveis para comunicação, informação, trabalho ou entretenimento. Não poderia ser diferente na gravidez, quando o uso do celular ocorre normalmente. O crescimento é exponencial e os questionamentos sobre o risco de exposição a essa tecnologia abrangem diferentes áreas e assuntos.

Experimentos em animais trouxeram dados alarmantes. Camundongos bebês expostos a telefones celulares apresentam distúrbios comportamentais.

No entanto, não há evidências confirmadas em humanos e mais pesquisas estão em andamento. As recomendações gerais para o uso do celular na gravidez preconizam o uso desses aparelhos com prudência e não descuidando das vozes que educam e alertam.

Quais são os potenciais perigos do uso do celular na gravidez?

Os telefones celulares, como outros objetos domésticos ou usados com frequência, emitem ondas eletromagnéticas. Não as vemos, mas somos cercados e atravessados pela energia transmitida de diferentes lugares e objetos.

Não nos expomos à radiação da mesma forma quando fazemos um exame de raio-X e quando olhamos de perto o frango que cozinhamos no micro-ondas, ou quando usamos um telefone celular. Pouco ou muito, o decisivo é que as ondas estão presentes e têm efeitos indeterminados no corpo humano.

Também não se sabe muito a respeito dos efeitos da exposição de fetos, bebês e crianças em crescimento. Outros perigos foram debatidos, como a exposição desnecessária ao telefone. Por exemplo, passamos a noite com ele debaixo do travesseiro ou mantemos o volume do toque muito alto.

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A presença constante dos telefones celulares na vida diária parece inevitável.

Ondas eletromagnéticas: onipresentes

As ondas eletromagnéticas são invisíveis e tornam possível a comunicação de rádio, televisão e celular. Em um mundo como esse em que vivemos interconectados, essas radiações são como o ar que respiramos.

Assim como o ar ou a água impróprios para o consumo, a radiação pode ultrapassar o limite do que é permitido e deixar de ser segura. Qual é esse limite? Quando as ondas atuam nas células e tecidos.

Leia também: O que é e como a radiação eletromagnética nos afeta?

Tipos de onda: ionizantes e não ionizantes

Deve ser especificado que existem ondas ionizantes e não ionizantes, diferenciadas pela frequência e pela quantidade de energia que transmitem. As ionizantes são capazes de separar elétrons de átomos e, portanto, causar danos irreversíveis aos tecidos.

As não ionizantes emitem baixa energia, mas também podem causar efeitos nas pessoas. Existem, por exemplo, a radiação ultravioleta (UV), que pode afetar a pele. E a radiação visível, como os lasers.

Sintomas relacionados à exposição à radiação eletromagnética

A doença por radiofrequência foi documentada como um conjunto difuso de sintomas que estaria relacionado à exposição à radiação eletromagnética. Esses sintomas revelam distúrbios que podem estar associados a várias causas. Falamos de fadiga, irritabilidade, dor de cabeça, náuseas e anorexia.

Na verdade, as emissões eletromagnéticas de alta intensidade podem causar danos à saúde em curto prazo. No caso da gestante, quando o feto está em processo de formação celular, é mais do que necessário atender às recomendações mínimas.

Cuidado, mas não alarme

Várias informações sugerem que, em casa, as emissões eletromagnéticas estão bem abaixo do limite em que podem causar danos. Além disso, os efeitos de diferentes eletrodomésticos diminuem com a distância. Fora de áreas com radares e antenas, o limite aceitável ficará bem abaixo do permitido, mesmo que não haja um limite fixo e exato.

Em experimentos com animais, há frequências e intensidades que provocam reações no comportamento. Mas essas quantidades parecem estar bem acima daquela a que os humanos estão expostos em condições normais.

De forma contundente, o Instituto Nacional do Câncer afirma que a única alteração biológica comprovada do telefone celular no corpo é o aquecimento. Especificamente, na área que entra em contato com o dispositivo.

Inúmeros estudos analisam a possibilidade de surgimento de gliomas em decorrência da exposição contínua a telefones celulares, mas a tecnologia digital, ao contrário da analógica, tende a separar cada vez mais o aparelho da cabeça ou do ouvido. Mais uma vez, o Instituto Nacional do Câncer afirma que o maior risco do uso de telefones celulares provém das distrações durante a direção e de acidentes de trânsito.

Não deixe de ler: É possível ser alérgico à eletricidade?

Recomendações sobre o uso do celular na gravidez

Os telefones celulares emitem radiação não-ionizante através de suas antenas, de modo que as partes mais expostas do corpo vão absorver essa energia. Por isso, é necessário evitar que o celular entre em contato com a pele, além das mãos que o seguram. Alto-falantes e sistemas viva-voz ajudam a manter a fonte de calor afastada.

Restringir o uso do celular durante a gravidez a algumas horas do dia e, principalmente, não levá-lo para a cama antes de dormir, é o ideal. O sono pode ser afetado pela interação contínua de luz e som. Os múltiplos impulsos de cor e ritmo superestimulam e não predispõem ao sono, mas à fadiga.

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O uso do celular não é recomendado na hora de dormir, estando ou não grávida. A luz e a superestimulação não favorecem o sono.

Muita pesquisa, mas poucos dados conclusivos

As tecnologias de comunicação fazem parte da transformação mais profunda da vida humana no planeta. Portanto, uma discussão sobre os efeitos do uso de telefones celulares em mulheres grávidas suscitará comentários de natureza muito diferente.

Grupos de observação, experimentos com animais, estatísticas e casos não produzem conclusões. O mercado de telecomunicações pressiona e leva a mudanças vertiginosas.

Agora, independentemente da radiação e de seus efeitos biológicos, existe um órgão que está mais exposto do que todos: o cérebro. Os efeitos neurológicos na memória, aprendizagem e função cognitiva são pontos incontornáveis na população mais vulnerável (crianças, jovens, mães e bebês).


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