Úlceras pépticas e Helicobacter pylori

As bactérias Helicobacter pylori são encontradas em mais de 90% dos casos de úlcera péptica. Elas podem se espalhar através dos alimentos e da água contaminada.
Úlceras pépticas e Helicobacter pylori

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 15 dezembro, 2022

As úlceras pépticas são lesões com perda de substância da mucosa gastroduodenal. Embora a sua incidência esteja diminuindo, elas continuam afetando boa parte da população.

Helicobacter pylori é encontrado em mais de 90% dos casos de úlcera péptica. Trata-se de um tipo de bactéria que causa infecções estomacais.

Ela pode ser encontrada em aproximadamente dois terços da população mundial. É possível que seja transmitida pelos alimentos e pela água contaminada.

Causas das úlceras pépticas

A maioria das úlceras é causada por um desequilíbrio entre agentes agressivos e defensivos na mucosa gastroduodenal. Esse desequilíbrio é secundário à infecção pelo Helicobacter pylori ou ao consumo de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).

Nos casos de úlcera péptica com Helicobacter,  a erradicação da bactéria reduzirá as recorrências. No entanto, apenas de 10 a 20% das pessoas infectadas com Helicobacter pylori desenvolverão uma úlcera péptica.

Quando há um consumo crônico de AINEs, 50% dessas pessoas apresentam lesões gástricas superficiais. Além disso, as úlceras nesses casos costumam ser assintomáticas.

Os fatores de risco para úlcera péptica em pessoas que consomem AINEs são:

  • Histórico de úlcera péptica
  • Idade: mais de 60 anos
  • Uso de anticoagulantes ou corticosteroides.
  • Altas doses de AINEs.
  • Infecção por Helicobacter pylori.

Embora o tabagismo pareça influenciar negativamente a cicatrização da úlcera péptica, não há estudos mostrando que o cigarro, o estresse e a dieta sejam fatores capazes de desencadear a úlcera péptica.

Sintomas e diagnóstico das úlceras pépticas

A maioria das pessoas com úlceras apresenta sintomas de dispepsia. O padrão dos sintomas de dispepsia já orienta o diagnóstico de úlcera. Os sintomas incluem dor epigástrica com o estômago vazio, que desaparece com a ingestão de alimentos ou o uso de antiácidos.

Para o diagnóstico, é importante ter informações sobre estilo de vida, tratamentos farmacológicos e histórico pessoal de úlcera ou infecção por Helicobacter pylori.

Em algumas pessoas, a úlcera pode coexistir com a doença do refluxo gastroesofágico. Isso pode dificultar o diagnóstico. O exame mais sensível e específico para confirmar a existência de uma úlcera é a endoscopia digestiva alta (gastroscopia).

Tratamento das úlceras pépticas

O objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas, a cicatrização das úlceras e, por fim, a prevenção de complicações. Além disso, é recomendável seguir algumas medidas higiênico-alimentares, como:

  • Evitar o consumo de AINEs.
  • Parar de ingerir alimentos e bebidas que causam sintomas.
  • Não fumar, pois o tabaco atrasa a cicatrização da úlcera e aumenta as recorrências.

Tratamento antissecretor

Atualmente, os inibidores da bomba de prótons (IBPs) são os medicamentos que atingem as taxas mais altas de cicatrização da mucosa.

Eles devem ser tomados antes das refeições. Além disso, existem estudos que demonstram uma maior eficácia se estes forem tomados pela manhã, e não no final do dia.

Os medicamentos inibidores da bomba de prótons levam de 3 a 5 dias para alcançar o efeito máximo. No entanto, existe uma variabilidade na resposta clínica devido ao metabolismo hepático dos medicamentos.

A duração do tratamento da úlcera péptica depende da localização da mesma. No caso da úlcera duodenal, dura 4 semanas, enquanto a úlcera gástrica leva entre 6 e 8 semanas.

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Erradicação do Helicobacter pylori

A erradicação da bactéria faz com que a úlcera cicatrize. Além disso, as complicações ulcerativas a longo prazo também são diminuídas.

O tratamento de erradicação de primeira escolha é administrar um IBP e antibióticos (claritromicina, amoxicilina e metronidazol) por pelo menos dez dias.

Em pacientes alérgicos à penicilina, o IBP, a claritromicina e o metronidazol são usados ​​como primeira escolha por pelo menos 10 dias.

Recomendações para o uso de AINEs

Quando houver fatores de risco para úlcera péptica, antes de tomar AINEs, é recomendável considerar os seguintes conselhos:

  • Revise a indicação: se o efeito que estamos procurando for analgesia ou diminuição da febre, é mais apropriado tomar paracetamol.
  • Sempre use a dose mínima eficaz de AINEs e, além disso, a menos tóxica.
  • Por fim, evite tomar AINEs, anticoagulantes e corticosteroides juntos.

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