Saiba tudo sobre o tratamento da psoríase
Revisado e aprovado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli
O tratamento da psoríase é sintomático e depende da situação clínica de cada paciente. Por não haver um tratamento definitivo, existem diferentes tratamentos que mantêm a doença sob controle e minimizam, em alguns casos, seus sintomas.
Segundo a Drª. Shinjita Das, “a psoríase dura a vida toda, mas pode se manifestar de forma intermitente. Os sintomas da psoríase costumam diminuir durante o verão, quando a pele é exposta ao sol. Em alguns casos, podem passar vários anos entre dois episódios”.
Vejamos a seguir quais são estes sintomas e os possíveis tratamentos que o médico pode sugerir ao paciente.
Sintomas
- Coceira
- Inflamação
- Vermelhidão
- Descamação
Possíveis tratamentos
Dependendo da intensidade dos sintomas do paciente e de outros fatores, o médico recomendará ao paciente um tratamento ou outro. É claro que, para complementá-lo, ele sempre recomendará manter bons hábitos de vida, tomar alguns cuidados e evitar certos fatores que possam causar lesões ou desconforto.
Entre os possíveis tratamentos estão os seguintes:
- Terapias tópicas
- Terapias biológicas
- Medicamentos sistêmicos orais
- Fototerapia e fotoquimioterapia
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Terapias tópicas para o tratamento da psoríase
As terapias tópicas são tratamentos de início prescritos para a maioria dos pacientes com psoríase. Consistem na aplicação de cremes e loções de forma externa e localizada nas lesões cutâneas.
Os medicamentos mais utilizados nas terapias tópicas para o tratamento da psoríase são:
- Alcatrão
- Queratolíticos
- Corticoides tópicos
- Retinoides tópicos
- Análogos da vitamina D
Análogos da vitamina D: calcitriol, calcipotriol ou tacalcitol
A resposta clínica dos análogos da vitamina D é mais lenta do que a dos corticoides de alta potência, mas por ter um perfil de segurança melhor, são muito úteis para o tratamento a longo prazo. O análogo da vitamina D mais eficaz é o calcipotriol.
É recomendável utilizá-los em combinação com um corticoide de uso tópico, porque essa combinação é mais eficaz do que qualquer um deles em monoterapia.
Apesar de sua alta segurança, os análogos da vitamina D possuem um efeito adverso bastante definido: a possibilidade de causar irritação na região da pele lesionada. Por esse motivo, você deve evitar a exposição ao sol após sua aplicação.
Corticoides tópicos
Este grupo de medicamentos atua principalmente limpando as placas e reduzindo a inflamação. São utilizados os de baixa potência para regiões delicadas (rosto e dobras) e os de maior potência para o couro cabeludo, regiões com placas mais grossas, mãos e pés.
É recomendável usar os de maior potência no início, depois continuar com os mais leves, e inclusive combiná-los com outras terapias (com os análogos da vitamina D, por exemplo). Você deve ter precaução com os corticoides, já que eles apresentam efeitos adversos tanto locais como sistêmicos. Alguns dos efeitos locais são os seguintes:
- Púrpura
- Dermatite rosaceiforme
- Diminuição da grossura da epiderme;
- Clareamento da pele por inibição dos melanócitos
Os efeitos sistêmicos são pouco frequentes, mas graves. Entre eles estão a inibição do eixo hipotálamo-hipófise e a síndrome de Cushing. Para evitá-los, é recomendável um máximo de duas aplicações por dia, tendo em conta que apresentam efeito rebote em caso de suspensão súbita do tratamento.
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Queratolíticos: ácido acetilsalicílico (aspirina)
O uso do ácido acetilsalicílico se limita a eliminar as placas escamosas. Ele favorece a renovação do tecido e potencializa a eficácia dos medicamentos associados ao facilitar sua absorção. Por isso, é um tratamento complementar.
Retinoides tópicos
Os retinoides são os análogos da vitamina A. O tazaroteno é o único disponível para o tratamento da psoríase e é utilizado em combinação com os corticoides. Ele pode produzir irritação na pele, por isso, você deve evitar aplicá-lo no rosto ou nas dobras cutâneas. Como todos os análogos da vitamina A, ele é fotossensível e teratogênico, por isso é contraindicado para mulheres gestantes.
Alcatrão
O alcatrão é o tratamento mais antigo da psoríase. Ele é preparado a partir de misturas betuminosas e carvão, e utilizado intermitentemente em pregas cutâneas. Às vezes ele produz aversão por seu cheiro e por sua facilidade de manchar a roupa. Ele também é fotossensível, por isso você deve evitar a exposição ao sol após aplicá-lo.
Fototerapia e fotoquimioterapia
A fototerapia e a fotoquimioterapia são tratamentos utilizados quando o paciente não responde adequadamente às terapias tópicas ou quando as placas são muito extensas.
- Fototerapia: são raios UVB (os de banda curta são mais eficazes e produzem menos queimaduras). São utilizados em combinação com o tazaroteno, os análogos da vitamina D ou os tratamentos sistêmicos.
- Fotoquimioterapia (também denominada PUVA): consiste na combinação da radiação UVA posterior à administração tópica ou oral de um psorelano que atua como fotossensibilizante. Seu uso é alternativo naqueles pacientes nos quais os UVB não são efetivos, já que o PUVA tem uma maior eficácia e um efeito mais prolongado. No entanto, ele está associado à basiloma (carcinoma basocelular) e melanoma.
Medicamentos sistêmicos orais
O tratamento sistêmico é indicado no caso do paciente não responder a outras terapias. Este tratamento se baseia na administração de medicamentos imunossupressores e retinoides.
Imunossupressores
O medicamento imunossupressor mais utilizado é o metotrexato, principalmente em tratamentos de longa duração. O paciente deve ser monitorado devido aos seus efeitos adversos graves. Também deve ser evitada a gravidez até 3 meses após o tratamento com este medicamento. Isso vale tanto para as mulheres como para os homens.
Outro medicamento imunossupressor utilizado é a ciclosporina oral, que apresenta uma eficácia parecida ou inclusive superior ao metotrexato. No entanto, ela é nefrotóxica e produz hipertensão, por isso requer o monitoramento dos pacientes. Ela é recomendada para tratamentos intermitentes e de curta duração.
Retinoides
A acitretina, análoga da vitamina A, pode ser considerada uma alternativa em pacientes com psoríase pustulosa e imunodeprimidos que não podem utilizar medicamentos imunossupressores. Embora ela possa ser combinada com o UVB ou o PUVA, é menos eficaz do que a ciclosporina e mantém sua teratogenicidade até 2 anos após o tratamento.
Considerações sobre outros tratamentos
Terapias biológicas como tratamento da psoríase são reservadas para pacientes com contraindicação ou intolerantes à PUVA e a tratamentos orais sistêmicos. O ustequinumabe é um medicamento biológico cuja única indicação é a psoríase. Ele requer monitoramento para controlar seus efeitos adversos, já que sua segurança a longo prazo não é conhecida.
Como falamos no início, não existe um tratamento único para todos os pacientes com psoríase, já que cada caso é diferente. No entanto, as opções existentes são atualizadas para maximizar o bem-estar dos pacientes e existem algumas diretrizes comuns que ajudam a controlar a doença e minimizar o desconforto.
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