Transtorno de interação social desinibida em crianças

O transtorno de interação social desinibida é caracterizado por uma extrema proximidade com pessoas desconhecidas, o que pode incluir muitos riscos para as crianças. Conheça os sintomas mais frequentes, suas causas e tratamentos.
Transtorno de interação social desinibida em crianças

Última atualização: 11 novembro, 2020

Você já ouviu falar do transtorno de interação social desinibida em crianças? É um padrão de comportamento de crianças que se aproximam e interagem ativamente com estranhos sem nenhum medo. Em alguns casos, está associado ao transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.

Neste artigo, nos referimos a esse distúrbio de conduta, seus sintomas e diagnóstico. Além disso, compartilharemos as diferentes opções de tratamento para esse problema.

Transtorno de interação social desinibida em crianças

Como o reconhecemos?

Para começar, aqui estão alguns sintomas comuns que podem nos ajudar a detectar esse distúrbio em crianças:

  • A criança não mostra medo ou timidez quando conhece alguém.
  • Sua atitude é ativa com a pessoa estranha; ela se relaciona de maneira amigável e fala ou abraça com facilidade.
  • Ela não tem nenhum problema em sair com alguém que não conhece, nem pede permissão aos pais ou responsáveis ​​antes de fazê-lo.

As crianças que sofrem desse transtorno, como podemos imaginar, sofrem grandes riscos diariamente pela sua disposição de ir embora com estranhos. Além disso, elas também podem ter problemas emocionais relacionados aos seus colegas ou familiares.

Quando devemos consultar um médico?

Transtorno de interação social desinibida em crianças
Quando a criança manifesta uma proximidade excessiva em relação a estranhos, podemos suspeitar desse tipo de comportamento.

Fazer as seguintes perguntas nos ajudará a determinar se devemos visitar o médico:

  • A criança procura apoio, conforto ou companhia de estranhos em vez de procurar os pais ou as pessoas mais próximas a ela?
  • A criança tem uma atitude extremamente sociável ou é carinhosa com estranhos?
  • A criança se distancia dos seus pais ou responsáveis ​​quando está em um local novo?
  • A criança faz perguntas muito pessoais a estranhos?

Por que esse transtorno está relacionado ao TDAH?

O transtorno de interação social desinibida em crianças pode ter pontos em comum com o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), de acordo com alguns especialistas em psiquiatria. No entanto, é importante conhecer as suas diferenças.

O ponto comum é baseado na amizade excessiva e inadequada dessas crianças com estranhos, bem como na dificuldade que elas têm em estabelecer limites nas suas relações sociais. No entanto, o TDAH não está relacionado à falta de apego nos estágios iniciais da vida.

Qual é a causa do transtorno de interação social desinibida?

Criança com transtorno
Esse tipo de comportamento tem sido relacionado a crianças que testemunharam eventos traumáticos ou que têm uma situação familiar não estruturada.

Em alguns casos, fala-se da falta de atenção à criança em idades muito jovens, mesmo quando bebê. Essa falta de apego pode levar, nos anos seguintes, ao transtorno de interação social desinibida. Isso não ocorre apenas por falta de carinho, e também pode ocorrer em crianças que estão em orfanatos ou abrigos desde tenra idade.

No entanto, nem todas as crianças com esse transtorno sofreram com esse déficit nos estágios iniciais de sua vida, embora esse histórico aumente o risco. Além disso, ele também está relacionado a ambientes familiares pouco sólidos ou muito mutáveis, além de eventos traumáticos.

O transtorno de interação social desinibida tem tratamento?

O transtorno de interação social desinibida pode ser tratado a nível psicológico, uma vez que o especialista tenha avaliado a criança e a sua família. Dessa forma, será possível estabelecer um tratamento individualizado.

O tratamento sempre levará em consideração que a criança se sente confortável em seu ambiente diário e poderá usar ferramentas como brincar ou desenharO objetivo será apoiar a família, facilitar sua compreensão do distúrbio e fortalecer o vínculo entre os pais e a criança.

Quando é possível notar uma melhoria com o tratamento?

Criança em sessão com psicólogo
A terapia é a principal via de tratamento, tanto em crianças quanto em adolescentes, sendo mais fácil quando o transtorno é diagnosticado precocemente.

Não é possível ter certeza de quanto tempo levará para a criança alcançar um desenvolvimento emocional e socialmente saudável e positivo ou se sentir cuidada e protegida em seu ambiente. Isso pode depender de cada criança, assim como da sua idade.

É verdade que algumas melhorias podem ser vistas em pouco tempo. No entanto, este trabalho é de longo prazo, pois requer acompanhamento caso os contratempos sejam detectados posteriormente. Às vezes, algumas emoções reprimidas podem surgir mais tarde.

Agora, já sabemos um pouco mais sobre esse transtorno que afeta crianças e até adolescentes. O diagnóstico precoce é importante para o tratamento adequado, pois, embora seja um distúrbio grave, sua cura completa também é possível.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Zeanah, C. H., & Gleason, M. M. (2015). Annual research review: Attachment disorders in early childhood – Clinical presentation, causes, correlates, and treatment. Journal of Child Psychology and Psychiatry and Allied Disciplines. https://doi.org/10.1111/jcpp.12347
  • Humphreys, K. L., Nelson, C. A., Fox, N. A., & Zeanah, C. H. (2017). Signs of reactive attachment disorder and disinhibited social engagement disorder at age 12 years: Effects of institutional care history and high-quality foster care. Development and Psychopathology. https://doi.org/10.1017/s0954579417000256
  • Zeanah, C. H., Chesher, T., Boris, N. W., Walter, H. J., Bukstein, O. G., Bellonci, C., … Stock, S. (2016). Practice Parameter for the Assessment and Treatment of Children and Adolescents With Reactive Attachment Disorder and Disinhibited Social Engagement Disorder. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. https://doi.org/10.1016/j.jaac.2016.08.004
  • Rubio Morell, Belen & Gastaminza, Xavier & Práxedes, MD. (2016). TRASTORNO DE RELACION SOCIAL DESINHIBIDA (TRSD) y TDAH.
  • CEBC » Search › Topic Areasdsm5 › Dsm 5 Criteria For Disinhibited Social Engagement Disorder. Retrieved from https://www.cebc4cw.org/search/topic-areasDSM5/dsm-5-criteria-for-disinhibited-social-engagement-disorder/

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.