O que é a síndrome de Horner?
Revisado e aprovado por o biotecnólogo Alejandro Duarte
A síndrome de Horner é um transtorno pouco comum conhecido como paralisia óculo-simpática, no qual são afetados os nervos do olho e do rosto. Por causa dessa síndrome, a pupila do lado afetado do rosto se contrai, a pálpebra cai e a transpiração nesse mesmo lado é reduzida.
Além disso, a síndrome de Horner ocorre sempre como consequência de outra doença subjacente. Os transtornos mais comuns que costumam originar essa síndrome são:
- Acidente vascular cerebral
- Tumor ou lesão da medula espinhal
- Tumor cerebral
Em algumas ocasiões, não é possível encontrar a causa oculta que a provoca. Nesse caso, dificilmente será possível encontrar uma solução para a síndrome, já que o tratamento para a causa oculta é o que pode restaurar a função nervosa normal.
É bom saber que a síndrome de Horner pode ocorrer em pessoas de qualquer idade. No entanto, como mencionamos antes, ela não é comum.
A síndrome de Horner
Por que acontece?
Para entender por que a síndrome de Horner ocorre, é necessário focar no funcionamento de uma série de fibras nervosas, como por exemplo as fibras relacionadas com a transpiração, as pupilas e alguns músculos ao redor dos olhos.
Estas começam na parte do cérebro chamada hipotálamo e chegam até o rosto e os olhos. Se o percurso dessas fibras nervosas for afetado em qualquer ponto, ocorre a síndrome.
O trajeto que estas fibras nervosas percorrem é realmente complexo. Desde o cérebro, descem pela medula espinhal, saem desta no nível do tórax e voltam a subir pelo pescoço juntamente com a artéria carótida. Em seguida, penetram no crânio e chegam no interior do olho.
O dano causado às fibras nervosas pode ser originado das seguintes causas:
- Lesão da artéria carótida, uma das principais artérias que chegam ao cérebro.
- Lesão nos nervos da base do pescoço, denominado plexo braquial.
- Crises de enxaqueca.
- Tumor, acidente vascular cerebral ou danos similares no encéfalo ou no tronco encefálico.
- Tumor na parte superior do pulmão.
- Simpatectomia. Trata-se de injeções ou cirurgias para interromper as fibras nervosas e aliviar uma determinada dor.
Existem determinados casos nos quais a síndrome de Horner se desenvolve no momento do nascimento. Este problema pode ser identificada por uma falta de cor e pigmentação da íris. No entanto, se essa síndrome já é reduzida a poucos casos, estima-se que a síndrome congênita afete apenas 1 em cada 6000 nascimentos.
A síndrome de Horner, dependendo da localização e da forma na qual ocorre a lesão oculta, pode ser classificada de quatro formas diferentes: síndrome de Horner central, pré-ganglionar, pós-ganglionar e congênita.
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Sintomas
A síndrome de Horner afeta apenas um lado do rosto. Os sintomas e sinais mais frequentes são:
- Queda da pálpebra superior.
- Elevação leve da pálpebra inferior.
- Miose. Ou seja, uma pupila persistentemente pequena.
- Anisocoria. Em outras palavras, uma notável diferença no tamanho de ambas pupilas.
- Dilatação pequena ou retardada da pupila sob o efeito de uma luz leve.
- Deficiência, e inclusive ausência, de transpiração no lado afetado do rosto.
Esses sintomas nem sempre são detectados facilmente. Além disso, podem se desenvolver de maneira sutil, o que complica o diagnóstico da síndrome.
Sintomas nas crianças
No caso da síndrome se desenvolver em menores, existe uma série de sintomas característicos que podem ser observados. Em resumo, a coloração da íris do olho afetado se torna mais clara, principalmente em crianças com menos de um ano.
Além disso, ocorre uma falta de vermelhidão do lado do rosto afetado. A vermelhidão deveria aparecer com normalidade após um esforço físico, reações emocionais ou calor; no entanto, nesses casos, ela não ocorre.
Diagnóstico e tratamento da síndrome de Horner
Para realizar o diagnóstico da síndrome, os profissionais avaliarão alguns dos sintomas observáveis no exame ocular:
- Mudanças na contração ou dilatação da pupila.
- Pálpebra caída.
- Injeção conjuntival.
O tratamento, como mencionado anteriormente, depende da causa que originou o transtorno. Em resumo, não existe um tratamento específico para a síndrome. Ele começará assim que for identificada a causa que a provocou.
Cabe mencionar que, com relação à síndrome e de forma genérica, a pálpebra cai apenas ligeiramente. Este é o maior obstáculo que a doença provoca na vida cotidiana do paciente.
Além disso, não costumam ocorrer complicações. As que podem aparecer com alta probabilidade estarão relacionadas com a causa oculta da síndrome ou o próprio tratamento.
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