Logo image
Logo image

Síndrome de alfa-gal: alergia à carne vermelha

4 minutos
Se você sofre da síndrome de alfa-gal, vai precisar ingerir proteínas através de alimentos que não sejam carne vermelha para evitar déficits. Saiba mais sobre essa condição rara.
Síndrome de alfa-gal: alergia à carne vermelha
Saúl Sánchez Arias

Escrito e verificado por nutricionista Saúl Sánchez Arias

Última atualização: 23 agosto, 2022

Síndrome de alfa-gal é o nome que se dá à alergia à carne vermelha e seus derivados. Nesse caso, a patologia não ocorre de forma espontânea ou por alterações genéticas, sendo causada pela picada de inseto. Especificamente, o causador é um carrapato.

A picada gera uma reação autoimune que resulta na síndrome em questão. Quando isso acontece, a pessoa não pode mais consumir carne vermelha, pois experimenta efeitos colaterais adversos.

Existem fatores de risco para a síndrome de alfa-gal?

A maioria dos casos de síndrome de alfa-gal ocorre nos Estados Unidos, especificamente na região Sudeste. É nessa área que é encontrado o inseto capaz de desencadear a condição com a sua picada.

No entanto, gradualmente estão surgindo mais casos em outras regiões do país. Inclusive, já foram detectados casos na Europa e na Ásia. Em geral, o principal fator de risco é ser residente em uma região geográfica com uma alta população de carrapatos.

Da mesma forma, o fato de ter experimentado choques anafiláticos após ingerir outros produtos também sugere um aumento na probabilidade de desenvolver a patologia. Apesar disso, a chave é evitar ser mordido pelo carrapato. De acordo com um estudo publicado na revista holandesa de medicina Nederlands Tijdschrift Voor Geneeskunde, não é possível desenvolver o problema sem ser picado por esse inseto.

Some figure
O carrapato é o causador da síndrome de alfa-gal.

Quais são os sintomas da síndrome de alfa-gal?

Os sintomas da síndrome de alfa-gal são semelhantes aos de qualquer outra alergia alimentar, embora possam demorar mais para se manifestar, podendo levar até 3 horas após a exposição à carne vermelha. Os sinais mais comuns são os seguintes:

  • Dor de estômago e diarreia
  • Espirros
  • Urticária com lesões na pele
  • Dor de cabeça
  • Choque anafilático

Lembre-se de que o choque anafilático requer atenção médica especializada imediata. Ignorar isso pode colocar a vida do paciente em risco, conforme evidenciado por uma pesquisa publicada na revista Vnitr Lekarstvi. A pessoa corre um risco maior de sofrer essa reação se já a tiver sofrido anteriormente após a ingestão de outro produto.

Leia também: Alergia a frango: sintomas e recomendações

Quando consultar um médico?

Se você começar a perceber reações recorrentes e desconfortáveis após consumir carne vermelha ou qualquer um de seus produtos derivados, você deve consultar um médico. Ele pode realizar testes de diagnóstico para identificar a alergia e síndrome de alfa-gal.

Você deve consultar um médico imediatamente se sentir os seguintes sintomas:

  • Dificuldade para respirar
  • Aumento da frequência cardíaca
  • Tontura
  • Incapacidade de engolir

Diagnóstico

Para obter o diagnóstico deste tipo de alergia, é necessário traçar um histórico médico. Paralelamente, será importante realizar um exame físico.

Além disso, pode ser necessário realizar um teste de tolerância à carne vermelha com medição de imunoglobulinas. Este método tem se mostrado o mais eficaz para detectar a alergia, embora para associá-la à síndrome de alfa-gal seja importante identificar marcas de picada ou indicações da sua presença.

Não deixe de ler: A vitamina C ajuda a combater as alergias?

Some figure
Os derivados das carnes vermelhas também estão associados à síndrome de alfa-gal.

Tratamento e prevenção da síndrome de alfa-gal

Só existe uma maneira de prevenir a síndrome de alfa-gal: evitar as áreas onde há a presença de carrapatos. Caso você vá a alguma delas, recomenda-se o uso de repelentes para que você não seja picado. Você deve ter um cuidado especial se mora em uma casa com jardim em uma região onde há abundância desse inseto.

Em relação ao tratamento, vale ressaltar que não há solução para este problema. Apesar disso, você pode adaptar a sua alimentação eliminando as carnes vermelhas. Você terá que substituí-las por outros alimentos com um alto teor de proteínas, como o ovo.

A síndrome de alfa-gal é uma condição rara

Embora seja um problema muito sério que afeta os hábitos alimentares da pessoa afetada, a síndrome de alfa-gal é rara. Sua incidência depende muito da população em questão, visto que o principal fator de risco é residir em determinadas regiões dos Estados Unidos.

No entanto, você deve se lembrar de tomar precauções para evitar ser picado por um carrapato, já que a falta da picada impossibilita o desenvolvimento da síndrome de alfa-gal. Não se esqueça de que, uma vez que ela se desenvolve, não há cura. Caso isso aconteça, você terá que remover toda a carne vermelha e seus derivados da sua alimentação.

Além disso, será fundamental adequar a sua alimentação para evitar a deficiência de proteínas que pode afetar sua saúde. A melhor coisa a fazer é aumentar a ingestão de ovos e carne branca.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Berends AMA, Oude Elberink JN. Het alfa-galsyndroom, allergische reacties op vlees [The alpha-gal syndrome: an allergic reaction to mammalian meat secondary to a tick bite]. Ned Tijdschr Geneeskd. 2017
  • Krčmová I, Novosad J. Anaphylactic symptoms and anaphylactic shock. Vnitr Lek. 2019 Winter;65(2):149-156.
  • Iweala OI, Choudhary SK, Commins SP. Food Allergy. Curr Gastroenterol Rep. 2018 Apr 5;20(5):17.
  • García-Paba, María Beatriz. “Anafilaxia tardía tras la ingesta de carnes rojas con sensibilización a alfa-gal. Reporte de caso.” Revista Alergia México 65 (2018): 23-23.
  • Ferreira, Maurício Domingues, Luiz Piaia Neto, and Rodrigo Gil Ribeiro. “Alergia a alfa-gal: Uma revisão sistemática.” Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia 3.6 (2015): 241-250.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.