Síndrome da mulher maltratada: como obter ajuda

A síndrome da mulher maltratada acontece com muitas mulheres que tenham vivido uma situação de violência durante um tempo prolongado. Veja o que se pode fazer nesses casos.
Síndrome da mulher maltratada: como obter ajuda

Última atualização: 23 agosto, 2022

O que ocorre com uma mulher que tenha experimentado maus-tratos físicos ou psicológicos na relação? Pode experimentar a síndrome da mulher maltratada. Hoje diremos a você como procurar ajuda.

Como identificar a síndrome da mulher maltratada?

A síndrome da mulher maltratada apresenta algumas características claras que é importante saber identificar. A razão? Deve-se buscar ajuda profissional o quanto antes para que esta sintomatologia não piore e afete a qualidade de vida da mulher.

  • Sintomas corporais: insônia, perda de peso, somatização de emoções (eczemas, enxaquecas, cólicas…).
  • Sintomas psicológicos: depressão, baixa autoestima, sentimento de culpabilidade, desesperança e medo.
Mulher maltratada sofrendo de depressão

A síndrome da mulher maltratada pode se manifestar com sintomas físicos e mentais. A mulher pode sofrer insônia, perda de peso notável, assim como constante depressão.

Estes são alguns dos sintomas que apresentam todas aquelas mulheres que sofrem com a síndrome da mulher maltratada. No entanto, existem alguns pontos importantes que devem ser considerados para tratamento individual. Veja alguns deles para, em seguida, ver os passos para começar a buscar ajuda.

A indefensabilidade aprendida

A indefensabilidade aprendida é um estado psicológico que mulheres maltratadas apresentam. Trata-se de um pensamento nocivo que as impede de tomar decisões a seu favor para sair de uma situação na qual estão sendo violentadas ou abusadas.

Consideram que nada do que façam influenciará no resultado. Isso é extremamente incapacitante, desesperançador e é a razão pela qual muitas mulheres não são capazes de sair de uma situação de maus-tratos. Inclusive, o fato de não tratar o problema pode levar a outra relação de maus-tratos.

O estresse pós-traumático

Quando uma mulher tenha sido exposta a uma situação de maus-tratos repetidamente durante um longo período de tempo, isso quer dizer que estava vivendo sob um estresse constante. Por conseguinte, logo após a separação ou a saída da situação, o estresse segue estando presente.

Esta resposta de luta e fuga que tão importante é para nossa sobrevivência, nas pessoas com síndrome da mulher maltratada se torna completamente desadaptativa. O estresse, o medo e a ansiedade aparecerão em circunstâncias que, sem razão nenhuma, há o que se temer. 

Algumas das formas nas quais é possível identificar este estresse pós-traumático é analisando os comportamentos da mulher vítima de maltrato:

  • Pesadelos e flashbacks que provocam transpiração, medo e um aumento das pulsações.
  • Comportamentos evasivos daqueles lugares ou pensamentos que lembrem a situação vivida.
  • Hipervigilância, principalmente, quando estão na rua, pois acreditam que alguém as persegue.
  • Dificuldades para lembrar características ou momentos essenciais do evento traumático.
Hipervigilância

As mulheres que tenham atravessados períodos de violência costumam ter sequelas que são difíceis de superar. Com frequência apresentam estresse pós-traumático, pois pensam que voltarão a serem subjugadas por seu agressor.

Ajuda para as mulheres maltratadas

Apesar da mulher vítima de maus-tratos acreditar que não pode obter ajuda, isso não é verdade. De fato, é possível que a pessoa que a maltratou esteja em liberdade e somente com uma medida protetiva. Isso pode traz muito temor e insegurança. No entanto, veja o que se pode fazer:

Ajuda econômica

A mulher vítima de maus-tratos pode ter seu vínculo trabalhista mantido, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses.

Casas de acolhimento

Em alguns países existem casas de acolhimento que permitem a mulher e seus filhos (caso os tenha) escapar da violência e se preparar para iniciar uma nova vida. De fato, é uma oportunidade de transição e de começar do zero.

Terapia psicológica

É fundamental procurar terapia psicológica com um profissional especializado nesses casos. Ainda mais, o apoio da família nessa situação será fundamental. Se há filhos, também é importante que procurem um psicólogo.

Legalizar a situação dos filhos

Os temas de custódia devem ser colocados em dia, apesar do momento difícil. Por isso, a família deve se envolver e ajudar em tudo que podem. Além disso, esconder os filhos para evitar uma custódia compartilhada ou que vejam o parceiro (a) é crime.

Concluindo

Ante qualquer situação de maltrato não hesite em denunciar no “Ligue 180”, ou mesmo procurar as delegacias de proteção a mulher nas cidades.

Por fim, é uma oportunidade para sair de uma situação que ninguém deveria tolerar. Recomendamos sempre procurar um psicólogo, e incentivamos as famílias a não se afastarem, ainda que pareça que a mulher não queira.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Aguirre D, Pamela, Cova S, Félix, Domarchi G, Ma. Paz, Garrido C, Carol, Mundaca Ll, Ivania, Rincón G, Paulina, Troncoso V, Pamela, & Vidal S, Paulina. (2010). Estrés postraumático en mujeres víctimas de violencia doméstica. Revista chilena de neuro-psiquiatría48(2), 114-122. https://dx.doi.org/10.4067/S0717-92272010000300004
  • Ordóñez Fernández, María del Prado, & González Sánchez, Patricio. (2012). Las víctimas invisibles de la Violencia de Género. Revista Clínica de Medicina de Familia5(1), 30-36. https://dx.doi.org/10.4321/S1699-695X2012000100006
  • RODRÍGUEZ HERNÁNDEZ, R., & ORTIZ AGUILAR, L. (2014). LAS FUENTES DE APOYO SOCIAL Y SU IMPACTO EN LA VIOLENCIA Y MALESTAR EN MUJERES MALTRATADAS. Revista Internacional de Ciencias Sociales y Humanidades, SOCIOTAM, XXIV (2), 199-218.
  • Seijas Gómez, Raquel. (2013). Trastorno por estrés postraumático y cerebro. Revista de la Asociación Española de Neuropsiquiatría33(119), 511-523. https://dx.doi.org/10.4321/S0211-57352013000300004
  • Sepúlveda García de la Torre, A.. (2006). La Violencia de Género como causa de Maltrato Infantil. Cuadernos de Medicina Forense, (43-44), 149-164. Recuperado en 19 de febrero de 2019, de http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1135-76062006000100011&lng=es&tlng=es.
  • Yugueros García, A. (2015). Intervención con mujeres Víctimas de Violencia de género: Educar e informar para prevenir. Revista Historia de la Educación Latinoamericana, 17 (24), 191-216.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.