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Segundo um estudo, em 5 ou 10 anos haverá tratamento para "frear" a artrose

4 minutos
Visto que o diagnóstico precoce é fundamental para frear a artrose, todos os avanços que se realizam neste campo estão nos aproximando de uma melhor qualidade de vida.
Segundo um estudo, em 5 ou 10 anos haverá tratamento para "frear" a artrose
José Gerardo Rosciano Paganelli

Escrito e verificado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli

Escrito por Valeria Sabater
Última atualização: 27 junho, 2023

Segundo um especialista da Universidade Internacional Menéndez Pelayo, de Madrid (Espanha), dentro de 5 ou 10 anos conseguiremos frear a artrose para oferecer uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

Apesar de ser certo que, no momento, é quase impossível erradicar essa doença crônica incapacitante, a ciência vai conseguindo pequenos avanços que nos enchem de esperanças.

Tal e como os profissionais nos explicam, atualmente é habitual diagnosticar a doença quando a articulação está quase 30% destruída. Agora, se conseguimos antecipar este diagnóstico, esta realidade seria, sem dúvidas, muito diferente.

Os estudos realizados a respeito nos últimos anos estão dando grandes resultados. A seguir, queremos explicar o que pode acontecer dentro de um período de tempo relativamente curto.

Será possível frear o avanço da artrose? Parece que sim ou, pelo menos, assim esperamos.

Frear a artrose: uma realidade cada vez mais próxima

A artrose afeta a 52% das mulheres, frente a 29% dos homens. Costuma dar as primeiras pistas entre os 54 e os 60 anos e, em geral, segue este mesmo padrão:

  • A artrose é mais comum nas mãos (70% dos casos).
  • Posteriormente, afeta os pés (40% dos casos).
  • As outras regiões afetadas são os joelhos e os quadris, com 10% e 3%, respectivamente.

Além disso, tal e como nos explica a Organização Mundial da Saúde (OMS), 28% da população mundial sofre de artrose. Estima-se que inclusive 80% das pessoas com mais de 60 anos sofre de algum tipo de incômodo associado a este problema.

Assim, como podemos ver, trata-se de um problema com uma alta incidência. Todos nós conhecemos um familiar ou amigo que o apresenta. Além disso, muitos de nós, leitores, vivemos com esta doença, e sofremos em silêncio.

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A chave está em um diagnóstico precoce

Na Plataforma de Proteômica do Instituto de Pesquisa Biomédica (INIBIC), na Coruña (Espanha) nos explicam que, dentro de 5 a 10 anos, veremos a artrose de outro modo.

  •  Frear a artrose já será possível, graças a um diagnóstico precoce.
  • Atualmente, tem sido desenvolvido um “kit de diagnóstico” da artrose. A ideia é que, por meio de um exame de sangue simples, seja possível detectar os marcadores da doença.
  • Assim como todos sabem, quando vamos ao médico em busca de ajuda é “porque já não aguentamos mais”. A dor nas mãos é terrível, elas ficam dormentes à noite e sofremos pequenas deformidades.
  • Quando a doença já está nessa fase é impossível freá-la. Assim, a chave está em identificar a artrose o quanto antes.

O estudo proteômico

Segundo o reumatologista Francisco Blanco, diretor científico do INIBIC, avançamos muito no conhecimento da artrose.

  • A proteômica é a ciência que estuda os proteomas, que são conjuntos de proteínas expressados a partir de um genoma.
  • O estudo proteômico nos tecidos afetados permitiu aos cientistas identificar seis biomarcadores.
  • Estes marcadores nos permitem diagnosticar a doença em etapas muito precoces, com 96% de acerto.

Ao ter um diagnóstico precoce poderemos frear a artrose. Os especialistas estimam que, entre 5 e 10 anos, disporemos de terapias muito efetivas para conseguir isso.

A artrose costuma seguir sempre um mesmo padrão de “ataque”. São liberadas certas substâncias que vão destruindo o tecido saudável pouco a pouco. Assim, se inoculamos agentes concretos, pode-se deter este avanço.

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A necessidade de frear a artrose

A artrose constitui a doença reumática mais frequente, além da quarta causa de incapacidade. Não é qualquer coisa. Não é uma simples doença que afeta à população de mais idade.

Há quem costume associar a “artrose à velhice”. Porém, é preciso mudar esta ideia e enxergar a realidade: temos, em geral, pessoas com uma vida ativa, que se queixam por uma doença que incapacita.

  • A artrose nos tira qualidade de vida e mobilidade.
  • Também não podemos nos esquecer do gasto sanitário que a artrose origina: operações, tratamento, remédios…. se tivéssemos investido mais em pesquisas, talvez, atualmente já tivéssemos conseguido frear a artrose.
  • Porém, estima-se que em alguns anos aumentem os diagnósticos desta doença. Fatores como a obesidade ou inclusive ser atleta – por mais estranho que isso pareça – aceleram o desenvolvimento da artrose.
  • Certos marcadores genéticos combinados com nosso estilo de vida acabam fazendo com que, com o tempo, o tecido saudável vá sendo destruído.
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As instituições médicas estão conscientes deste problema. Tanto que é vital que possamos dar um “xeque-mate” na artrose para que nossa população tenha qualidade de vida.

Porque uma existência com dor crônica e sofrimento não é vida, ainda que nos acostumemos com isso.

Assim, esperaremos por mais informações para poder compartilhá-las com nossos leitores.


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