O tabaco aumenta o risco de doenças degenerativas
Escrito e verificado por a médica Maricela Jiménez López
Todos nós sabemos que o tabagismo causa sérios problemas de saúde a longo prazo. A maioria da população geralmente associa o consumo de tabaco ao risco de desenvolver câncer, mas existem muitas outras doenças degenerativas que devemos conhecer.
Além disso, há outro aspecto que devemos levar em consideração: quando somos diagnosticados com certas doenças, o tabaco pode acelerar a sua evolução. Um exemplo disso são as doenças cardíacas e até a esclerose múltipla.
Fornecemos todas as informações no artigo a seguir.
O tabaco aumenta o risco de doenças degenerativas
Tabaco e Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva de origem ainda obscura.
Sabemos que é mais comum entre as pessoas com mais de 65 anos e, apesar de não sabermos o que o provoca, existem alguns fatores relevantes:
- Déficit em um tipo de proteína geralmente associado ao colesterol alto.
- Estresse oxidativo e velhice.
- A interação entre doenças cardiovasculares e diabetes.
- Estilo de vida sedentário.
Descubra também: Os motivos para parar de fumar
Qual é a relação entre o tabaco e o Alzheimer?
- O tabaco pode aumentar o risco e até agravar a doença de Alzheimer. De acordo com um estudo realizado pelo Centro de Doenças Neurodegenerativas da Universidade de Málaga, a nicotina pode exercer uma ação inflamatória.
- O tabaco ataca a mielina que envolve os neurônios, causando uma resposta inflamatória e danos neuronais no hipocampo e no córtex cerebral.
- O tabaco, por si só, nunca nos levará a desenvolver a doença de Alzheimer. Porém, o que ele faz é interagir com outros fatores, acelerando o seu desenvolvimento.
- Hoje, o Alzheimer não pode ser prevenido, mas, de acordo com este estudo, se parássemos de fumar, ele poderia surgir até 20 anos mais tarde.
Tabaco e esclerose múltipla
O tabaco não causa esclerose múltipla. No entanto, o que ele pode fazer é piorar a doença se ela for diagnosticada.
De acordo com um estudo recente realizado pela Universidade Karolinska em Estocolmo (Suécia), e publicado na revista “Neurology”, as pessoas que continuam a fumar depois de serem diagnosticadas com esta doença experimentam uma aceleração da mesma.
Qual é a relação entre tabaco e esclerose múltipla?
- A esclerose múltipla geralmente começa com pequenas recidivas. Depois disso, ocorre uma piora progressiva da mobilidade. No entanto, os fumantes correm o risco de piorar mais rapidamente.
- Este estudo mostra que o tabaco tem um efeito muito negativo nas doenças degenerativas, como a esclerose múltipla. O simples ato de parar de fumar nos oferece a oportunidade de ter uma melhor qualidade de vida e adiar a degeneração.
Tabaco e degeneração macular
Outro aspecto menos conhecido dos efeitos do tabaco são a catarata e a degeneração macular. É bem possível que este dado o surpreenda e você se pergunte se fumar tem uma relação direta com a saúde da nossa visão.
A resposta é simples: fumar acelera nosso envelhecimento e, portanto, aumenta o risco de doenças associadas ao passar do tempo.
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Qual é a relação entre tabagismo e degeneração macular?
- O risco de catarata aumenta entre 40 e 60% em pessoas que, ao longo da vida, consumiram mais de um maço por dia.
- Os olhos perdem a nitidez e ficam inflamados. Também não podemos ignorar que nossos pulmões se enchem de substâncias químicas que atingem a corrente sanguínea. Tudo isso afeta a nossa saúde geral.
- O risco de catarata e degeneração macular é algo que todos nós temos. No entanto, ser fumante aumenta as chances de sofrer desses problemas oculares em uma porcentagem muito significativa.
- Segundo os médicos, quase 20% das cataratas diagnosticadas todos os dias estão relacionadas ao tabagismo.
- O tabaco influencia várias doenças vasculares dos olhos, bem como aquelas relacionadas aos olhos secos.
Trace um plano para parar de fumar
Se você continua mantendo este hábito, vale a pena agir para parar de fumar. Apesar das informações que chegam até nós, muitas vezes não nos conscientizamos o suficiente.
Se não o fizer por si mesmo, tente pelos seus entes queridos, por aqueles que o amam e não querem vê-lo doente amanhã. Oferecemos algumas orientações básicas.
- Vá ao médico para fazer um check-up prévio. Sua saúde e boa forma são importantes. A partir daí, seu médico pode oferecer orientações adequadas.
- Não se trata, por exemplo, de começar a fazer exercícios físicos de alta intensidade. Parar de fumar é algo progressivo que deve ser feito de acordo com a sua particularidade física. Então, vá com calma.
- Controle os horários do dia e as situações em que você mais precisa de um cigarro: ao se levantar, após as refeições, nas reuniões com os amigos.
- Informe ao seu círculo pessoal e social que você vai parar de fumar. Eles devem apoiá-lo.
- Elimine todas as memórias do tabaco: isqueiros, cinzeiros de casa e do carro… Elimine também o cheiro de cigarro da sua casa e dos seus pertences.
- Faça uso de plantas naturais. A passiflora é um ótimo exemplo.
- Descubra suas próprias estratégias para enfrentar a abstinência: caminhar, pintar, dançar, tricotar, criar um blog contando sua experiência do dia a dia…
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Timothy C. Durazzo et al. “Smoking and increased Alzheimer’s disease risk: A review of potential mechanisms”, Alzheimers Dement. 2014 Jun; 10(3 0): S122–S145.
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- Ministerio de Sanidad de España, “Ayuda para dejar de fumar”, https://www.mscbs.gob.es/ciudadanos/proteccionSalud/tabaco/ayuda.htm
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