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O que é cinesioterapia?

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A cinesioterapia constitui um conjunto de técnicas elaboradas para ajudar o paciente a recuperar a mobilidade e a força muscular. Continue lendo e conheça seus benefícios.
O que é cinesioterapia?
Leonardo Biolatto

Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto

Última atualização: 26 fevereiro, 2023

A cinesioterapia é uma prática que faz parte da disciplina de fisioterapia. Consiste na aplicação de uma série de movimentos e diversas técnicas, realizadas pelo próprio paciente ou com a intervenção do terapeuta, aplicando força ou utilizando aparelhos e implementos.

Os exercícios são feitos de forma a otimizar o estado geral de saúde dos músculos e articulações, alongando-os e fortalecendo-os. Isso auxilia nos processos de reabilitação, bem como na prevenção de alterações motoras.

Essa prática não consiste no uso de massagens, aplicação de pomadas ou curativos. Pelo contrário, envolve técnicas sofisticadas (eletroterapia, hidroterapia) e até mesmo o uso de diversos equipamentos, implementos, dispositivos e aparelhos (como o ultrassom).

O que é cinesioterapia e em que consiste?

A cinesioterapia também é conhecida como cinesiterapia, kinesioterapia ou quiinesioterapia. Em todos os casos, a raiz é a mesma, apenas com variações fonéticas ou ortográficas.

O termo em questão deriva da palavra grega kinesis, que se traduz como “movimento”. Com o acréscimo da palavra terapia temos como resultado que o significado, etimologicamente falando, seria “terapia do movimento”.

Como tal, esse conjunto de técnicas faz parte de uma disciplina mais ampla: a fisioterapia. Pode-se dizer que a cinesioterapia consiste na aplicação prática dos princípios da cinesiologia. No entanto, sua finalidade é terapêutica e preventiva.

Portanto, é voltada para o tratamento, reabilitação, recuperação e prevenção de lesões ou condições relacionadas ao movimento.

Assim, ao iniciar o tratamento, o terapeuta realiza um teste para avaliar a qualidade e o tipo de resposta muscular, localizando áreas disfuncionais ou ações que são realizadas de forma incorreta e que podem levar à deterioração da saúde articular, muscular e até óssea. Uma vez determinado o tipo de problema, o fisioterapeuta estabelece um plano de abordagem.

Veja: 10 práticas eficazes para aliviar a dor nas costas

Por que e para que cinesioterapia?

Na cinesioterapia, a resposta dos músculos e articulações a determinados esforços é observada e analisada para detectar possíveis desequilíbrios. Assim, problemas de mobilidade podem ser corrigidos e lesões ou doenças associadas ao esforço excessivo, estilo de vida sedentário ou má postura podem ser evitadas.

Constitui uma alternativa não farmacológica para a promoção da saúde e tratamento de sintomas de diversas doenças, como dores, rigidez ou limitações nos movimentos.

Nesse sentido, é curativa, preventiva e até formativa. E é com essas técnicas que se trata também de educar. O paciente toma consciência de seu corpo e de seus movimentos.

Em linhas gerais, os objetivos da cinesioterapia visam desenvolver ou trabalhar aspectos como:

  • Propriocepção e postura.
  • Potência: aumentar a força muscular.
  • Relaxamento: aliviar a tensão muscular.
  • Precisão: melhorar o movimento para tarefas específicas.
  • Coordenação: no uso de vários músculos ou partes do corpo.
  • Resistência: manter a capacidade de trabalho ao longo do tempo.
  • Alongamento: trabalhando elasticidade e amplitude de movimento.
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Os atletas podem precisar de um fisioterapeuta para prevenir lesões ou tratar um problema já estabelecido.

Classificação da cinesioterapia

A cinesioterapia pode ser classificada de várias formas, levando em consideração aspectos como o momento em que ocorre, suas finalidades, as técnicas e os recursos. Vamos ver.

De acordo com o momento

Podemos falar de cinesioterapia preventiva. Como o próprio nome indica, é aplicada antes do aparecimento de lesões ou problemas. Ou melhor, para evitar que apareçam.

O curativo é aquele que é praticado após uma doença ou lesão para ajudar na recuperação. Nessa ordem de ideias, propõe-se um programa completo de reabilitação.

De acordo com a atividade do paciente

Outra classificação tem a ver com a atividade ou intervenção do paciente antes do tratamento. De acordo com isso, a cinesioterapia pode ser passiva, se os movimentos não forem feitos pela pessoa voluntariamente, mas pelo terapeuta.

Por sua vez, dentro da cinesioterapia passiva existem dois subtipos:

  1. Relaxado: se os alongamentos não forem tão exigentes ou causarem dor.
  2. Forçado: quando os movimentos atingem o limite da articulação.

Por outro lado, na cinesioterapia ativa o paciente é quem realiza os movimentos voluntariamente, embora auxiliado pelo profissional de saúde. Dentro desse formulário existem duas modalidades:

  1. Assistida.
  2. Resistida.

No primeiro caso, o paciente não é capaz de realizar o movimento completo, sendo assistido total ou parcialmente, manual ou instrumentalmente. Na segunda forma, são aplicadas resistências manuais ou instrumentais (com polias, molas, peso, debaixo d’água).

De acordo com o campo de aplicação

O campo de aplicação mais conhecido da cinesioterapia é a saúde, ou seja, o desenvolvimento de programas de reabilitação ou terapias complementares para pacientes com diversas doenças que afetam sua locomoção.

Por sua vez, no campo esportivo, trabalhamos com atletas de qualquer nível para melhorar seu desempenho ou ajudá-los a se recuperar após uma lesão.

Na área educacional também possui um amplo campo de atuação. É aplicado em centros de educação especial, integração psicomotora ou estimulação precoce. Isso porque algumas crianças podem apresentar problemas articulares ou musculares, como hipotonia.

De acordo com a finalidade

O mais comum é que na cinesioterapia se trabalhe o aspecto motor, referindo-se ao movimento. Isso é feito na reabilitação de pacientes com lesões (como tendinite) ou com doenças como osteoartrite ou espondilite.

Mas também se aplica a pessoas acamadas por doença, tetraplégicos, mesmo em coma, a fim de preservar a força e a mobilidade dos músculos e articulações. Além disso, são praticados exercícios de cinesioterapia para melhorar a mecânica respiratória. Isso é feito, por exemplo, em pacientes com problemas como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Finalmente, em termos de finalidade, existe também a cinesioterapia postural, para ajudar a corrigir a forma como nos sentamos ou ficamos de pé. As dores no pescoço e nas costas são evitadas.

Veja: Treinamento funcional corretivo: tudo o que você precisa saber

Benefícios da cinesioterapia

A cinesioterapia ajuda do ponto de vista físico e mental, não só quem sofre de alguma lesão ou doença. Entre os vários benefícios que oferece, destacam-se:

  • Permite melhorar a mecânica cardiorrespiratória durante o exercício.
  • Reduz a dor e a rigidez articular e muscular.
  • Contribui para a gestão do estresse e da ansiedade.
  • Aumenta a propriocepção do movimento.
  • A amplitude de movimento é restaurada.
  • Fortalece os músculos.
  • Ajuda a evitar lesões.
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Os cinesiologistas usam algumas ferramentas para atingir seus objetivos.

Para quem é recomendada?

Qualquer pessoa pode fazer cinesioterapia, pois nunca estamos isentos de sofrer uma lesão, uma contratura, ter uma má postura ou apresentar dores. Em particular, é recomendada nos seguintes casos:

  • Lumbago.
  • Paralisias faciais.
  • Pacientes em coma.
  • Contraturas musculares.
  • Lesão na coxa.
  • Pessoas com hipotonia.
  • Tensão do ombro.
  • Condromalácia patelar.
  • Problemas cardiorrespiratórios.
  • Transtorno do sistema nervoso, sensoriais ou motores.
  • Pacientes com anquilose, artropatias reumáticas ou periartrite.

Riscos e contraindicações

Apesar dos benefícios mencionados, existem algumas situações em que a cinesioterapia não deve ser aplicada:

  • Fraturas.
  • Derrame articular.
  • Hipermobilidade.
  • Infecções.

A cinesioterapia é um trabalho profissional

Para a cinesioterapia, o paciente não necessita de nenhum tipo de preparo especial. A anestesia também não é necessária. Mas isso não significa que possa ser encarada levianamente.

Ao contrário, os exercícios devem ser realizados por um profissional fisioterapeuta ou sob sua orientação, em ambiente e com móveis e equipamentos que garantam a integridade.

Da mesma forma, a elaboração e desenvolvimento de um plano de trabalho deve ser feito individualmente, de acordo com as necessidades de cada paciente. Acima de tudo, o plano deve ser aprovado pelo médico, seja ele ortopedista ou de outra especialidade.


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