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O que é a psicoeducação na terapia psicológica?

4 minutos
A psicoeducação é recomendada em muitos casos. Ela é até utilizada por diferentes profissionais e não apenas no contexto da terapia psicológica.
O que é a psicoeducação na terapia psicológica?
Maria Fatima Seppi Vinuales

Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fatima Seppi Vinuales

Última atualização: 08 janeiro, 2023

Após o diagnóstico, esconde-se um desafio: a aceitação da doença pelo paciente, de forma que ele inicie e mantenha condutas de cuidado. Como alcançá-lo se existem medos, crenças pessoais, estigma social e outras experiências negativas? Através da psicoeducação.

A psicoeducação é uma das ferramentas utilizadas na psicoterapia para garantir que o paciente compreenda como funciona a sua doença e colabore com o seu cuidado de forma comprometida, sustentada e responsável. Vamos ver um pouco mais.

O que é psicoeducação?

A psicoeducação é uma ferramenta que se utiliza na terapia com o objetivo de que o paciente seja o verdadeiro protagonista de seu processo de melhora e bem-estar. Dessa forma, visa ao seu empoderamento e promoção de maior autonomia, fornecendo informações sobre a condição que padecem.

Por meio da psicoeducação, o paciente pode aprender a identificar sintomas, ciclos, alterações ou diferentes alertas, que auxiliam na prevenção de eventos. Assim, ele adquire habilidades para enfrentar situações negativas.

Sem dúvida, é uma ferramenta de mudança.

A psicoeducação também é utilizada com a família ou ambiente do paciente, buscando que se tornem participantes ou facilitadores dos processos. A família ou rede de apoio pode ser um fator de saúde ou de risco na recuperação.

Desta forma, além de fornecer-lhes informações, são ensinados diferentes recursos para acompanhar, conter e para que estejam preparados nas diferentes circunstâncias que uma doença pode apresentar. É o caso das recaídas.

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Compreender a doença em si não é fácil. Mas disso dependem as atitudes de cuidado que serão tomadas.

Importância do processo

A importância da psicoeducação reside no fato de tornar o paciente um colaborador ativo em seu processo terapêutico. Em outras palavras, ele consegue fazer com que sua responsabilidade transcenda o âmbito do que acontece no escritório.

Por outro lado, também pode ser útil para que o paciente adquira um novo significado em relação à sua doença. Tendo informações e estando preparado, é possível colocar seus recursos em jogo e entender o que está acontecendo. Dessa forma, se sente que se está fazendo algo, que é útil e que tem poder sobre a condição.

Isso é válido para o seu ambiente, pois contribui como uma ferramenta para diminuir o estigma associado a certas doenças. Um aspecto que os profissionais trabalham é lembrar à pessoa que uma patologia não significa valer menos ou ser fraco. Isso também aborda questões relacionadas à autoestima e melhora a adesão ao tratamento.

Ao oferecer um espaço para informações, ajuda a desfazer mitos ou crenças errôneas sobre determinado diagnóstico.

Quando a família se torna parte do tratamento, ela também é um informante mais confiável nas recaídas. Essas informações são extremamente úteis para as equipes de saúde.

Veja: Dia mundial da saúde mental

Vantagens da psicoeducação

Algumas das vantagens que encontramos na aplicação da psicoeducação na terapia psicológica são as seguintes:

  • O paciente aprende a conviver melhor com a doença, aceita-a como parte de sua vida e, assim, assume um papel mais ativo. Também melhora sua atitude e permite que você ganhe confiança.
  • Melhora a qualidade de vida, uma vez que são assumidas orientações de autocuidado.
  • Facilita a interação entre paciente e família. Quando as pessoas próximas a você sabem o que está acontecendo, elas podem ajudar e entender. Suas expectativas em relação ao processo saúde-doença são mais adequadas e reais.
  • Há melhor adaptação à doença, tanto por parte do paciente quanto por seu ambiente imediato.

“Estou ficando louco, estou prestes a morrer, isso é sério?”. Estas são algumas das perguntas (acompanhadas de um correlato emocional) que surgem quando não temos informações suficientes sobre o que está acontecendo conosco. Nesse sentido, a psicoeducação reduz a ansiedade, a incerteza e o medo.

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A ansiedade bloqueia as ações de autocuidado e paralisa os bons hábitos que poderíamos adotar.

Em quais casos é usado?

A psicoeducação é recomendada para múltiplos casos e inclusive é utilizada por diferentes profissionais. Não apenas no âmbito da terapia psicológica.

É especialmente útil para aqueles casos em que o distúrbio ou doença tem características crônicas. Acima de tudo, aplica-se a pacientes com depressão, ansiedade e esquizofrenia.

Psicoeducação além do consultório: para a vida

A estratégia promove uma abordagem integral da doença, enfatizando aspectos biológicos, cognitivos e sociais. Baseia-se na educação do paciente para que ele tenha informações sobre o que está acontecendo com ele.

A informação é fundamental em qualquer tratamento e é um direito do paciente que a consulta.

A psicoeducação também é um ponto de encontro entre o paciente e o profissional, pois não se trata de prescrever prescrições, mas de encontrar propostas e soluções conjuntas. Que seja o próprio paciente quem pode descobrir o que funciona para ele, o que funciona para ele e o que não funciona.

Dessa forma, não é um processo de cima para baixo ou unidirecional, mas sim ativo e participativo. Nesse sentido, é importante entender que é o paciente quem aplica as estratégias de autocuidado e quem encontra as habilidades para lidar com sua doença no momento presente e para o futuro.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Aragonès, Enric & Cardoner, Narcis & Colom, Francesc & Lopez-Cortacans, German & Gilaberte, Inmaculada. (2013). Guía de Buena Práctica Clínica: Psicoeducación en pacientes con depresión.
  • Arone Mallqui, P., & Llaque Guerra, G. M. (2019). Eficacia del programa de psicoeducación para reducir las recaídas y mejorar la adherencia al tratamiento en el paciente con trastorno bipolar.
  • Beck, A. “Terapia cognitiva de la depresión” (1979) Ed. Desclee de Brouwer.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.