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Meu parceiro não me trata bem: o que posso fazer?

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Uma palavra de desprezo, um insulto ou uma frase que visa nos humilhar dói tanto quanto um tapa. O que podemos fazer quando nosso parceiro começa a se comunicar de forma agressiva?
Meu parceiro não me trata bem: o que posso fazer?
Última atualização: 22 abril, 2021

Quanto mais próximos e ligados estivermos a alguém, mais efeito suas palavras terão sobre nós. Tanto que, às vezes, certas expressões ou comentários podem nos ferir. Muitas pessoas se queixam dizendo: “Meu parceiro não me trata bem e eu não sei o que fazer” ou “Todo dia ele fala comigo com menos respeito, e não sei como agir diante disso”.

Como devemos agir em tais situações? O primeiro e mais importante é não permitir que esse tipo de dinâmica se torne um hábito. Não podemos ignorar que a comunicação violenta ou agressiva é uma forma de abuso. As consequências de viver por meses (ou anos) em um contexto onde os insultos ou assédio são comuns têm um sério impacto psicológico.

A progressão do abuso

Esses tipos de comportamento em que palavras nocivas ou agressivas são utilizadas no relacionamento aparecem de forma progressiva. É comum que, a princípio, pareçam piadas, comentários sarcásticos para depreciar o outro e frases contundentes que se camuflam de ironia. Geralmente são acompanhados por risos e um “Não estava falando sério, querida”.

Mas esses comportamentos ganham força com o tempo, corroendo-nos no silêncio, até que, de repente, percebemos que as palavras são como golpes reais na nossa autoestima e dignidade.

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O comportamento de abuso verbal é progressivo e pode evoluir para formas mais violentas.

Leia também: Abuso emocional: efeitos a curto e longo prazo

É difícil reconhecer quando meu parceiro não me trata bem

Se há algo que devemos ter em mente é que, numa relação amorosa, não basta existir muito amor. Porque existem amores que machucam e pessoas que, embora amem, amam mal.

Assim, para que o compromisso com alguém seja satisfatório, feliz e duradouro, precisamos, acima de tudo, que exista uma boa comunicação. Conseguir chegar a acordos e ter uma conexão emocional é, em muitos casos, uma garantia de sucesso.

Agora, como nem sempre encontramos a pessoa certa, é importante perceber quem merece nosso tempo, esforço e carinho e quem não merece. São muitos, por exemplo, que não têm plena consciência de que esse desprezo diário é uma forma de abuso ou maus-tratos.

Além disso, há muitos que não querem aceitar de forma alguma que se o parceiro não te trata bem, é muito provável que você esteja em um relacionamento abusivo. Vamos conhecer mais características sobre esse tipo de relacionamento.

Quais são os sinais de uma comunicação abusiva?

Conforme revelam estudos científicos, como o realizado na Universidade Case Western, em Cleveland (Estados Unidos), entre 50 e 80% das pessoas já sofreram abusos emocionais em algum momento. A comunicação abusiva e o fato de tratar mal o parceiro são características recorrentes. Manifestam-se com os seguintes sinais:

  • Ele tira sarro de você.
  • Faz julgamentos sobre a sua pessoa sem te compreender.
  • Ele reage mal, quase sem saber por que responde com insultos e agressões.
  • Qualquer conversa termina em discussão e gritos.
  • Faz uso da ironia, do sarcasmo que machucaNão hesita em te ridicularizar na frente dos outros.
  • Comunica-se sem empatia.
  • Faz você se sentir culpada.
  • Seu estilo de comunicação busca dominar e subestimar você.

Como agir quando meu parceiro não me trata bem?

Trabalhos de pesquisa, como os realizados na Faculdade de Psicologia da Universidade da Geórgia (Estados Unidos), mostram que uma boa comunicação garante a satisfação no relacionamento. Agora, como já apontamos, além do afeto e do bom diálogo, precisamos atender a outros fatores, como os emocionais.

Dessa forma, quando seu parceiro não te trata bem, é fundamental não deixá-lo ir além e acabar influenciando a sua autoestima e equilíbrio emocional. Qualquer pequeno constrangimento tem seu efeito; causa dor, desconforto e infelicidade. Como agir nesses casos?

O que está por trás dessa comunicação agressiva?

É sempre oportuno saber o que motiva esta forma de comunicação com o nosso parceiro. Ele está passando por um momento difícil? Ele não consegue controlar a ansiedade e o estresse?

Às vezes, fatores como problemas no trabalho ou traumas pessoais não resolvidos estão por trás da agressividade. É importante saber sempre o que está por trás do comportamento. No entanto, às vezes pode não ser algo específico. Podemos estar diante de um estilo de personalidade acostumado a esse tipo de comportamento.

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É importante rastrear o que está por trás da comunicação agressiva. O que acontece com o outro para elevar o tom e se comportar assim?

Não deixe de ler: Maus-tratos e abuso nos relacionamentos adolescentes

Atitude assertiva: o que eu espero de você e o que não posso permitir

Quando meu parceiro não me trata bem, não posso deixar para lá. Se você não reagir, o abuso continuará e até aumentará. Portanto, é necessário atuar de forma assertiva e deixar esses aspectos claros.

Devemos especificar qual palavra, expressão, comentário ou conversa nos magoou. Devemos pedir que esse tipo de comportamento não se repita, dando exemplos do que esperamos: respeito, compreensão, empatia, cumplicidade, escuta ativa, conseguir chegar a acordos.

Como tomar uma decisão se o meu parceiro não me trata bem?

As palavras doem tanto quanto uma pancada ou uma ferida. A comunicação agressiva é um abuso psicológico e, portanto, não podemos e não devemos tolerá-la. Caso nosso parceiro não mude de atitude e continue a nos tratar mal, devemos tomar uma decisão.

Uma saída oportuna de um vínculo que fere permitirá salvar a nossa autoestima e dignidade. Não vamos tolerar o intolerável. O amor autêntico não faz mal e, acima de tudo, se comunica com respeito através de um bom vínculo emocional. Vamos manter isso em mente.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


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