Mesilato de rasagilina: o que é e para que serve?
Escrito e verificado por a farmacêutica Fabiola Marín Aguilar
O mesilato de rasagilina é prescrito para o tratamento da doença de Parkinson (DP). Pode ser usado em tratamentos em conjunto com a levodopa – um precursor da dopamina que começou como o tratamento de escolha para a doença de Parkinson – ou em monoterapia, sem a levodopa.
A doença de Parkinson é um tipo de transtorno do movimento que ocorre quando os neurônios não produzem o suficiente de uma substância química essencial para o cérebro, conhecida como dopamina. Veja como o mesilato de rasagilina pode ajudar a seguir.
Mecanismo de ação do mesilato de rasagilina
Este medicamento é um inibidor seletivo da MAO-B. A inibição da MAO-B protege a dopamina da degradação extraneuronal, aumentando sua concentração no cérebro. Por isso, foi inicialmente utilizado como complemento da levodopa e, atualmente, é utilizado em combinação com esse outro remédio em pacientes que experimentam flutuações motoras ao final da dose.
Posologia e modo de administração
A forma de administração é oral, na dose de 1 mg a cada 24 horas, isoladamente ou combinado com a levodopa. Pode ser tomado com ou sem alimentos. Não é necessária a modificação da dose em pacientes idosos.
Na população pediátrica, o mesilato de rasagilina não é recomendado devido à falta de dados de segurança e eficácia em crianças e adolescentes.
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Quando o mesilato de rasagilina é contraindicado?
O tratamento com este medicamento é contraindicado nos seguintes casos:
- Quando houver hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes.
- Quando já se está em tratamento com um inibidor da monoamina oxidase (MAO). Isso inclui medicamentos e produtos naturais não sujeitos a receita médica, como a erva de São João. É necessário esperar ao menos 14 dias entre a descontinuação da administração do mesilato de rasagilina e o início do tratamento com inibidores da MAO ou petidina.
- Em pacientes com insuficiência hepática moderada e grave. Além disso, é necessário ter precaução ao iniciar o tratamento em pacientes com insuficiência hepática leve. No caso de progressão de insuficiência hepática leve para a moderada, será necessário descontinuar o tratamento.
Interação com outros fármacos
Como já mencionamos, a administração de mesilato de rasagilina concomitante a outros inibidores da MAO ou antidepressivos é contraindicada:
- Antidepressivos naturais como a erva de São João.
- ISRS – Inibidores seletivos de recaptação de serotonina.
- IRNS – Inibidores da recaptação de noradrenalina e serotonina.
- Antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos.
Não é aconselhada a administração concomitante com medicamentos simpatomiméticos, como os que são encontrados em descongestionantes nasais e orais, ou em remédios para afecções catarrais contendo efedrina ou pseudoefedrina.
A administração concomitante de mesilato de rasagilina e dextrometorfano também é contraindicada.
A enzima do citocromo P450 (CYP450) participa do metabolismo da maioria das drogas. Estudos de metabolismo in vitro indicaram que a isoenzima do citocromo P450 1A2 (CYP1A2) é a principal enzima responsável pelo metabolismo do mesilato de rasagilina.
A administração concomitante de mesilato de rasagilina e ciprofloxacina – um inibidor do CYP1A2 – pode alterar as concentrações plasmáticas de rasagilina. Portanto, é preciso ter cautela.
Além disso, existe o risco de diminuição dos níveis plasmáticos de mesilato de rasagilina em pacientes fumantes, devido à indução da enzima metabolizadora CYP1A2.
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Quais reações adversas este medicamento pode causar?
Na lista a seguir, detalhamos as reações adversas mais frequentes:
- Gripe ou infecções causadas pelo vírus influenza
- Carcinoma de pele
- Leucopenia
- Alergia, rinite ou conjuntivite
- Diminuição do apetite
- Depressão, alucinações
- Dor de cabeça
- Vertigem
- Angina de peito
- Dermatite
- Flatulências
- Urgência urinária
- Febre ou mal-estar
- Dor musculoesquelética, dor cervical e artrite
Este medicamento é indicado durante a gravidez?
Atualmente, não existem dados clínicos sobre a exposição ao mesilato de rasagilina durante a gravidez. Estudos realizados em animais não indicam efeitos prejudiciais, direta ou indiretamente, sobre a gravidez, sobre o desenvolvimento embrionário e do feto, sobre o parto ou o desenvolvimento pós-natal.
No entanto, deve-se ter cuidado ao prescrever o medicamento para mulheres grávidas. Ele pode interferir na lactação pois, de acordo com dados experimentais, inibe a secreção de prolactina.
Não se sabe se o mesilato de rasagilina é excretado no leite materno. Portanto, as precauções devem ser ainda maiores quando o remédio for administrado a mulheres lactantes.
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