Homem com câncer de pênis tem membro parcialmente amputado: a falta de higiene íntima masculina é o principal fator de risco da doença
Gavin Brooks, de 45 anos, que é subtenente do exército britânico teve o pênis amputado por causa de um câncer no órgão. A doença foi identificada após três erros de diagnóstico ao longo de cerca de seis meses.
A amputação é uma das consequências do câncer de pênis em estágio avançado. No Brasil, o número de amputações de pênis cresceu 1.604% em 14 anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados pela SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) no início do ano passado.
O Brasil tem média de 515 amputações de pênis por ano, e o câncer é principal causa.
As causas do câncer de pênis
Esse tipo de câncer está relacionado principalmente à má higiene na região. Por isso, a recomendação é realizar corretamente a limpeza do órgão:
- O pênis deve ser higienizado como qualquer outra parte do corpo. Não há necessidade do uso de sabonete íntimo. Um dos passos mais importantes é lavá-lo bem com água e sabonete comum.
- A recomendação é puxar para trás o prepúcio (a pele que recobre a cabeça do pênis) e exteriorizar a glande (a cabeça do pênis). Dessa forma, evita-se o acúmulo de esmegma, uma secreção oleosa que, em excesso, pode causar inchaço e infecção.
- É preciso enxugar o pênis. Principalmente porque o acúmulo de água, sobretudo para quem ainda tem o prepúcio, pode gerar fungos, que se proliferam devido ao abafamento da região da virilha.
- Além disso, é recomendável expor a cabeça do pênis durante a micção. Caso contrário, o prepúcio pode armazenar resíduos de urina, o que promove a proliferação de microrganismos na região.
Uma das causas da doença é a falta de acesso adequado à higiene íntima, decorrentes de baixas condições socioeconômicas e de instrução. Fazer a limpeza diária do pênis com água e sabonete é importante para evitar o acúmulo de secreções, que podem causar a proliferação de bactérias e infecções.
Além da má higiene, outros fatores de risco para o câncer de pênis são:
- Fimose (quando a pele que recobre o pênis não deixa a glande ser exposta).
- Excesso de prepúcio.
- Infecção pelo HPV.
- Tabagismo.
Câncer de pênis sempre leva à amputação?
Não. Quando diagnosticado rapidamente, o tumor é superficial e pode ser tratado com radioterapia, quimioterapia ou terapia local, que ajudam a acabar com a lesão sem grandes implicações e nenhum tipo de corte na região.
O problema acontece quando, apesar de perceber que o órgão está comprometido, o paciente só procura o médico quando o pênis já está bem ferido, às vezes com o tumor exposto, saindo sangue e pus. Ou também quando ocorrem falhas médicas que atrasam o diagnóstico do câncer, como no caso do militar inglês.
“Se eu tivesse sido diagnosticado antes, poderia ter feito apenas uma circuncisão e evitado o restante das operações e quimioterapia” disse Brooks ao jornal inglês Daily Mail.
A amputação pode ser parcial ou total. Neste último caso, todo o pênis é retirado e cria-se um novo orifício para a saída da urina, que se chama uretrostomia perineal. A vontade de ir ao banheiro ainda pode ser controlada, mas o homem só vai fazer xixi sentado.
Prevenção
- A principal dica é olhar para seu órgão genital para perceber quando surgir algo diferente. Isso porque esse tipo de câncer costuma começar com uma pequena ferida, que aumenta de tamanho e cria pus, além de causar mau cheiro.
- Fazer uma correta higienização com água e sabão.
- Vacina. Como muitas vezes o câncer é causado pelo HPV, é importante se vacinar. A vacina contra o HPV é distribuída gratuitamente pelo SUS para meninos de 11 a 14 anos, meninas de 9 a 14 anos, pessoas que têm HIV e pessoas com idade entre 9 a 26 anos que receberam transplante. Adultos que estão fora dessas faixas podem se vacinar na rede privada, caso o urologista recomende.
- Usar preservativos nas relações sexuais.
Informações: VivaBem.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.