Hipomagnesemia: baixo nível de magnésio no sangue
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
Falamos de hipomagnesemia quando a quantidade de magnésio no sangue é menor do que o considerado normal (entre 1,7 mg/dL e 2,2 mg/dL). Com base nestes números, define-se hipomagnesemia quando os resultados laboratoriais forem inferiores a 1,7 mg/dL.
Se quiser saber por que isso ocorre e quais são os seus sintomas, convidamos você a continuar lendo este artigo.
O magnésio no corpo
O magnésio é um cátion, ou seja, um elemento com carga elétrica positiva. Entre os cátions do corpo humano, é o mais abundante fora das células. Por sua vez, dentro das células é o segundo mais abundante (depois do potássio).
Quanto aos tecidos onde está presente, a maior parte do magnésio encontra-se nos ossos. Os músculos contêm 20% do total e o restante é distribuído nos outros órgãos.
A alimentação e a eliminação da urina regulam a quantidade de magnésio no organismo. Assim, em uma dieta normal e variada, há 360 miligramas de magnésio. Essa quantidade é suficiente para manter o funcionamento normal do organismo.
Os alimentos que mais contribuem com magnésio para o corpo humano são os cereais, as oleaginosas e as leguminosas. Os vegetais de folhas verdes e os frutos do mar também fornecem magnésio.
Causas de hipomagnesemia
Os especialistas Joel Michels Topf e Patrick T. Murray discutem quatro causas principais de hipomagnesemia:
- Menor entrada no organismo: é uma causa rara e pouco frequente desta doença. Quando há diminuição da ingestão de magnésio, é difícil para o sistema renal retê-lo. Pode ocorrer quando há estados de desnutrição ou alcoolismo crônico. Da mesma forma, a hipomagnesemia é um efeito adverso em pessoas que são alimentadas por via parenteral (pela veia) e não por via oral.
- Perdas maiores: a hipomagnesemia também ocorre se o aparelho digestivo não conseguir reter e absorver o magnésio que entra com os alimentos. Uma diarreia, por exemplo, pode ser a causa da menor absorção.
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- Hiperparatireoidismo: como explica Helbert Rondón-Berríos, as pessoas que sofrem dessa patologia são afetadas pelo que se chama de “redistribuição de magnésio”. Como existe uma deficiência do hormônio da paratireoide (um hormônio que aumenta o cálcio no sangue), o metabolismo do magnésio é alterado. Desta forma, os ossos o absorvem, mas ele não estará presente no sangue.
- Disfunção renal: como o equilíbrio do magnésio depende da sua excreção renal, quando há patologias nos rins também pode haver hipomagnesemia. Na verdade, existe uma condição genética – conhecida como síndrome de Gitelman – em que as crianças nascem com uma alteração dos túbulos renais que as impede de reter potássio, cálcio e magnésio.
Sintomas de hipomagnesemia
Na maioria dos casos, a hipomagnesemia não causa sintomas por si só. Na verdade, outros problemas associados são os que tornam os sinais mais evidentes. Portanto, o principal gerador de sintomas é a falta de potássio que causa a hipomagnesemia.
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Uma vez que o corpo é deficiente em magnésio e potássio, o cálcio também diminui. Portanto, a hipocalcemia será outro dos principais sintomas.
Desta forma, o especialista James L. Lewis detalha o seguinte quadro clínico:
- Náuseas e vômitos.
- Fraqueza e cansaço.
- Anorexia: falta de apetite.
- Tremores musculares: podem ser pequenos, como contrações musculares ou espasmos intensos.
- Sintomas tetânicos: gerados por uma contratura extrema dos músculos.
- Convulsões: de acordo com vários pesquisadores do Hospital Universitário Getafe, as alterações no fluxo sanguíneo interno também podem alterar a transmissão nervosa dos neurônios.
Tratamento a seguir
Se a hipomagnesemia não for grave e for detectada apenas em um exame de rotina, o tratamento é simples. A indicação será uma dieta com alimentos que contenham magnésio, em primeira instância. Logo depois, é importante investigar a causa subjacente do problema.
Se, apesar da dieta, não houver melhora nos valores de magnésio no sangue, o médico deverá prescrever suplementos adequados para a alteração. Geralmente, a melhor opção são os suplementos orais.
Entretanto, nos casos mais graves, com sintomas que afetam a qualidade de vida do paciente, o profissional indicará a administração de magnésio por via parenteral. Esta via também é indicada no caso de pacientes que não possam receber o suplemento por via oral. Isso pode ocorrer, por exemplo, após a realização de cirurgias digestivas, e no caso de alcoólatras crônicos com hipomagnesemia.
O tratamento também será necessário se a insuficiência de magnésio for acompanhada por baixo teor de potássio ou cálcio no sangue. A Revista de Reumatología Clínica publicou um artigo em 2008 demonstrando esse fato. Inclusive, o ideal é suplementar todos os minerais porque se melhorarmos um único valor (por exemplo, o potássio) sem corrigir os outros, o efeito não será duradouro.
Preste atenção à hipomagnesemia
Se os exames indicaram um baixo valor de magnésio no sangue, o médico receitará uma dieta e um tratamento adequado a seguir, de acordo com o seu caso. Seguindo essas indicações, a alteração desaparecerá.
Além disso, lembre-se de manter um estilo de vida saudável e estar alerta para qualquer um dos sintomas mencionados para evitar esse tipo de problema a tempo.
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