Hábitos para controlar o estresse e a depressão pós-parto

A depressão pós-parto afeta a mais de 15% das mulheres que dão à luz. É vital seguir pautas básicas de autocuidado durante e depois da gravidez para preveni-la e tratá-la.
Hábitos para controlar o estresse e a depressão pós-parto
María Belén del Río

Revisado e aprovado por bióloga, médica María Belén del Río.

Escrito por Victoria Blázquez

Última atualização: 01 outubro, 2022

Controlar a depressão pós-parto, problema frequente nas mães de primeira viagem, é difícil porque nem sempre está diagnosticada corretamente. Também não se tem em conta a adoção de hábitos para evitar seu aparecimento. Para poder reconhecê-la e agir a tempo é necessário conhecer suas causas e sintomas.

O que é a depressão pós-parto?

Causas

As causas exatas que desencadeiam os sintomas da depressão pós-parto ainda são desconhecidas, entretanto, há uma série de circunstâncias que ocorrem durante a gravidez que podem afetar o estado anímico da mãe durante os primeiros meses de vida do bebê:

  • Alterações hormonais durante e depois da gravidez: queda dos níveis de estrogênio e de progesterona.
  • Diminuição do ritmo do trabalho e dos relacionamentos em geral.
  • Mudanças no corpo depois do parto: algumas mulheres sofrem uma importante queda em sua autoestima depois de dar à luz pelas sequelas a nível físico deixadas pelo parto e pela gravidez.
  • Menos tempo livre para desfrutar e falta de sono.
  • Dúvidas com relação à sua capacidade para cuidar e educar um filho.

Fatores de risco

Uma gravidez com riscos pode levar à depressão pós-parto

A presença de complicações durante a gravidez ou depois do parto podem afetar psicologicamente a mãe.

Algumas mulheres são mais propensas a padecer de depressão pós-parto porque apresentam um ou mais dos seguintes fatores de risco:

  • Ter sofrido de depressão ou estresse pós-parto com anterioridade.
  • Antecedentes de depressão, transtorno bipolar ou transtorno de ansiedade em etapas anteriores à gravidez.
  • Antecedentes de membros da família com algum transtorno psicológico.
  • Ter sofrido alguma situação traumática durante a gravidez.
  • Complicações médicas durante a gravidez ou durante o parto: doença congênita do bebê, parto complicado ou prematuro, cesárea de urgência, etc.
  • Gravidez não planejada.
  • Estar passando por problemas financeiros.
  • Sentir a falta de apoio por parte das pessoas mais achegadas: o parceiro ou a família.
  • Consumo de drogas ilegais, álcool ou tabagismo durante a gravidez.

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Sintomas de depressão pós-parto

Os sintomas da depressão pós-parto podem interferir na capacidade da mãe para cuidar de seu bebê e de si mesma. Os primeiros sinais geralmente aparecem durante as primeiras semanas depois do parto, apesar de que podem começar até um ano depois do nascimento. Os sintomas mais comuns são os seguintes:

  • Sentimento de desesperança, culpa e tristeza.
  • Alterações bruscas de humor.
  • Sentir ansiedade e preocupação extrema.
  • Incapacidade para dormir ou dormir demasiado.
  • Problemas para estabelecer um vínculo emocional com o bebê: em alguns casos pode produzir-se, inclusive, rejeição do mesmo.
  • Perda de interesse em atividades que antes desfrutava.
  • Dor de cabeça e fadiga generalizada.
  • Perda de apetite.
  • Duvidar de sua capacidade para ser uma boa mãe.
  • Pensar em provocar danos ao bebê ou em si mesma.

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Hábitos para controlar a depressão pós-parto

Seguir umas pautas de autocuidado logo depois do parto, reduzirá as possibilidades de sofrer de depressão depois do parto. Se achar que você ou alguém muito próximo pode estar sofrendo com esta patologia é importante que consulte com o médico para que este derive a paciente ao especialista indicado e assim, possa iniciar o tratamento adequado.

Dormir o tempo suficiente

Controlar a depressão pós-parto com descanso

Aproveite o tempo que o bebê dorme para descansar, assim você poderá afrontar melhor esta nova etapa.

É importante descansar tudo o que puder e aproveitar enquanto o bebê está dormindo ou outra pessoa o está cuidando (papai, amigos ou parentes).

É um hábito muito comum nas mães de primeira viagem aproveitar estes momentos para realizar as tarefas do lar ou profissionais ou então, pôr a casa em ordem. Entretanto, o único que se consegue com isso é acumular cansaço.

Aliás, um estado anímico estável e relaxado, ajuda a que o bebê esteja mais tranquilo e acorde menos vezes e, portanto, a mãe pode descansar mais. É necessário dormir, sempre que isso for possível, e não substituir os momentos de sono e descanso por tarefas que não são tão importantes nesse momento.

Dividir as tarefas e o tempo livre

É fundamental, para a saúde física e psicológica, a divisão das tarefas com o parceiro ou com parentes. O peso da maternidade não pode cair somente sobre os ombros da mãe. É necessário estabelecer uma divisão das tarefas e horários para cuidar do bebê. Assim, no caso de estar com marido ou companheiro, ambos devem desfrutar de um tempo livre para cuidar de si mesmos.

Realizar atividade física

Atividade física depois do parto

Realizar algum esporte durante e depois da gravidez ajuda as mães a ter um estado de ânimo mais estável e assim reduzir e controlar a depressão pós-parto. O exercício libera endorfinas e ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade.

É importante orientar a atividade física para alongar o corpo com exercícios suaves e controlados. Aliás, mais adiante, será possível incorporar progressivamente atividades mais exigentes.

Diminuir os níveis de auto exigência

Um alto percentual de mulheres que sofrem com depressão pós-parto são perfeccionistas e não permitem falhas. Portanto, é vital ter em conta que ninguém nasce sabendo e que a prática é a base para melhorar em qualquer âmbito da vida.

Não se deve fazer comparações com situações que mostram outras mães “perfeitas e controladas”, porque na maioria das vezes esta imagem pode gerar frustração e sentimentos de culpa.

Por último, é necessário considerar que depois do parto é conveniente organizar-se para planejar o tempo com a chegada do novo bebê.

Por tudo isso, é muito importante comentar ao nosso médico qualquer mudança física ou emocional que estivermos sofrendo, porque isso ajudará a um diagnóstico e tratamento a tempo.


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