Fadiga adrenal: a razão pela qual você sempre se sente cansado
Escrito e verificado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli
Você sabia que o cansaço constante que você apresenta pode ser devido a uma condição conhecida como fadiga adrenal? Longe de ser uma doença, é um sintoma relacionado ao estresse.
A fadiga adrenal ou hipoadrenal é uma condição na qual a pessoa se sente constantemente exausta devido a um pequeno desequilíbrio nas várias glândulas adrenais, que funcionam a um nível mais baixo do que o normal.
Deve-se dizer que esta pequena alteração ou insuficiência adrenal não tem nada a ver com nenhum problema grave relacionado aos nossos rins.
Na verdade, a origem desse problema está em um conhecido inimigo: o estresse.
Assim, a chamada fadiga adrenal é um sintoma, o simples resultado do estresse físico ou emocional mantido durante um longo período de tempo.
É então, quando o nosso sistema imunológico enfraquece e, consequentemente, que uma série de desajustes internos resulta na fadiga permanente e naquela apatia e dificuldade em descansar de maneira saudável, o que afeta o nosso modo de vida.
Hoje, no nosso espaço, queremos convidá-lo a conhecer um pouco mais sobre esse tema.
Fadiga adrenal: uma doença ainda não muito estudada
É importante notar que a fadiga adrenal ainda não tem estudos suficientes para considerá-la como uma doença.
De fato, até agora é considerada um desajuste simples nas glândulas que equilibram desde os nossos níveis de glicogênio, até a própria atividade imunológica.
É por isso que não devemos atribuir toda a nossa fadiga a este tipo de condição.
Sempre que experimentamos períodos de grande exaustão é necessário ir ao médico para saber a origem, uma vez que pode haver uma anemia, ou mesmo um problema com a nossa tireoide.
Descubra também: Como preparar água alcalina para perder peso, aliviar a fadiga e prevenir doenças
Qual o papel das glândulas adrenais?
As glândulas adrenais são as que mediam nossa resposta metabólica “luta ou fuga,” quando experimentamos o estresse ou a ansiedade.
Eles também regulam os seguintes hormônios:
- Glicocorticoides: hormônios que gerenciam a reserva de glicogênio.
- Mineralocorticoides: hormônios que controlam o equilíbrio entre a água e o sal no sangue.
- Androgênios e estrogênios: nossos hormônios sexuais.
O que causa a fadiga adrenal?
Como salientamos no início, a principal fonte de fadiga adrenal é o nosso estilo de vida e, em particular, o estresse.
- Muitas vezes, nem percebemos que estamos trabalhando (especialmente mentalmente) acima de nossos recursos pessoais.
- Nós nos levantamos com preocupações, e nos levantamos sem dormir o suficiente e com mais preocupações, com mais pressões, e mais pensamentos negativos, aumentando nossas emoções negativas.
Todas essas dimensões têm sua reflexão em nosso organismo, em nosso coração, nosso cérebro e, claro, nossas glândulas adrenais.
Assim, essas pequenas estruturas localizadas logo acima dos rins são ativadas antes de qualquer desequilíbrio bioquímico, como dieta pobre, problemas digestivos, falta de sono e alto nível de cortisol em nosso corpo.
- Quando o estresse é constante, as glândulas adrenais funcionam sem parar.
- Pouco a pouco, e devido a esta superativação, elas acabam perdendo funcionalidade, tornam-se “cansadas”, “fadigadas” e operam em um nível muito mais baixo.
Descubra também: 6 formas eficazes de controlar os hormônios que nos fazem ganhar peso
Quais são os sintomas da fadiga adrenal?
Como a própria palavra indica, o sintoma mais evidente é a fadiga.
No entanto, devemos lembrar que a fadiga adrenal não é em si mesma uma doença, mas uma alteração, uma incompatibilidade causada pelo estresse.
Os sintomas que vamos experimentar, portanto, são todos aqueles relacionados aos processos de estresse que são amplamente mantidos ao longo do tempo:
- Negatividade e ofuscação
- Dificuldade para se concentrar
- Apatia
- Insônia
- Aumento ou queda de peso
- Problemas digestivos
- Dor muscular
- Queda de cabelo
- Períodos de diarreia e outros de constipação
- Dor de cabeça
O que devemos fazer se suspeitarmos que sofremos de fadiga adrenal?
Caso tenhamos consciência de que nosso nível de estresse é alto, e que podemos estar sofrendo, além disso, de fadiga adrenal, é melhor ir ao médico.
- No entanto, lembre-se: este problema não é resolvido apenas com drogas para estresse ou ansiedade. Precisamos de atenção e estratégias multidimensionais.
- É altamente recomendável, por exemplo, também ir a um bom endocrinologista. O profissional nesta área realizará uma análise adequada e nos oferecerá uma série de diretrizes.
- Da mesma forma, devemos estar conscientes da necessidade de gerenciar adequadamente nossas emoções.
Uma vida mais serena, mais focada e priorizando um pouco mais nossa saúde física e emocional, é fundamental nesses casos.
Recomendações para tratar a fadiga adrenal
- Faremos 5 refeições por dia e em pequenas quantidades.
- Vamos evitar alimentos inflamatórios como café, açúcar, edulcorantes ou alimentos processados.
- Existem também alimentos curativos para as glândulas adrenais:
- Coco
- Suplementos de magnésio
- Abacate
- Brócolis cozido no vapor
- Algas nori
- Proteínas de fácil assimilação
- Execute atividades relaxantes.
- Descanso: tente dormir pelo menos 7 a 8 horas por dia.
- Encoraje relacionamentos positivos em sua vida.
- Pratique Ioga ou mindfulness: que são ideais para reduzir o estresse.
Para concluir, como vemos, o tratamento da fadiga adrenal é muito mais fácil do que pensamos.
Devemos focar as coisas de forma diferentes, priorizar o que é importante, lembrando que se priorizar é saudável, e mesmo necessário.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Lee, J., Lee, H.-K., & Cho, J.-H. (2015). A study on the relationship between stress and fatigue and the musculoskeletal symptoms experienced by Korean radiation workers. Journal of Physical Therapy Science. https://doi.org/10.1589/jpts.27.427
- Chaudhuri, A., & Behan, P. O. (2004). Fatigue in neurological disorders. Lancet. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(04)15794-2
- Kocalevent, R. D., Hinz, A., Brähler, E., & Klapp, B. F. (2011). Determinants of fatigue and stress. BMC Research Notes. https://doi.org/10.1186/1756-0500-4-238
- Rose, D. M., Seidler, A., Nübling, M., Latza, U., Brähler, E., Klein, E. M., … Beutel, M. E. (2017). Associations of fatigue to work-related stress, mental and physical health in an employed community sample. BMC Psychiatry. https://doi.org/10.1186/s12888-017-1237-y
- Parslow, R. A., Jorm, A. F., Christensen, H., Rodgers, B., Strazdins, L., & D’Souza, R. M. (2004). The associations between work stress and mental health: A comparison of organizationally employed and self-employed workers. Work and Stress. https://doi.org/10.1080/14749730412331318649
- Redmer, J. (2017). Adrenal Fatigue. In Integrative Medicine: Fourth Edition. https://doi.org/10.1016/B978-0-323-35868-2.00039-6Schneiderman, N., Ironson, G., & Siegel, S. D. (2005). Stress and Health: Psychological, Behavioral, and Biological Determinants. Annual Review of Clinical Psychology. https://doi.org/10.1146/annurev.clinpsy.1.102803.144141
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.