Esquizofrenia infantil: tudo que você precisa saber

A esquizofrenia infantil pode causar distúrbios de pensamento, comportamentos agressivos e mudanças repentinas nas emoções das crianças. Como reconhecê-la? Saiba em detalhes a seguir.
Esquizofrenia infantil: tudo que você precisa saber
Maricela Jiménez López

Revisado e aprovado por a médica Maricela Jiménez López.

Última atualização: 01 outubro, 2022

Você sabe o que é a esquizofrenia infantil? Trata-se de uma doença mental rara, embora grave, sobre a qual ainda há muito para ser investigado e descoberto. Após o diagnóstico, essa condição de saúde mental precisa ser tratada durante toda a vida.

A esquizofrenia é um distúrbio psicótico crônico. Está associada a déficits graves de cognição, distúrbios de personalidade, alucinações e perda de contato com a realidade. A seguir, explicaremos mais sobre esta doença que também ocorre em crianças.

Fatos gerais sobre a esquizofrenia infantil

Na maioria dos casos, o início da esquizofrenia ocorre entre os 14 e os 35 anos. Entre 13 e 18 anos, esse início é considerado precoce. Se a doença se apresentar em uma idade ainda mais jovem, o prognóstico costuma ser bastante desfavorável.

Apenas 1 em cada 10.000 crianças são diagnosticadas na infância. Esses dados tornam a esquizofrenia infantil uma doença mental rara, mas grave.

Tudo que você precisa saber sobre a esquizofrenia infantil

As alucinações são o principal sintoma?

Primeiro, precisamos saber que as alucinações nem sempre são uma confirmação de esquizofrenia infantil. Elas também podem ser causadas ​​por trauma psicológico ou algum tipo de autismo.

As crianças com esquizofrenia também sofrem de um distúrbio de pensamento, comportamento agressivo impulsivo e outros sintomas negativos, como apatia e retraimento social. Este último também pode ser confundido com estados depressivos. Por esse motivo, é importante ter um diagnóstico que leve em consideração todos os aspectos clínicos.

Outros sintomas da esquizofrenia infantil

Esquizofrenia infantil
Os sintomas da esquizofrenia infantil podem variar de criança para criança; no entanto, eles costumam afetar o pensamento, o comportamento e as emoções.

Em geral, a esquizofrenia é caracterizada por problemas que afetam o pensamento, o comportamento e as emoções. Delírios e alucinações são frequentes, assim como a fala desorganizada.

Infelizmente, esta doença é difícil de ser detectada em seus estágios iniciais. No entanto, as crianças podem sofrer atrasos na fala e também para engatinhar e andar. Além disso, podem apresentar outros comportamentos motores atípicos, como sacudir partes do corpo ou balançar.

Outros distúrbios, como comportamentos estranhos e transtornos comportamentais com familiares e amigos, podem surgir mais tarde. Problemas de sono, irritabilidade e falta de motivação também são características comuns.

Crianças violentas

Outro dos sintomas da esquizofrenia infantil é a atitude violenta, sobre a qual ainda há muito a ser estudado em idades tão precoces. Houve um estudo baseado em crianças de 4 a 15 anos com doenças do espectro esquizofrênico.

72% tinham histórico de comportamento violento, enquanto um terço se destacava por uma agressividade muito significativa. Nesses episódios, em alguns casos, não foi encontrada uma causa específica, motivo pelo qual esta é considerada violência impulsiva e interna. 

A causa é conhecida?

Criança com esquizofrenia
A causa exata da esquizofrenia infantil ainda é desconhecida. No entanto, o componente genético pode desempenhar um papel importante no seu desenvolvimento.

A causa da esquizofrenia infantil ainda é desconhecida, mas poderia ser a mesma observada em adultos. Estudos apontam causas genéticas e alterações nos processos químicos do cérebro (dopamina e glutamato).

Alguns fatores que podem influenciar o surgimento desta doença são conhecidos:

  • Histórico familiar desta doença.
  • Consumo de drogas psicoativas.
  • Sistema imunológico comprometido.
  • Complicações durante a gravidez ou parto.
  • Pai de idade avançada.

O risco de suicídio é alto

Um dos grandes medos dos pacientes e de suas famílias, assim como dos médicos, é o risco de suicídio. É muito importante ter isso em mente, pois as estatísticas mostram que 90% dos jovens que se suicidam sofrem de um distúrbio mental.

Especificamente, 30% dos jovens que sofrem de esquizofrenia tentam cometer suicídio ao longo da vida. Portanto, o monitoramento é essencial desde a mais tenra idade.

Como é o tratamento para a esquizofrenia infantil?

A esquizofrenia é tratada por toda a vida, seja ela iniciada na infância ou na idade adulta. O mais importante é iniciar o tratamento o mais rápido possível, com o objetivo de reduzir os episódios psicóticos e seus efeitos a longo prazo.

Agora você sabe um pouco mais sobre os sintomas e características da esquizofrenia infantil. Porém, cabe destacar que muitos sintomas podem estar relacionados a outros transtornos mentais. Portanto, o médico é o responsável por fazer o diagnóstico final, bem como indicar o tratamento personalizado.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • McClellan, J., & Stock, S. (2013). Practice parameter for the assessment and treatment of children and adolescents with schizophrenia. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. https://doi.org/10.1016/j.jaac.2013.02.008
  • Driver, D. I., Gogtay, N., & Rapoport, J. L. (2013). Childhood Onset Schizophrenia and Early Onset Schizophrenia Spectrum Disorders. Child and Adolescent Psychiatric Clinics of North America. https://doi.org/10.1016/j.chc.2013.04.001
  • Charles Schulz, S., & Goerke, D. (2016). Schizophrenia in children and adolescents. In The Medical Basis of Psychiatry: Fourth Edition. https://doi.org/10.1007/978-1-4939-2528-5_22
  • Read, J., Van Os, J., Morrison, A. P., & Ross, C. A. (2005). Childhood trauma, psychosis and schizophrenia: A literature review with theoretical and clinical implications. Acta Psychiatrica Scandinavica. https://doi.org/10.1111/j.1600-0447.2005.00634.x
  • Ross, R. G., Maximon, J., Kusumi, J., & Lurie, S. (2013). Violence in childhood-onset schizophrenia. Mental illness.
  • Stevens, J. R., Prince, J. B., Prager, L. M., & Stern, T. A. (2014). Psychotic disorders in children and adolescents: a primer on contemporary evaluation and management. The primary care companion for CNS disorders, 16(2).

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.