Dopamina
Escrito e verificado por médico Nelton Abdon Ramos Rojas
A dopamina é um dos neurotransmissores do sistema nervoso central (SNC). Estas são substâncias que atuam como “mensageiras” e permitem o transporte de informações. Consequentemente, elas intervêm na transmissão de estímulos de um neurônio a outro por meio das sinapses.
Alguns neurotransmissores podem condicionar outros. É o caso da serotonina (relacionada aos estados de humor), que está envolvida com a dopamina. Portanto, quando os níveis desse neurotransmissor são alterados, os da serotonina também são, e vice-versa.
Os neurônios da dopamina são responsáveis pela sua produção e liberação. Essas células são encontradas na região do cérebro chamada substância negra.
Vias relacionadas à dopamina: via dopaminérgica mesolímbica
Nesta seção, os neurônios dopaminérgicos estão localizados em diferentes partes do sistema límbico (tálamo, hipotálamo e amígdala cerebral). Este sistema regula emoções, memória, fome e instintos sexuais, entre outros.
O papel da dopamina é fundamental nesta região, pois está associado ao gerenciamento e coordenação do sistema de recompensa do nosso cérebro.
Quando ações que o corpo avalia como benéficas são realizadas, a dopamina é liberada. Isso causa uma sensação de prazer que o convence a repetir aquela ação no futuro (sejam atividades básicas como saciar a fome ou reconhecimento social, por exemplo). Por esse motivo, o comportamento ou a personalidade podem ser modificados.
Quando há problemas de dependência (drogas, álcool, etc.), esse sistema de recompensa é superestimulado.
Descubra também: Neurogênese: como são gerados novos neurônios?
Via dopaminérgica mesocortical
Os neurônios se projetam no córtex pré-frontal do cérebro. Essa área, por sua vez, está associada a competências executivas, como planejamento ou tomada de decisões, entre outras.
Nesse caso, a dopamina atua para gerar novas alternativas ou opções, escolher aquela que considerar melhor e realizá-la. O déficit desse neurotransmissor nessa área está relacionado a certas doenças, como esquizofrenia, depressão, ansiedade social e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Via dopaminérgica nigroestriatal
Os neurônios têm como alvo os gânglios da base, uma região do cérebro envolvida no controle do movimento.
Quando a dopamina tem valores mais baixos do que o normal, ela causa distúrbios do movimento. Esse é o caso do mal de Parkinson, caracterizado por rigidez muscular, tremores, movimentos lentos, entre outros.
A dopamina é um neurotransmissor com múltiplas funções. Seu déficit está relacionado à esquizofrenia.
Via dopaminérgica tuberoinfundibular
Os neurônios se estendem do hipotálamo até a glândula pituitária anterior.
A hipófise anterior é um órgão endócrino responsável pela liberação de prolactina, um hormônio que regula a produção de leite materno. Essa via geralmente está ativa e a dopamina atua como um inibidor da prolactina.
No entanto, no pós-parto, a atividade dos neurônios diminui. Dessa forma, uma grande quantidade é liberada, facilitando a lactação.
Você pode se interessar: 7 hábitos que apoiam a regeneração dos neurônios
Via dopaminérgica talâmica
Trabalha no tálamo. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Barcelona descobriu que a dopamina pode estar relacionada a fatores que regulam o sono e mantêm a vigília.
Embora ainda não se saiba ao certo, os defeitos desse neurotransmissor podem estar relacionados a outras substâncias reguladoras do sono, como a melatonina.
Altos níveis de estresse e a privação de sono também diminuem a produção de dopamina. Dessa forma, ela está relacionada a alterações na qualidade de vida. Por outro lado, uma dieta balanceada favorece a sua produção.
O mal de Parkinson e a dopamina
A dopamina ajuda a controlar o movimento muscular. Na doença de Parkinson, pode haver perda de neurônios que produzem este neurotransmissor.
Quando os seus níveis diminuem, ocorre uma anormalidade na atividade cerebral que pode levar aos sintomas da doença de Parkinson:
- Tremores.
- Movimento lento.
- Alteração de equilíbrio e/ou postura.
- Mudanças na redação.
- Mudanças na fala
- Rigidez muscular.
- Perda de movimentos automáticos.
Diversas pesquisas estão em andamento sobre o funcionamento dos neurotransmissores. No caso do Parkinson, medicamentos como a levodopa são usados para aliviar os sintomas.
Embora ainda sejam necessários mais estudos sobre isso, parece que sabemos cada vez mais sobre neurotransmissores como a dopamina.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Berridge K, Robinson T (1998). «What is the role of dopamine in reward: hedonic impact, reward learning, or incentive salience?». Brain Res Brain Res Rev 28 (3): 309-69
- Flaherty, A.W, (2005). «Frontotemporal and dopaminergic control of idea generation and creative drive». Journal of Comparative Neurology 493 (1): 147-153
- Brailowsky, Simón (1995). «5 Los neurotransmisores». Las sustancias de los sueños: neuropsicofarmacología. México: Instituto latinoamericano de la comunicación educativa. Consultado el 19 de agosto de 2016
- Luis Samper, Neuroquímica cerebral: “Las moléculas y la conducta”. Biosalud, Revista de Ciencias básicas
-
Luo, S. X., & Huang, E. J. (2016). Dopaminergic neurons and brain reward pathways: from neurogenesis to circuit assembly. The American journal of pathology, 186(3), 478-488.
- Enfermedad de Parkinson – Síntomas y causas – Mayo Clinic. (2018). Retrieved 17 July 2020, from https://www.mayoclinic.org/es-es/diseases-conditions/parkinsons-disease/symptoms-causes/syc-20376055
- The role of dopamine in sleep regulation. (2012). Retrieved 17 July 2020, from https://www.sciencedaily.com/releases/2012/06/120619225725.htm
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.