Dissecção venosa periférica: tudo que você precisa saber

A dissecção venosa periférica é indicada para pacientes que precisam ter uma veia canalizada, mas o procedimento não pode ser realizado por via percutânea.
Dissecção venosa periférica: tudo que você precisa saber
Leonardo Biolatto

Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto.

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 16 janeiro, 2023

A dissecção venosa periférica consiste em um procedimento cirúrgico que tem como objetivo a dissecção da veia superficial de alguma extremidade ou do pescoço. Com ela, busca-se introduzir um cateter que pode ser curto ou chegar até a veia cava ou o átrio direito.

O acesso consiste em uma porta de acesso venoso completamente implantável, o que significa que proporciona aos pacientes um acesso seguro e permanente a uma veia.

Portanto, a dissecção venosa periférica é indicada nas situações em que é preciso manter uma veia canalizada e o procedimento não pode ser realizado por via percutânea.

É frequentemente utilizada em pacientes que precisam de administração contínua de fármacos injetáveis como, por exemplo, pacientes que recebem quimioterapia. O procedimento também recebe o nome de flebotomia.

Vantagens da dissecção venosa periférica

A técnica de dissecção venosa periférica é um procedimento cirúrgico aberto. Nesse processo, a veia cefálica é aberta e acessada.

A dissecção venosa é um procedimento que pode ser muito positivo para o paciente graças às seguintes características:

  • Podem ser introduzidos cateteres longos sob visão direta da veia.
  • Podem ser administradas: quimioterapia, nutrição parenteral total ou soluções hipertônicas.
  • A ponta do cateter pode ser colocada em uma posição central da veia.
  • Através do cateter, é possível registrar a pressão venosa central.
  • Os cateteres podem permanecer no local por longos períodos de tempo, até mesmo anos.

Além disso, é importante destacar que como a extremidade pode ser colocada em uma veia grossa ou no átrio direito, os profissionais evitam o desenvolvimento de flebite e esclerose.

Ambas as doenças geralmente se desenvolvem quando esses tratamentos são feitos através da injeção de sangue em uma veia periférica, utilizando cateteres curtos.

Técnica da dissecção venosa periférica

Exame de sangue

O primeiro ponto a se considerar para uma correta execução da técnica é a posição do paciente, que vai depender do local escolhido para realizar o procedimento.

Quando os envolvidos são adultos, a região que costuma ser utilizada com maior frequência é a face anteromedial do braço em seu terço distal. Mais especificamente, acima da dobra do cotovelo. O objetivo é acessar a veia basílica. Além disso, outros lugares podem ser:

  • As veias jugulares externas do pescoço.
  • A veia cefálica no sulco deltopeitoral.
  • A crossa da safena na origem do músculo.

Caso o paciente seja uma criança, o processo tem como foco a safena interna em sua origem. Isso significa 1 centímetro acima e na frente do maléolo interno ou medial do tornozelo.

É fundamental considerar que, se as condições do paciente permitirem, o cirurgião sempre deve explicar o procedimento e obter seu consentimento antes de iniciá-lo.

Após ter escolhido o lugar onde será realizado o procedimento, o paciente deverá ser colocado na posição adequada. Se a dissecção venosa for realizada no braço ou no sulco deltopeitoral, o braço deve ser colocado em abdução.

O profissional sempre deve usar o uniforme regulamentar, que é composto por touca, máscara, jaleco e luvas estéreis.

Complicações

Enfermeira tirando sangue

Geralmente, as complicações associadas a essa técnica têm origem no procedimento cirúrgico realizado em seguida. Dessa maneira, trata-se de riscos cirúrgicos relacionados com a essência do cateter in situ ou riscos pós-operatórios, que geralmente ocorrem durante os próprios cuidados pós-operatórios.

Em primeiro lugar, as complicações cirúrgicas costumam ser as seguintes:

  • Impossibilidade ou dificuldade de identificar ou canalizar uma veia.
  • Ruptura da veia ou lesões arteriais. Nesse caso, podem ocorrer consequências realmente graves.
  • Ruptura da veia canalizada, hematomas ou ligadura arterial.
  • Dificuldade de passar o cateter.

As complicações pós-operatórias têm origem na permanência do cateter na veia. Isso pode acontecer por falta de cuidados ou devido ao tempo prolongado. Os riscos são os seguintes:

  • Tromboembolia.
  • Flebite: problema que surge ao deixar o cateter dentro da veia durante um longo período.
  • Acúmulo de pus no local da incisão: geralmente é causado por hematomas infectados que, no pior dos casos, podem dar origem ao desenvolvimento de uma sepse generalizada.

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É por isso que bons cuidados pós-operatórios sempre são fundamentais. Os profissionais recomendam manter o cateter isolado com gazes estéreis. Assim, evita-se a colonização bacteriana e o cateter fica fixo, para impedir que saia durante sua manipulação ou ao movimentar o paciente.


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