Lesão do manguito rotador: sintomas e tratamento

Uma lesão no manguito rotador é o ferimento mais comum na região do ombro e pode ser uma pequena lesão ou até uma ruptura completa do tendão.
Lesão do manguito rotador: sintomas e tratamento
Diego Pereira

Revisado e aprovado por o médico Diego Pereira.

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 16 janeiro, 2023

O manguito rotador é um grupo de músculos e tendões que rodeia a articulação do ombro. Uma lesão do manguito rotador pode provocar dor e diminuição da força durante a elevação do braço. Muitos podem acordar à noite com dor no ombro acometido e movimentos como a retirada de carteira do bolso da calça ou a retirada do sutiã também geram desconforto.

Além disso, o risco de sofrer uma lesão do manguito rotador aumenta com a idade.

Sintomas de uma lesão do manguito rotador

A dor relacionada com uma lesão no manguito rotador pode se manifestar de diferentes formas como, por exemplo:

  • Pode ser descrita como uma dor maçante e profunda no ombro
  • Também pode alterar o sono, especialmente se o paciente dorme sobre o ombro afetado.
  • Por outro lado, o paciente pode sentir dor ao se pentear ou tocar as costas.
  • Finalmente, a dor também pode estar acompanhada por fraqueza no braço.

Tratamentos

Lesão do manguito rotador
  • Tratamentos conservadores: indica-se um tratamento clínico a partir do uso de analgésico e anti-inflamatórios para atenuar os sintomas de dor. Também, descanso, gelo e fisioterapia.
  • Cirurgia do ombro: pode-se iniciar tratamento cirúrgico baseado na causa da doença. Por exemplo, se a sua lesão for grave e envolver uma ruptura completa do músculo ou tendão.

Seu ortopedista pode avaliar qual tratamento estará mais indicada no seu caso.

Reabilitação personalizada

A reabilitação pós-operatória, logo após a reparação cirúrgica do manguito rotador, deve começar com uma estreita comunicação entre o médico traumatologista e o fisioterapeuta.

As etapas da reabilitação devem ser individualizadas para cada pacienteem função de:

  • Tipo e tamanho da lesão.
  • Qualidade dos tecidos.
  • Técnica cirúrgica utilizada.
  • Segurança da reparação.
  • Idade.
  • Nível de atividade.
  • Objetivos pessoais de cada paciente.

Os pacientes com lesões importantes, costumam ter mais chances de reincidência e, por isso, devem seguir um protocolo de reabilitação mais lento para proteger a reparação cirúrgica realizada.

Pelo contrário, os pacientes com fatores de risco para o desenvolvimento de uma rigidez do ombro no pós-operatório, requerem uma mobilização precoce para prevenir esta complicação.

As etapas da reabilitação são baseadas na avaliação periódica do paciente. Além disso, deve-se incorporar um programa de exercício domiciliar, em cada fase do tratamento reabilitador.

Programas de reabilitação de uma lesão do manguito rotador

Existem dois tipos de programas:

1. Conservador

A finalidade desse tipo de programa é minimizar o estresse dos tecidos e facilitar sua cicatrização.

Os pacientes com idade superior aos 50 anos, com lesões graves, de mais de um tendão e/ou com má qualidade dos tecidos, requerem um programa de tratamento conservador.

2. Acelerado

No tipo acelerado não existem riscos de danificar as estruturas reparadas ou por requerer um início precoce.

Ainda mais, os pacientes de idade inferior a 50 anos, com afecções leves, de somente um tendão do manguito e boa qualidade dos tecidos, seriam os apropriados para um programa de tratamento padrão ou acelerado.

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Etapas da reabilitação do manguito rotador

Nesse sentido, no caso da reabilitação após a reparação do manguito por artroscopia, existem quatro etapas.

Mulher com ombro operado

Etapa 1: pós-cirúrgica imediata

Em síntese, a manutenção e proteção da reparação no pós-operatório imediato de 0 a 4 semanas, inclui as seguintes pautas:

  • Tala de imobilização do ombro em leve abdução e rotação interna.
  • Dormir com a tala, em cadeira reclinável e com um travesseiro sob o braço.
  • Retirar a imobilização unicamente para a higiene e os exercícios.
  • Crioterapia.
  • Exercícios pendulares.
  • Exercícios ativos de cotovelo/pulso/mão, em amplitude articular completa.
  • Alongamentos da coluna cervical.

Etapa 2: proteção e mobilização ativa protegida

A saber, a progressão desde a amplitude de movimento passivo precoce até alcançar uma amplitude de movimento ativo funcional, compreende de 4 a 10 semanas.

  • Nas 4 semanas. Mobilização passiva, em decúbito supino.
  • Após 6 semanas. Mobilização passiva completa, iniciar mobilidade ativa-assistida e ativa.
  • Nas 8 semanas. Exercícios escapulotorácicos, isométricos submáximos, em cadeia cinética fechada e exercícios proprioceptivos, em cadeia cinética aberta.

Etapa 3: fortalecimento precoce

Em suma, a iniciação do fortalecimento muscular vai de 10 a 14 semanas. Ademais, deve-se alcançar os seguintes objetivos:

  • Em primeiro lugar, mobilidade ativa completa.
  • Além disso, restabelecer força, potência e resistência muscular.
  • Posteriormente, controle neuromuscular e proprioceptivo.
  • Ademais, fortalecimento da musculatura periescapular.
  • Finalmente, retorno gradual às atividades da vida diária.

Etapa 4: fortalecimento avançado para uma lesão do manguito rotador

Em resumo, alcançar os níveis de funcionalidade prévios à lesão demorará entre 14 a 22 semanas. Os objetivos a alcançar são:

  • Em primeiro lugar, mobilidade ativa completa e não dolorosa.
  • Além disso, retorno às atividades esportivas.
  • Ademais, recuperar a força, potência e resistência muscular normais.
  • Finalmente, retorno a todas as atividades.

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