Logo image
Logo image

Tudo que você precisa saber sobre a deficiência visual

4 minutos
A deficiência visual gera limitações em vários campos. É um problema prevalente na população mundial, mas hoje existem cada vez mais ajudas tecnológicas para lidar com a situação.
Tudo que você precisa saber sobre a deficiência visual
Leonardo Biolatto

Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto

Escrito por Edith Sánchez
Última atualização: 10 dezembro, 2022

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)existem no mundo cerca de 2,2 bilhões de pessoas com algum grau de deficiência visual. Destes, cerca de 1 bilhão poderiam ter evitado essa condição se tivessem sido tratados a tempo e da maneira correta.

A instituição destaca ainda que a deficiência visual é mais recorrente no meio rural, nos setores de baixa renda, nas mulheres, nos idosos e nas minorias étnicas. Isso corrobora a ligação entre esse problema e a dificuldade ou impossibilidade de acesso a um tratamento adequado a tempo.

O que é a deficiência visual?

Não há consenso absoluto sobre o conceito de deficiência visual. Isso porque ainda existem diferenças em relação à fronteira que separa a deficiência da incapacidade como tal. No entanto, um dos significados mais assumidos é aquele que compartilharemos com você a seguir.

Observa-se que o termo “deficiência visual” deve ser usado genericamente para abranger tanto as pessoas totalmente cegas quanto as que apresentam uma deficiência significativa. Desta forma, é um conceito que abrange qualquer tipo de problema de visão grave, independentemente da causa.

Nesse sentido, o conceito é complementado por observar que tal problema deve gerar limitações para a realização de determinadas atividades, como leitura, escrita, orientação e mobilidade. Por sua vez, a cegueira é entendida como qualquer forma de deficiência visual grave, sem implicar a total ausência da visão.

Some figure
A cegueira é uma condição que dificulta o dia a dia, mas hoje existem diversas formas de ajudar os afetados.

Quais são as suas causas?

As principais causas de deficiência visual e cegueira são catarata, ametropia, tracoma, oncocercose, glaucoma, retinopatia diabética e degeneração macular relacionada à idade. Vamos ver em mais detalhes:

  • Catarata: é considerada a principal causa de cegueira no mundo. Estima-se que corresponde a 43% dos casos e acontece devido a uma perda da transparência do cristalino.
  • Retinopatia diabética: é a principal causa de perda de visão nos países desenvolvidos. É típica de quem não controla os níveis de açúcar no sangue. Ela progride para uma cegueira progressiva a partir de pequenas hemorragias no olho.
  • Degeneração macular relacionada à idade: segunda causa de deficiência visual em países desenvolvidos. Inicialmente, causa visão central embaçada, mas se progredir, pode se transformar em cegueira.
  • Glaucoma: é responsável por cerca de 15% dos casos de deficiência visual no mundo. Leva à perda da visão periférica devido ao aumento da pressão dentro do olho.
  • Tracoma: é uma infecção que atinge os dois olhos e é a principal causa de cegueira infecciosa. É mais comum em países em desenvolvimento.
  • Ametropia: este termo inclui miopia, hipermetropia e astigmatismo. É a incapacidade do olho de formar a imagem de um objeto devido a uma desproporção entre o comprimento do globo ocular e a potência das suas lentes internas.
  • Retinite pigmentosa: neste caso, a visão periférica e a capacidade de ver no escuro são reduzidas. Inclui várias doenças oculares crônicas de origem genética.

Detecção, graus e tipos de deficiência visual

As anormalidades na visão são detectadas em consulta com o optometrista ou oftalmologista. Devem ser examinadas dificuldades para ler, ver de perto ou de longe, captar imagens com clareza ou a presença de conjuntivite ou supuração.

Existem quatro graus de deficiência visual, com base na acuidade do globo ocular da pessoa:

  • Leve: acuidade visual inferior a 50%.
  • Moderada: menos de 33%.
  • Grave: grau de acuidade visual inferior a 10%.
  • Cegueira: os valores registrados no exame são inferiores a 1%.

Por outro lado, do ponto de vista funcional e até do jurídico, a classificação é a seguinte:

  • Parcial: quando há um olho gravemente afetado ou ambos os olhos estão parcialmente afetados.
  • Total: mesmo com perda da visão em ambos os olhos, uma acuidade visual de 0,1% ou mais é alcançada.
  • Absoluta: se a acuidade visual não ultrapassar 0,1%.
Some figure
O método braille é uma ajuda inestimável para a cegueira.

As necessidades de uma pessoa com deficiência visual

Uma pessoa com deficiência visual pode usar diferentes meios de ajuda para lidar melhor com a sua condição. Para a orientação e mobilidade fora de casa existem bengalas, cães-guia e, atualmente, ferramentas tecnológicas como o GPS, com aplicativos voltados para quem tem problemas de visão.

Para visualizar objetos, e dependendo do grau de deficiência visual, é aconselhável utilizar mais iluminação ou aparelhos que tenham fontes ampliadas, lupas e lentes de alta potência. Quando a pessoa é cega, o braille é um método de leitura muito eficaz.

Por motivos óbvios, a casa deve ser adaptada às condições visuais de cada pessoa. Da mesma forma, hoje existem aparelhos cada vez mais eficazes, como o visor eletrônico de realidade aumentada e os chamados óculos inteligentes.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Gómez-Ulla, F., & Monés, J. (Eds.). (2005). Degeneración macular asociada a la edad. Prous Science.
  • Vinores, S. A., Küchle, M., Derevjanik, N. L., Henderer, J. D., Mahlow, J., Green, W. R., & Campochiaro, P. A. (1995). Blood-retina1 barrier breakdown in retinitis pigmentosa: light and electron microscopic immunolocalization. Histology and histopathology.
  • Escudero, J. C. S. (2011). Discapacidad visual y ceguera en el adulto: revisión de tema. Medicina UPB, 30(2), 170-180.
  • Cedeño, María Leonila García, Inger Solange Maitta Rosado, and Karina Gissela Rivera Loor. “Characterization of the Visual Disability and Its Relation with the Resilience.” International research journal of management, IT and social sciences 5.2 (2018): 32-40.
  • Sarabia, César Pineda, Xóchitl Josefina Zarco Vite, and María Luisa Ruiz Morales. “Retinopatía diabética, una complicación descuidada.” Atención Familiar 25.2 (2018): 83-85.
  • Weinreb, Robert N., et al. “Primary open-angle glaucoma.” Nature Reviews Disease Primers 2.1 (2016): 1-19.
  • Silva, J. N., et al. “TRACOMA: FASES CLÍNICAS E FORMAS DE DIAGNÓSTICOS.” International Journal of Parasitic Diseases 1 (2018).
  • Osorio Illas, Lisis, et al. “Prevalencia de baja visión y ceguera en un área de salud.” Revista Cubana de Medicina General Integral 19.5 (2003): 0-0.
  • Arroyo, Nicole, et al. “El Modelo dual de reconocimiento de la palabra en el Sistema Braille.” CienciAmérica 8.1 (2019): 90-104.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.