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Crianças e redes sociais: quais são os perigos

5 minutos
As redes sociais atraem cada vez mais a atenção e participação das crianças. Os pais temos a responsabilidade de estabelecer as regras de uso e supervisionar o desempenho de nossos filhos.
Crianças e redes sociais: quais são os perigos
Escrito por Thady Carabaño
Última atualização: 23 agosto, 2022

As crianças do século XXI vivem com uma realidade que seus pais e avós certamente não viveram: as redes sociais. Embora essas comunidades não sejam projetadas para crianças com menos de 13 anos, a interação entre crianças e redes sociais estão se tornando cada vez mais frequentes.

As crianças nem sempre são preparadas ou adequadamente supervisionadas quando entram na internet e começam a interagir com outras pessoas através das redes sociais. Há perigos quando as crianças e os usuários das redes sociais começam seu relacionamento. Perigos que podem prejudicar seu desenvolvimento saudável e felicidade de várias maneiras. Portanto, cabe aos pais estarem atentos.

A indiferença dos pais em relação às crianças e redes sociais

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Enquanto atualmente a relação entre crianças e redes sociais é uma realidade crescente, muitos pais não supervisionam o conteúdo que seus filhos manipulam na internet. Às vezes, eles nem sabem como as redes sociais funcionam, não as usam nem estabelecem normas para que seus filhos as utilizem.

As redes sociais não são projetadas para crianças menores de 13 anos; inclusive para integrar algumas delas é necessário ser maior de idade. Na verdade, para abrir uma conta, eles solicitam um endereço de e-mail que também pode ser aberto somente no caso de que tenham a idade mencionada.

Sendo assim, as crianças falsificam sua identidade para ter um endereço de e-mail e para abrir uma conta em qualquer uma das redes sociais mais populares. E o mais preocupante: os pais permitem, encorajam e não supervisionam.

Leia este artigo: Crianças do século 21 e a tecnologia

Os perigos das redes sociais

Quando a relação entre crianças e redes sociais começa, sem que seus pais tenham estabelecido regras básicas para seu uso e proteção, eles estão expostos a sérios perigos. O menor dos riscos é o de que percam a concentração para os estudos porque estão conectados várias horas às redes sociais.

No entanto, existem perigos muito maiores. Eles podem ser vítimas de outras crianças agressivas ou abusivas, ou pior, adultos que os enganam e manipulam com propósitos muito obscuros. Para entender a magnitude do perigo, apresentamos algumas das situações mais alarmantes que nossos filhos podem enfrentar.

Vício

As redes sociais reforçam valores como fama e popularidade. A criança se torna viciada em acumular “curtidas” de amigos e estranhos. Não podem viver sem olhar para as suas redes sociais nem por um segundo.

A criança viciada em redes sociais não só perde sua privacidade, porque quer registrar cada momento para torná-lo público. Além disso, também começa a preferir e privilegiar relacionamentos virtuais, no lugar das relações cara a cara com crianças de sua idade. Isso pode levar ao isolamento.

Incitação ao ódio

Mensagens de ódio, intolerância e apelos à violência contra uma pessoa ou contra grupos de pessoas circulam massivamente nas redes sociais. O ódio é comum (mas nunca justificado) em causas como raça, religião, nacionalidade ou ideias políticas.

Essas mensagens são multiplicadas e amplificadas diariamente. Crianças que usam redes sociais são expostas a elas e ao seu poder de convencimento. E isso é ainda mais perigoso se os pais não promoverem o uso responsável de novas tecnologias. As crianças se tornam incitadores de ódio, o que é conhecido como trolls e haters.

Acosso e bullying escolar através das redes sociais

As crianças compartilham conteúdo privado de outras crianças submetendo-as ao bullying escolar. O bullying sempre existiu, mas agora, com crianças e redes sociais, há uma chance crescente de humilhar e assediar a vítima de maneira massiva.

A provocação e ódio que é desencadeado entre aqueles que comentam e compartilham as publicações podem levar a vítima a situações de estresse, ansiedade e depressão. O ciberbullying escolar pode ter sérias consequências para a sua estabilidade e até para a sua própria vida.

Sexting

Um adulto que provavelmente finge ser menor de idade manipula a criança. Convence-a para que envie fotografias ou vídeos com poses sedutoras, ou mesmo sem roupas.

O material é divulgado de forma massiva e descontrolada por meio de e-mails ou mensagens digitais, de modo que a criança autora do conteúdo está exposta a grandes riscos.

Grooming

Um adulto desenvolve um conjunto de estratégias para obter aprovações e até abordagens de natureza sexual. Utiliza uma abordagem cheia de empatia e engano.

Primeiramente, o predador obtém as imagens comprometedoras das crianças. Então, através de chantagem cruel, ameaças e manipulações, ele pretenderá conseguir encontros com a criança. Grooming é o começo de situações como assédio, abuso sexual e pornografia infantil.

Sextorsão

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Quando um material que mostra uma criança em uma atitude erótica circula em massa, ela pode chegar às mãos de um adulto que tira fotografias ou filma, localiza a criança e a extorque.

A sextorsão é um crime cada vez mais comum. O chantagista ameaça a criança com a publicação do conteúdo através de redes sociais. Pressiona-a para que envie mais material. Só esse material, nas mãos de pessoas sem escrúpulos, é suficiente para prejudicar de maneira irreversível uma criança.

Você sabia? As crianças não precisam de celulares, precisam do seu tempo

Considerações para os pais

Os pais, no século 21, não podemos ser indiferentes ou permanecer ignorantes quando nossos filhos usam as redes sociais. Devemos estar atentos e determinar as regras básicas para o seu comportamento, quantidade de horas e horários de uso desses espaços.

As crianças que usam redes sociais devem saber que é proibido compartilhar conteúdo privado ou informações que não mostrariam aos seus pais. Também não podem fazer isso com o conteúdo de outras crianças.

Finalmente, as crianças devem aprender a valorizar sua privacidade e intimidade. Portanto, é melhor que as crianças só façam amizades virtuais com outras pessoas que sejam realmente amigas na vida real.


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