Chá de folhas de coca: traz benefícios para a saúde?

Existem pessoas que devem ter cuidado ao consumir esse tipo de bebida, pois podem prejudicá-las. Portanto, o mais recomendável é consultar o médico com antecedência.
Chá de folhas de coca: traz benefícios para a saúde?
Eliana Delgado Villanueva

Revisado e aprovado por a nutricionista Eliana Delgado Villanueva.

Última atualização: 11 julho, 2023

A infusão de folhas de coca é uma bebida popular na América do Sul. Originária das regiões andinas, é consumida há centenas de anos. Também é conhecida como “mate ou chá de coca”.

Essa bebida tem um efeito semelhante ao do café, portanto, é um estimulante leve, não uma droga (como a cocaína).

De acordo com algumas crenças, a infusão de coca pode trazer alguns benefícios à saúde. Por esse motivo, algumas pessoas têm sido incentivadas a incluí-la em sua dieta, com certa regularidade. No entanto, há benefícios envolvidos? Vamos ver em detalhes abaixo.

O que é a folha de coca?

A coca (Erythroxylum coca) é uma planta nativa das áreas andinas da Bolívia e do Peru, embora seu cultivo tenha se espalhado para áreas da Colômbia, Equador, Chile e Argentina. Nesses países, bebe-se o que é conhecido como “mate” ou chá de coca, que é a infusão dessa planta.

Tradicionalmente, costuma ser ingerido após a refeição para facilitar a digestão, acompanhado por um pouco de açúcar ou mel. Também é consumido como se fosse um café, para dar disposição e continuar as atividades com mais ânimo, algo muito útil para caminhar por áreas montanhosas ou praticar esportes na natureza.

As folhas de coca eram (e ainda são) usadas nas regiões andinas da América do Sul para combater o mal da altitude e alguns incômodos menores, porque se considera que tenha algum efeito anestésico local.

O mate é feito com a folha da coca inteira, natural, sem processar. Portanto, não causa dependência, ao contrário da cocaína.

Não é aconselhável consumir folhas de coca ou sua infusão em grandes quantidades. O ideal é provar e, se desejar incluir na sua rotina diária, sempre o faça com moderação e após consultar seu médico.

Por outro lado, na esfera popular, a coca é mastigada para aumentar a entrada de oxigênio no sangue e no cérebro. É o que é conhecido como coqueo, acullico ou chacchado (denominações para o ato de mascar folhas de coca), que consiste em mastigá-la até criar um bolo que seca e pode ser fumado como se fosse um cigarro.

Então, é legal consumir esta bebida? Sim.

Benefícios para a saúde?

O Dr. Alfonso Zavaleta esclarece o seguinte:

  • A coca não é um alimento nem contém “grandes quantidades” de nutrientes.
  • A folha de coca (e sua farinha) contém alcaloides tóxicos e a ingestão não é inofensiva para o ser humano, o que significa que pode causar várias alterações.
  • Os alcaloides da folha de coca não contribuem muito para a saúde. E nenhum deles aumenta o oxigênio celular.
  • A folha e a farinha de coca não atendem aos requisitos de um alimento. Por outro lado, não são inofensivos e seu valor nutricional é questionável, com exceção da vitamina A.
  • A vitamina A é absorvida no coqueo. Não foi demonstrada uma boa absorção de outras vitaminas (B e C), nem de cálcio ou fósforo do pó das folhas de coca ingerido por seres humanos.
  • Não têm compostos que digerem gorduras. Também não é emagrecedor. Portanto, não é um produto que queima gorduras.
  • O coqueo não tem fins alimentícios.

Vale a pena consumir a folha de coca?

Como vimos, não há evidências científicas para apoiar o consumo da folha de coca como um hábito saudável. Portanto, não é possível afirmar se vale a pena consumir como parte da dieta alimentar.

Resta dizer que, se uma pessoa decidir incluir a folha de coca em sua dieta, deve levar em consideração o acima exposto, bem como as indicações do médico, pois serão fundamentais para evitar desconfortos como dores de estômago, vômitos, diarreia, etc.

É preciso lembrar também que, se estiver tomando medicamentos, é importante consultar sempre o médico antes de experimentar remédios naturais, a fim de evitar interações e reações adversas.


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