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Carne branca e vermelha afetam o colesterol da mesma forma, mostram estudos

4 minutos
Vamos falar sobre os efeitos do consumo de carne branca e vermelha no colesterol sanguíneo e a repercussão no estado de saúde.
Carne branca e vermelha afetam o colesterol da mesma forma, mostram estudos
Saúl Sánchez Arias

Escrito e verificado por nutricionista Saúl Sánchez Arias

Última atualização: 23 fevereiro, 2023

Ter colesterol alto tem sido uma grande preocupação para muitas pessoas há anos, levando a dúvidas sobre os benefícios da carne branca e vermelha a esse respeito. No entanto, as pesquisas mais recentes duvidam que esse marcador seja preciso na determinação do risco de doença cardiovascular.

Deve-se notar que a patologia cardiovascular tem uma fisiologia muito complexa. No entanto, especialistas afirmam que um dos mecanismos subjacentes que podem determinar seu prognóstico é a inflamação. Este processo aumenta a possibilidade de aparecimento de placas ateromatosas.

O que dizem os estudos sobre os níveis de carne e colesterol?

A primeira coisa a esclarecer é que a carne branca ou vermelha não parece ter um efeito decisivo nos níveis de colesterol. De acordo com um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, consumir carne vermelha regularmente não está associado a um aumento significativo nos níveis de colesterol ou pressão arterial. Também não aumenta o risco de patologia cardiovascular.

Da mesma forma, pesquisas publicadas na revista Advances in Nutrition confirmam que seguir uma dieta paleolítica não é prejudicial à saúde do coração. Tampouco gera alteração significativa do perfil lipídico.

Vale ressaltar que esse tipo de dieta prioriza a ingestão de proteínas e gorduras, juntamente com todos aqueles produtos que não foram manipulados pela indústria.

Existem até artigos que refutam o mito de que a ingestão regular de ovos ou produtos derivados deles é capaz de influenciar no risco de infarto ou problemas cardiovasculares. Por muitos anos, sua ingestão foi limitada por medo.

Portanto, podemos afirmar que todos esses alimentos (carnes vermelhas, brancas e ovos) afetam os níveis de colesterol da mesma forma, gerando um impacto muito baixo sobre eles. Em suma, não alteram o risco cardiovascular final.

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A carne vermelha é uma importante fonte de proteína. Ela pode estar na dieta regulando sua presença semanal.

Também lhe pode interessar: 3 remédios caseiros com alho para diminuir o colesterol

Qual o papel das lipoproteínas no corpo?

É importante entender o que é o colesterol e qual o papel que ele desempenha no organismo. Essas partículas são chamadas de lipoproteínas e são responsáveis pelo transporte de substâncias pelo sangue, geralmente gorduras.

Podemos encontrá-las de 2 tipos: HLD e LDL. Os primeiros têm sido considerados bons, pois transportam gorduras dos tecidos para o fígado. No entanto, o LDL era tradicionalmente conhecido como colesterol ruim e tinha o efeito de transporte oposto.

Recentemente, foi possível demonstrar que as partículas de LDL podem ser quebradas em grupos menores, destacando-se o colesterol VLDL e sua fração oxidada. Aparentemente, são esses últimos elementos que têm uma relação mais próxima com o acidente cardiovascular, pois tendem a se aglutinar e gerar placas ateromatosas.

Veja: Guia de cuidados com o colesterol

Como mencionamos, o fato de ter colesterol alto não pode ser considerado negativo a princípio, mas é fundamental analisar a proporção de cada uma das lipoproteínas para avaliar o estado de saúde. É mais perigoso para a vida ter níveis de colesterol muito baixos do que muito altos.

A chave neste ponto está na proporção de partículas de VLDL oxidadas circulando no sangue. É benéfico reduzir este grupo de elementos, tanto quanto possível.

Para fazer isso, uma série de estratégias podem ser ativadas. Uma delas é consumir alimentos com alta capacidade antioxidante, como as hortaliças, na dieta. Ao mesmo tempo, evitar o consumo de lipídios do tipo trans será fundamental.

Como os níveis de colesterol podem ser reduzidos?

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O colesterol oxidado é o perigoso. Seu acúmulo nas artérias causa placas ateromatosas.

Se, por algum motivo, uma análise mostrar valores de colesterol muito altos, pode ser benéfico reduzi-los. Isso ocorre porque as partículas VLDL oxidadas não são distinguidas. Nesse sentido, a aplicação de uma série de mudanças na dieta pode reduzir o colesterol total e também essa classe de lipoproteínas.

Para ter um impacto benéfico no perfil lipídico, é aconselhável priorizar o consumo de alimentos in natura em detrimento de alimentos industrializados ultraprocessados. Recomenda-se, sobretudo, a ingestão de peixes e vegetais oleosos, pois possuem potencial anti-inflamatório e antioxidante.

A alta ingestão de fibras também pode reduzir os níveis de colesterol total. Isso ocorre porque a substância bloqueia a absorção do colesterol dietético no nível intestinal.

Porém, há uma síntese endógena das partículas que é balanceada pela absorção do nutriente através da dieta, por isso esse efeito é contestado. Na verdade, uma das razões para o colesterol alto costuma ser genética.

Carnes vermelhas e brancas não são decisivas no aspecto cardiovascular

Como você viu, tanto o consumo de carne vermelha quanto o consumo de carne branca não alteram significativamente os níveis de colesterol. No entanto, estes podem ser aumentados se o alimento for frito, pois neste caso são gerados ácidos do tipo trans.

Priorizar métodos de cozimento não agressivos, introduzir frequentemente vegetais na dieta e evitar os ultraprocessados é fundamental para melhorar a saúde cardiovascular. Lembre-se que reduzir o nível de colesterol, geralmente, não é tão prioritário quanto melhorar os hábitos de vida.

Ter colesterol alto tem sido uma grande preocupação para muitas pessoas há anos, levando a dúvidas sobre os benefícios da carne branca e vermelha a esse respeito. No entanto, as pesquisas mais recentes duvidam que esse marcador seja preciso na determinação do risco de doença cardiovascular.

Deve-se notar que a patologia cardiovascular tem uma fisiologia muito complexa. No entanto, especialistas afirmam que um dos mecanismos subjacentes que podem determinar seu prognóstico é a inflamação. Este processo aumenta a possibilidade de aparecimento de placas ateromatosas.

O que dizem os estudos sobre os níveis de carne e colesterol?

A primeira coisa a esclarecer é que a carne branca ou vermelha não parece ter um efeito decisivo nos níveis de colesterol. De acordo com um estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, consumir carne vermelha regularmente não está associado a um aumento significativo nos níveis de colesterol ou pressão arterial. Também não aumenta o risco de patologia cardiovascular.

Da mesma forma, pesquisas publicadas na revista Advances in Nutrition confirmam que seguir uma dieta paleolítica não é prejudicial à saúde do coração. Tampouco gera alteração significativa do perfil lipídico.

Vale ressaltar que esse tipo de dieta prioriza a ingestão de proteínas e gorduras, juntamente com todos aqueles produtos que não foram manipulados pela indústria.

Existem até artigos que refutam o mito de que a ingestão regular de ovos ou produtos derivados deles é capaz de influenciar no risco de infarto ou problemas cardiovasculares. Por muitos anos, sua ingestão foi limitada por medo.

Portanto, podemos afirmar que todos esses alimentos (carnes vermelhas, brancas e ovos) afetam os níveis de colesterol da mesma forma, gerando um impacto muito baixo sobre eles. Em suma, não alteram o risco cardiovascular final.

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A carne vermelha é uma importante fonte de proteína. Ela pode estar na dieta regulando sua presença semanal.

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Qual o papel das lipoproteínas no corpo?

É importante entender o que é o colesterol e qual o papel que ele desempenha no organismo. Essas partículas são chamadas de lipoproteínas e são responsáveis pelo transporte de substâncias pelo sangue, geralmente gorduras.

Podemos encontrá-las de 2 tipos: HLD e LDL. Os primeiros têm sido considerados bons, pois transportam gorduras dos tecidos para o fígado. No entanto, o LDL era tradicionalmente conhecido como colesterol ruim e tinha o efeito de transporte oposto.

Recentemente, foi possível demonstrar que as partículas de LDL podem ser quebradas em grupos menores, destacando-se o colesterol VLDL e sua fração oxidada. Aparentemente, são esses últimos elementos que têm uma relação mais próxima com o acidente cardiovascular, pois tendem a se aglutinar e gerar placas ateromatosas.

Veja: Guia de cuidados com o colesterol

Como mencionamos, o fato de ter colesterol alto não pode ser considerado negativo a princípio, mas é fundamental analisar a proporção de cada uma das lipoproteínas para avaliar o estado de saúde. É mais perigoso para a vida ter níveis de colesterol muito baixos do que muito altos.

A chave neste ponto está na proporção de partículas de VLDL oxidadas circulando no sangue. É benéfico reduzir este grupo de elementos, tanto quanto possível.

Para fazer isso, uma série de estratégias podem ser ativadas. Uma delas é consumir alimentos com alta capacidade antioxidante, como as hortaliças, na dieta. Ao mesmo tempo, evitar o consumo de lipídios do tipo trans será fundamental.

Como os níveis de colesterol podem ser reduzidos?

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O colesterol oxidado é o perigoso. Seu acúmulo nas artérias causa placas ateromatosas.

Se, por algum motivo, uma análise mostrar valores de colesterol muito altos, pode ser benéfico reduzi-los. Isso ocorre porque as partículas VLDL oxidadas não são distinguidas. Nesse sentido, a aplicação de uma série de mudanças na dieta pode reduzir o colesterol total e também essa classe de lipoproteínas.

Para ter um impacto benéfico no perfil lipídico, é aconselhável priorizar o consumo de alimentos in natura em detrimento de alimentos industrializados ultraprocessados. Recomenda-se, sobretudo, a ingestão de peixes e vegetais oleosos, pois possuem potencial anti-inflamatório e antioxidante.

A alta ingestão de fibras também pode reduzir os níveis de colesterol total. Isso ocorre porque a substância bloqueia a absorção do colesterol dietético no nível intestinal.

Porém, há uma síntese endógena das partículas que é balanceada pela absorção do nutriente através da dieta, por isso esse efeito é contestado. Na verdade, uma das razões para o colesterol alto costuma ser genética.

Carnes vermelhas e brancas não são decisivas no aspecto cardiovascular

Como você viu, tanto o consumo de carne vermelha quanto o consumo de carne branca não alteram significativamente os níveis de colesterol. No entanto, estes podem ser aumentados se o alimento for frito, pois neste caso são gerados ácidos do tipo trans.

Priorizar métodos de cozimento não agressivos, introduzir frequentemente vegetais na dieta e evitar os ultraprocessados é fundamental para melhorar a saúde cardiovascular. Lembre-se que reduzir o nível de colesterol, geralmente, não é tão prioritário quanto melhorar os hábitos de vida.


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  • O’Connor LE, Kim JE, Campbell WW. Total red meat intake of ≥0.5 servings/d does not negatively influence cardiovascular disease risk factors: a systemically searched meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Clin Nutr. 2017 Jan;105(1):57-69. doi: 10.3945/ajcn.116.142521. Epub 2016 Nov 23. PMID: 27881394; PMCID: PMC5183733.
  • Ghaedi E, Mohammadi M, Mohammadi H, Ramezani-Jolfaie N, Malekzadeh J, Hosseinzadeh M, Salehi-Abargouei A. Effects of a Paleolithic Diet on Cardiovascular Disease Risk Factors: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Adv Nutr. 2019 Jul 1;10(4):634-646. doi: 10.1093/advances/nmz007. Erratum in: Adv Nutr. 2020 Jul 1;11(4):1054. PMID: 31041449; PMCID: PMC6628854.
  • Blesso CN, Fernandez ML. Dietary Cholesterol, Serum Lipids, and Heart Disease: Are Eggs Working for or Against You? Nutrients. 2018 Mar 29;10(4):426. doi: 10.3390/nu10040426. PMID: 29596318; PMCID: PMC5946211.

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