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Bactérias na urina: por que aparecem e quais tratamentos estão disponíveis?

5 minutos
As infecções são a principal causa de bactérias na urina, mas outros fatores também influenciam esse achado laboratorial. Confira!
Bactérias na urina: por que aparecem e quais tratamentos estão disponíveis?
Leonardo Biolatto

Revisado e aprovado por médico Leonardo Biolatto

Última atualização: 08 março, 2024

A presença de bactérias na urina é um achado laboratorial denominado bacteriúria. Esse fato pode dever-se a múltiplas causas, sendo a infeção urinária uma das etiologias mais frequentes. Quer saber mais sobre isso?

A bacteriúria geralmente é acompanhada por outras anormalidades laboratoriais que orientam o médico a um diagnóstico apropriado. Essas alterações podem variar desde a presença de leucócitos e hemácias até células epiteliais. Estudos afirmam que é um achado comum e que nem sempre há sintomas, embora possa causar complicações, principalmente durante a gravidez.

Como identificar bactérias na urina?

A bacteriúria é identificada através de um simples exame de urina. Em condições normais, a urina é um líquido estéril, portanto a presença de bactérias é indicativa de alguma alteração.

A amostra de urina deverá ser analisada ao microscópio e serão descritas todas as suas características, incluindo a presença de microrganismos ou células anormais.

Os laboratórios possuem diferentes formas de relatar a presença de bactérias na urina, sendo o método cruzado um dos mais utilizados. Felizmente, é muito fácil de entender e é interpretado da seguinte forma:

  • Bactérias ausentes: os laboratórios geralmente indicam a ausência de bactérias na urina com a palavra “ausente” ou um sinal negativo (-).
  • Bactérias escassas ou +: indica a presença de bactérias, mas em quantidade menor ou igual a 10 em um total de 10 campos microscópicos observados.
  • Algumas bactérias ou ++: é indicativo de uma quantidade de bactérias na urina que pode variar entre 10 e 50 por 10 campos.
  • Bactérias frequentes ou +++: o número de bactérias presentes em cada 10 campos estudados varia entre 50 e 100.
  • Numerosas bactérias ou ++++: essa é a forma mais grave, pois o número de bactérias ultrapassa 100 por campo.

É necessário esclarecer que, quando há presença de + ou ++, e não há sintomas ou outras alterações associadas, podem ser bactérias pertencentes à flora habitual. Nesse sentido, o médico deve sempre levar em consideração todos os achados relatados no exame laboratorial.

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Os laboratórios possuem métodos específicos para determinar a presença de bactérias na urina. Os seus relatórios devem ser contrastados com os parâmetros que cada instituição atribui aos resultados.

Causas de bactérias na urina

Como já dissemos anteriormente, a descoberta da bacteriúria pode ocorrer por vários motivos. Todos eles possuem tratamento adequado que evitará o aparecimento de possíveis complicações.

1. Contaminação de amostras

A contaminação da amostra é a causa mais comum de bactérias na urina. É preciso lembrar que o trato urinário possui uma microbiota que nos protege e previne o aparecimento de infecções. Quando as pessoas coletam a amostra de maneira inadequada, essas bactérias podem aparecer no microscópio.

Bactérias na pele podem ser encontradas na amostra e causar um falso positivo.

O ideal é limpar os órgãos genitais e descartar o primeiro jato de urina, retirando a amostra do jato intermediário. Os médicos geralmente suspeitam que a amostra está contaminada quando o laboratório relata ausência de leucócitos e presença de células epiteliais.

O que fazer?

As bactérias isoladas não representam perigo à saúde na maioria dos casos, portanto não é necessário tratamento específico. O mais aconselhável é repetir o exame de urina, coletando a amostra com técnica adequada.

Se forem observadas células epiteliais, mas não leucócitos, as pessoas geralmente também não apresentam sintomas de infecção. Isso confirma que nenhuma abordagem terapêutica é necessária.

2. Infecções urinárias

A doença mais associada à bacteriúria são as infecções urinárias. De fato, um estudo publicado na revista Natural Reviews Urology estabelece que é uma das infecções mais comuns adquiridas nos hospitais e na comunidade.

Indicativos da presença de infecção urinária, além da bacteriúria, são leucócitos abundantes na amostra e a existência de células epiteliais. A identificação de hemácias na amostra ou hematúria também ajuda a orientar o diagnóstico.

Como se não bastasse, esses tipos de infecções costumam apresentar sintomas específicos muito marcantes. Um dos principais é a urina turva. Dor ao urinar, micção frequente, cólica renal e urina espumosa também podem estar presentes.

Tratamento

Os antibióticos são geralmente muito úteis no tratamento de infecções do trato urinário. Eles são indicados quando as pessoas apresentam sintomas significativos juntamente com teste positivo. O ideal nesses casos é realizar uma urocultura para identificar a bactéria específica.

3. Tuberculose

A tuberculose é uma patologia gerada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Tem maior afinidade pelos pulmões, mas pode afetar outros órgãos, inclusive os rins. Nesse sentido, na tuberculose sistêmica é possível encontrar bactérias na urina.

O achado é raro e o médico deve solicitar exame especial para observação. Esse exame é feito apenas com a finalidade de acompanhar os pacientes com a doença e verificar a eficácia do tratamento.

Tratamento

Os profissionais de saúde devem se perguntar se o tratamento está sendo realizado corretamente quando essas bactérias estão presentes na urina. Em alguns casos, a dose do antibiótico pode ser insuficiente ou as bactérias podem ter desenvolvido resistência.

O ideal é aumentar a dose administrada. Se, apesar disso, não forem observadas melhorias, deverá ser estudada a possibilidade de alteração da posologia e mudança para outros medicamentos.

4. Ansiedade e estresse

Tanto o estresse quanto a ansiedade são distúrbios psicológicos que têm grande impacto no corpo. Ambos podem afetar o sistema imunológico das pessoas, causando a proliferação de bactérias no trato urinário e o aparecimento de bacteriúria.

A passagem de bactérias para a urina devido ao estresse é explicada pela fragilidade do sistema imunológico, gerada pelo aumento do cortisol nessa condição.

Tratamento

Pessoas com ansiedade e bactérias na urina devem praticar técnicas que lhes permitam controlar a condição subjacente, a fim de regular o sistema imunológico. Além disso, a consulta com psicólogo ou psiquiatra é fundamental para encontrar e tratar a origem.

Técnicas de relaxamento, como a ioga, têm se mostrado úteis nesses casos.

Uma alteração com múltiplas causas

A presença de bactérias na urina se deve tanto a patologias infecciosas quanto a erros na coleta de amostras. O ideal é seguir as orientações dos profissionais da saúde e repetir o exame de urina se necessário.

A presença de bactérias na urina é um achado laboratorial denominado bacteriúria. Esse fato pode dever-se a múltiplas causas, sendo a infeção urinária uma das etiologias mais frequentes. Quer saber mais sobre isso?

A bacteriúria geralmente é acompanhada por outras anormalidades laboratoriais que orientam o médico a um diagnóstico apropriado. Essas alterações podem variar desde a presença de leucócitos e hemácias até células epiteliais. Estudos afirmam que é um achado comum e que nem sempre há sintomas, embora possa causar complicações, principalmente durante a gravidez.

Como identificar bactérias na urina?

A bacteriúria é identificada através de um simples exame de urina. Em condições normais, a urina é um líquido estéril, portanto a presença de bactérias é indicativa de alguma alteração.

A amostra de urina deverá ser analisada ao microscópio e serão descritas todas as suas características, incluindo a presença de microrganismos ou células anormais.

Os laboratórios possuem diferentes formas de relatar a presença de bactérias na urina, sendo o método cruzado um dos mais utilizados. Felizmente, é muito fácil de entender e é interpretado da seguinte forma:

  • Bactérias ausentes: os laboratórios geralmente indicam a ausência de bactérias na urina com a palavra “ausente” ou um sinal negativo (-).
  • Bactérias escassas ou +: indica a presença de bactérias, mas em quantidade menor ou igual a 10 em um total de 10 campos microscópicos observados.
  • Algumas bactérias ou ++: é indicativo de uma quantidade de bactérias na urina que pode variar entre 10 e 50 por 10 campos.
  • Bactérias frequentes ou +++: o número de bactérias presentes em cada 10 campos estudados varia entre 50 e 100.
  • Numerosas bactérias ou ++++: essa é a forma mais grave, pois o número de bactérias ultrapassa 100 por campo.

É necessário esclarecer que, quando há presença de + ou ++, e não há sintomas ou outras alterações associadas, podem ser bactérias pertencentes à flora habitual. Nesse sentido, o médico deve sempre levar em consideração todos os achados relatados no exame laboratorial.

Some figure
Os laboratórios possuem métodos específicos para determinar a presença de bactérias na urina. Os seus relatórios devem ser contrastados com os parâmetros que cada instituição atribui aos resultados.

Causas de bactérias na urina

Como já dissemos anteriormente, a descoberta da bacteriúria pode ocorrer por vários motivos. Todos eles possuem tratamento adequado que evitará o aparecimento de possíveis complicações.

1. Contaminação de amostras

A contaminação da amostra é a causa mais comum de bactérias na urina. É preciso lembrar que o trato urinário possui uma microbiota que nos protege e previne o aparecimento de infecções. Quando as pessoas coletam a amostra de maneira inadequada, essas bactérias podem aparecer no microscópio.

Bactérias na pele podem ser encontradas na amostra e causar um falso positivo.

O ideal é limpar os órgãos genitais e descartar o primeiro jato de urina, retirando a amostra do jato intermediário. Os médicos geralmente suspeitam que a amostra está contaminada quando o laboratório relata ausência de leucócitos e presença de células epiteliais.

O que fazer?

As bactérias isoladas não representam perigo à saúde na maioria dos casos, portanto não é necessário tratamento específico. O mais aconselhável é repetir o exame de urina, coletando a amostra com técnica adequada.

Se forem observadas células epiteliais, mas não leucócitos, as pessoas geralmente também não apresentam sintomas de infecção. Isso confirma que nenhuma abordagem terapêutica é necessária.

2. Infecções urinárias

A doença mais associada à bacteriúria são as infecções urinárias. De fato, um estudo publicado na revista Natural Reviews Urology estabelece que é uma das infecções mais comuns adquiridas nos hospitais e na comunidade.

Indicativos da presença de infecção urinária, além da bacteriúria, são leucócitos abundantes na amostra e a existência de células epiteliais. A identificação de hemácias na amostra ou hematúria também ajuda a orientar o diagnóstico.

Como se não bastasse, esses tipos de infecções costumam apresentar sintomas específicos muito marcantes. Um dos principais é a urina turva. Dor ao urinar, micção frequente, cólica renal e urina espumosa também podem estar presentes.

Tratamento

Os antibióticos são geralmente muito úteis no tratamento de infecções do trato urinário. Eles são indicados quando as pessoas apresentam sintomas significativos juntamente com teste positivo. O ideal nesses casos é realizar uma urocultura para identificar a bactéria específica.

3. Tuberculose

A tuberculose é uma patologia gerada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Tem maior afinidade pelos pulmões, mas pode afetar outros órgãos, inclusive os rins. Nesse sentido, na tuberculose sistêmica é possível encontrar bactérias na urina.

O achado é raro e o médico deve solicitar exame especial para observação. Esse exame é feito apenas com a finalidade de acompanhar os pacientes com a doença e verificar a eficácia do tratamento.

Tratamento

Os profissionais de saúde devem se perguntar se o tratamento está sendo realizado corretamente quando essas bactérias estão presentes na urina. Em alguns casos, a dose do antibiótico pode ser insuficiente ou as bactérias podem ter desenvolvido resistência.

O ideal é aumentar a dose administrada. Se, apesar disso, não forem observadas melhorias, deverá ser estudada a possibilidade de alteração da posologia e mudança para outros medicamentos.

4. Ansiedade e estresse

Tanto o estresse quanto a ansiedade são distúrbios psicológicos que têm grande impacto no corpo. Ambos podem afetar o sistema imunológico das pessoas, causando a proliferação de bactérias no trato urinário e o aparecimento de bacteriúria.

A passagem de bactérias para a urina devido ao estresse é explicada pela fragilidade do sistema imunológico, gerada pelo aumento do cortisol nessa condição.

Tratamento

Pessoas com ansiedade e bactérias na urina devem praticar técnicas que lhes permitam controlar a condição subjacente, a fim de regular o sistema imunológico. Além disso, a consulta com psicólogo ou psiquiatra é fundamental para encontrar e tratar a origem.

Técnicas de relaxamento, como a ioga, têm se mostrado úteis nesses casos.

Uma alteração com múltiplas causas

A presença de bactérias na urina se deve tanto a patologias infecciosas quanto a erros na coleta de amostras. O ideal é seguir as orientações dos profissionais da saúde e repetir o exame de urina se necessário.


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