Alergia à penicilina
Revisado e aprovado por a farmacêutica Franciele Rohor de Souza
Apesar de ser muito eficiente para combater bactérias, alguns pacientes podem apresentar alergia à penicilina. A classificação dessas alergias é baseada no intervalo de tempo entre a administração do medicamento e o aparecimento da reação. O que mais você deve saber sobre o tema?
Cada tipo de penicilina atua contra as bactérias em graus diferentes. Além de eliminar bactérias que causam diferentes infecções em nosso corpo, a penicilina serve para prevenir infecções causadas por bactérias gram-positivas.
O que acontece se tivermos alergia à penicilina?
A alergia a beta-lactâmicos se relaciona, com frequência, à morbidade e mortalidade. O diagnóstico da alergia à penicilina é feito por meio do histórico médico e de testes cutâneos.
Tipos de reações alérgicas
A classificação das reações alérgicas à penicilina e, em geral, aos antibióticos beta-lactâmicos, é baseada no intervalo de tempo entre a administração do medicamento e o aparecimento da reação.
Reações alérgicas imediatas
São aquelas reações que ocorrem na primeira hora após a administração do medicamento. Geralmente são mediadas por imunoglobulina E (IgE) específica, que libera histamina e outros mediadores inflamatórios muito rapidamente.
A forma como se manifesta varia de reações leves, como urticária, angioedema e sibilância, até reações graves, como choque anafilático.
Reações aceleradas
Este tipo de reação aparece entre duas e setenta e duas horas após a administração do antibiótico. Embora seu mecanismo não seja bem descrito, podem ocorrer reações como urticária, angioedema, edema de laringe e sibilância.
Reações alérgicas tardias
São aquelas que ocorrem a partir de setenta e duas horas após a administração do medicamento. Normalmente são mediadas por linfócitos T e se manifestam de maneiras muito diversas.
Pode-se catalogar tanto as reações aceleradas quanto as tardias como reações não imediatas. Os sinais e sintomas das reações não imediatas incluem os seguintes:
- Erupção maculopapular ou fixa medicamentosa.
- Urticária.
- Eritema multiforme.
- Síndrome de Stevens-Johnson.
- Necrólise epidérmica tóxica.
- Dermatite esfoliativa ou de contato.
- Síndrome de hipersensibilidade.
- Dermatose liquenóide.
Entretanto, o lado positivo é que as reações mais comuns geralmente não são graves e consistem em erupções maculopapulares seguidas de urticária.
Descubra: Como a alergia se desenvolve?
Como se diagnostica uma alergia à penicilina?
Se houver suspeita de hipersensibilidade, o teste de alergia à penicilina é essencial. Isso é importante pois as reações adversas costumam ser confundidas com reações alérgicas.
Realiza-se o diagnóstico com base na descrição dos sintomas e do tempo decorrido entre a ingestão da penicilina e o início da reação, bem como o tipo de sintoma.
Dessa forma, pode classificar-se o tipo de reação alérgica como imediata ou não imediata. Nas reações alérgicas imediatas, descobriu-se que, quanto mais tempo transcorre entre a reação inicial e o estudo, há menos chance de obter um resultado positivo no teste cutâneo.
No entanto, essa perda de sensibilidade não necessariamente será permanente. Existe a possibilidade de que o paciente se sensibilize com esses antibióticos após a realização de testes cutâneos ou com a administração do medicamento novamente. Em compensação, em reações não imediatas, o fenômeno de perda de sensibilidade não é comum.
Testes cutâneos para diagnosticar a alergia à penicilina
Para as reações imediatas, realiza-se primeiramente um teste cutâneo de alergia na pele, também chamado de prick test ou teste de puntura. Podem utilizar-se um ou mais alérgenos, e se a resposta for negativa, o próximo passo será realizar um teste intradérmico.
Ambos costumam ser feitos no antebraço e a leitura ocorre após 15 a 20 minutos. No entanto, em reações não imediatas, os testes intradérmicos podem iniciar-se diretamente com leituras em 20 minutos e em 48 e 72 horas.
Durante a realização dos testes intradérmicos, podem ocorrer reações sistêmicas. Isso pode acontecer no caso de usar muitas substâncias ao mesmo tempo.
Dessensibilização
A dessensibilização consiste em administrar novamente o antibiótico que provocou uma reação alérgica em doses progressivas até atingir a dose terapêutica.
A dessensibilização é reversível e depende da presença contínua do antibiótico no organismo. Entretanto, perde a sua eficácia quando se suspende a administração por um período de mais de 48 horas.
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Conclusão
Prescreve-se o grupo dos antibióticos da penicilina com muita frequência e, por isso, em pessoas sensibilizadas, ocorrem reações alérgicas que podem ser fatais.
Portanto, é importante diagnosticar de maneira adequada e oportuna as verdadeiras alergias a antibióticos e diferenciá-las das reações pseudo-alérgicas.
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