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Urocultura: o que é e para que serve?

5 minutos
Todos nós já fizemos um exame de urina, mas é difícil saber o que acontece com a amostra depois que ela é entregue ao profissional. A urocultura é uma das técnicas utilizadas para isolar patógenos.
Urocultura: o que é e para que serve?
Samuel Antonio Sánchez Amador

Escrito e verificado por biólogo Samuel Antonio Sánchez Amador

Última atualização: 16 agosto, 2023

As infecções do trato urinário (ITUs) são patologias muito comuns. Estudos científicos estimam que entre 50% e 60% das mulheres terão um episódio durante a vida. Muitos germes podem causá-las, mas, felizmente, a urocultura serve para detectar o agente causador específico.

Em 1995, o custo direto e indireto dessas infecções nos Estados Unidos chegou a 2 bilhões de dólares anuais. Sem dúvida, saber identificar o patógeno que desencadeia cada caso é essencial para a rápida recuperação do paciente.

Para que serve a urocultura?

Em primeiro lugar, é necessário enfatizar que uma urocultura e uma urinálise não são a mesma coisa. A segunda consiste em uma série de exames aplicados à amostra do paciente, incluindo testes macroscópicos e microscópicos, testes físico-químicos e, se necessário, uma urocultura ao final.

Portanto, nem todos os exames de urina requerem uma urocultura para diagnosticar o paciente. Ela é considerada quando o profissional suspeita de uma infecção urinária em adultos e crianças, conforme indicado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.

Saiba mais: Exame de urina: tudo que você precisa saber

Como a amostra é coletada?

Na maioria das vezes, a amostra de urina é coletada em casa e então levada ao laboratório de confiança do paciente. O comitê de microbiologia clínica da Sociedade Chilena de Infectologia estabelece cada uma das etapas de forma detalhada em um documento.

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A amostra de urina é processada em laboratório de acordo com as exigências da prescrição médica.

Obtenção da amostra

Esta é uma etapa crucial no processo de coleta da urina, pois o fluido pode ser contaminado com bactérias comensais da pele e dos dutos geniturinários do paciente. De acordo com a Sociedade Americana de Microbiologia, considera-se válida qualquer amostra com menos de 5% de contaminação.

Existem vários tipos de coleta de amostras, mas vamos focar no mais típico de todos: o paciente deve urinar em um pote em casa e então levá-lo ao laboratório. As seguintes diretrizes devem ser levadas em consideração durante este procedimento:

  • O paciente deve coletar a primeira urina da manhã, pois esta é a mais concentrada.
  • Não é necessário forçar a ingestão de líquidos antes da coleta da amostra, pois a urina seria diluída.
  • Recomenda-se coletar um volume de 25 a 50 mililitros. A quantidade mínima para a realização de uma urocultura é de 3 mililitros.

Cabe destacar que, de acordo com a revista Anales de Pediatría, a amostra também pode ser obtida por meio de outras técnicas, tais como punção vesical ou cateterização vesical transitória. Elas são mais assépticas do que a micção, mas são procedimentos muito mais invasivos, aplicados apenas em casos excepcionais.

O que acontece com a amostra?

De acordo com os portais médicos já citados, existem várias análises que são feitas em uma urocultura, embora a mais comum seja a semeadura microbiológica. Vamos compartilhar as suas peculiaridades nas linhas a seguir:

  • Uma alça de semeadura é usada e a amostra de urina é espalhada em um meio propício ao crescimento bacteriano, geralmente composto por uma mistura de ágar nutritivo como base sobre uma placa de Petri.
  • A amostra semeada é incubada durante 16 ou 18 horas a 35-37 °C.
  • Uma vez incubada, são contadas as colônias bacterianas que cresceram – ou não – na placa.

A premissa é simples: se bactérias estiverem presentes na urina do paciente, elas vão se multiplicar na urocultura. Isso permite saber se a pessoa está infectada ou não e, por meio de novos exames – ou se o meio for específico para aquele patógeno – será determinado o agente causador exato da infecção.

Sintomas de infecção urinária

Saber se você precisa ou não de uma urocultura para resolver um incômodo que se prolonga no tempo pode ser um problema. Por isso, a seguir, vamos apresentar os sintomas mais comuns de infecção do trato urinário. A Clínica Mayo lista os seguintes:

Dependendo da seção do sistema geniturinário em que as colônias bacterianas tiverem se instalado, haverá diferentes sintomas. Mesmo assim, a presença dos sinais já descritos, além de episódios de febre e desconforto abdominal, são muito comuns.

Leia também: Como funcionam os antibióticos para infecções urinárias

Resultados da urocultura

Os resultados do exame são fáceis de interpretar: o valor proliferação normal implica que tudo está em ordem, descartando assim uma infecção bacteriana no paciente. Por outro lado, um exame com resultado positivo implica a presença de bactérias ou fungos em alguma área do trato urinário.

Nessas situações, o profissional que estiver tratando o seu caso determinará o antibiótico ou antifúngico adequado para cada ocasião. Lembre-se de seguir as recomendações do médico rigorosamente, pois o tratamento interrompido precocemente pode complicar a evolução.

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O processo de coleta de urocultura é uma etapa fundamental, pois o material não deve ser contaminado.

A urocultura é importante durante a gravidez?

De acordo com a organização Inatal, a urocultura é especialmente importante durante a gravidez. As gestantes têm uma maior predisposição a infecções bacterianas por causa das alterações fisiológicas que ocorrem durante o período de gestação.

Além disso, muitas são assintomáticas. Uma infecção urinária, mesmo que não cause sinais clínicos na mãe, pode levar a complicações indesejadas, como, por exemplo, um risco aumentado de parto prematuro.

A importância da urocultura

Conforme mencionamos, a urocultura é um dos exames incluídos na análise de urina se o médico suspeitar de uma infecção no paciente. Esta técnica de laboratório simples permite que os cientistas isolem e identifiquem o patógeno em cada caso.

A coleta da amostra é muito simples e pode ser feita em casa, embora existam casos excepcionais que requeiram punções e cateteres. Uma cultura negativa indica a ausência de bactérias no trato geniturinário do paciente, enquanto uma cultura positiva requer o uso de antibióticos ou antifúngicos.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.