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A mononucleose é contagiosa?

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A mononucleose cumpre com os critérios de muitas outras doenças virais. Podemos evitar o seu contágio? A principal medida de prevenção consiste em evitar o contato com a saliva de uma pessoa doente.
A mononucleose é contagiosa?
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto

Escrito por Leonardo Biolatto
Última atualização: 10 outubro, 2022

A mononucleose é contagiosa? Um de seus nomes mais famosos é mononucleose infecciosa, e também doença do beijo. Todos esses títulos parecem se referir à transmissão entre uma pessoa e outra.

Por isso, espalhou-se a ideia de que a mononucleose só é contagiosa pelo beijo, mas isso não é verdade. Como outras doenças desse tipo, o vírus está presente em gotículas de saliva, de modo que pode ser transmitido por meio de espirros, tosse ou contato com objetos que contenham restos dessas gotículas.

O que é a mononucleose?

A mononucleose é uma doença viral que ocorre com relativa frequência na população geral e que, na maioria dos casos, se resolve por conta própria. As consequências adversas são incomuns; portanto, não há sequelas.

Pode surgir em qualquer idade e em qualquer época do ano. No entanto, é mais comum em adolescentes e adultos jovens. Entende-se que, ao longo dos anos, é adquirida uma imunidade contra o agente infeccioso.

Essa infecção também é conhecida como a doença do beijo, um nome que não é tão exato. Embora a mononucleose seja contagiosa, não é tão contagiosa quanto outras doenças causadas por vírus. Portanto, uma epidemia é impensável no contexto atual de baixa transmissibilidade.

A principal medida preventiva para evitar a infecção é evitar o contato com a saliva de uma pessoa com a doença ativa. Essa recomendação deve ser seguida principalmente por gestantes, por pessoas portadoras de imunodeficiência e por aquelas que foram submetidas a um transplante.

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A mononucleose é contagiosa, mas não é uma doença altamente transmissível.

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A mononucleose é contagiosa

Na maioria dos casos, a doença é causada pelo vírus Epstein-Barr. Depois que uma pessoa o contrai, a partícula viral permanece no seu corpo por toda a vida. No entanto, a mononucleose é contagiosa apenas em momentos específicos.

A doença tem um período de incubação de quatro a sete semanas. Após esse período aparecem os sintomas, que podem durar até um mês. Nesse estágio, a mononucleose é contagiosa com relativa facilidade, por isso o isolamento preventivo do paciente é recomendado.

Há casos em crianças e adultos em que a doença não causa sintomas após a incubação. Algumas pessoas sentem apenas um pouco de fadiga e fraqueza, mas nada além disso. Elas podem associar os sintomas à fadiga de outras atividades diárias, estresse no trabalho ou à falta de sono suficiente.

Pessoas assintomáticas são transmissores ativos que espalham o vírus sem perceber. São situações específicas que não são detectadas por não haver consulta médica envolvida. Pela ausência de suspeita, o rastreamento é ignorado.

O tempo que deve passar para que a doença não seja contagiosa ainda está em questão. A opinião mais difundida é de que o potencial de contágio está presente até 12 meses após a superação dos sintomas. No entanto, não se exclui a possibilidade de transmissão após 18 meses de ter sofrido de mononucleose infecciosa.

Manifestações da doença

As manifestações típicas da doença são febre e fadiga. Geralmente são os primeiros sintomas a aparecer e os últimos a se dissipar. Também é muito comum ter dor de garganta, inchaço das amígdalas, gânglios linfáticos e baço, bem como dor de cabeça.

As complicações não são esperadas no curso da mononucleose. No entanto, se estiverem presentes, têm um certo grau de gravidade que requer atenção. Entre os problemas derivados, estão os seguintes:

  • Aumento do tamanho do baço: em casos extremos, ele pode chegar a se romper
  • Distúrbios hepáticos: os mais comuns incluem a icterícia e a hepatite.
  • Deficiências neurológicas: a meningite e a síndrome de Guillain-Barré, assim como as encefalites por Epstein-Barr, são possibilidades.
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O vírus Epstein-Barr é o principal agente causador da mononucleose, sendo conhecido pela sigla EBV nas análises realizadas.

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O que fazer se eu for diagnosticado com mononucleose?

Atualmente, não há tratamento para curar a mononucleose infecciosa. A recomendação clássica e rigorosa é descansar e se hidratar continuamente, principalmente na fase mais aguda. Pode-se consumir anti-inflamatórios e analgésicos prescritos por um médico.

É importante evitar esforços físicos e esportes de contato ao longo do curso da patologia. Um dos riscos dessas atividades está na possibilidade romper o baço ao fazer força ou sofrer uma pancada. É igualmente conveniente limitar o contato com as outras pessoas, a fim de prevenir o contágio.

Como a mononucleose é contagiosa, os objetos pessoais não devem ser compartilhados, nem comida ou bebida. O período de cuidado é longo, mas do seu cumprimento depende a possibilidade de restringir a transmissão entre os contatos próximos.


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