A mentira na adolescência: o cenário tão temido

A adolescência é uma etapa complexa que vem acompanhada por muitas mudanças de comportamento. Portanto, muitas vezes surgem preocupações em relação à questão das mentiras. O que você precisa saber para lidar com isso?
A mentira na adolescência: o cenário tão temido

Última atualização: 05 abril, 2020

Sem dúvida, a mentira é uma das coisas que mais preocupa os pais na adolescência dos filhos. Embora possa surgir por vários motivos, em geral é um cenário temido devido à complexidade que esse estágio da vida envolve.

As primeiras perguntas

O que é mentir? Não dizer a verdade ou omiti-la? Deveria haver uma certa animosidade em não dizer a verdade para que considerássemos estar diante de uma mentira? O que acontece quando são os pais que mentem?

Existem mentiras grandes e mentiras pequenas? Ou todas, mesmo as menores e inofensivas, têm o mesmo valor? Essas e outras perguntas são as que costumamos fazer quando enfrentamos um cenário em que as mentiras são possíveis.

Às vezes, elas aparecem de maneira mais velada e, em outras ocasiões, a mentira na adolescência ocorre de forma tímida, esperando escoar por algum espaço.

Mãe com filha adolescente

O papel dos pais

Os pais podem conversar com seus filhos sobre esse problema? Como podem evitar que a mentira apareça? Assim como as crianças não nascem de um repolho, as mentiras também não; elas registram uma história e trajetória.

Durante a infância, os bebês podem confundir realidade com fantasia e dar liberdade à imaginação. Pode-se interpretar que essas histórias abrigam certos espaços mentirosos, mas a motivação é inocente e, à medida que a criança cresce, esse tipo de brincadeira desaparece.

O problema é quando a criança entende que, através da mentira, pode obter algo, como um benefício secundário.

Possíveis cenários para a mentira na adolescência

Outras situações em que a mentira pode estar presente incluem quando há restrições muito severas sobre as saídas e autorizações dos pais, ou um olhar angustiado da existência de dificuldades, como a entrega de notas escolares ou a “descoberta acidental” de um cigarro na mochila.

Susana Molina Martín (2010) aponta que:

Como em qualquer estágio evolutivo, o comportamento dos adolescentes é determinado por fatores físicos, psicológicos e sociais.

Os centros educacionais estão passando por um período de adaptação às novas formas de interação que ocorrem no relacionamento do aluno com seu entorno.

Em sua pesquisa, a autora descreve o comportamento de simulação ou pretensão durante a adolescência e analisa o comportamento de simulação como resultado das necessidades de sobrevivência da criança na sociedade em que vive.

Quando a mentira é preocupante na adolescência?

Adolescente pensativo

As mentiras, quando são ocasionais, não devem ser preocupantes, mas acendem alguns alertas para que não se cristalizem. É necessário intervir quando elas se tornam hábitos.

Por que a adolescência?

A adolescência é um estágio de busca da identidade, autonomia, independência e diferenciação dos pais. Portanto, existem muitas ocasiões em que os desejos dos adolescentes não coincidem com os dos pais, e esse é um terreno favorável para o aparecimento de mentiras.

Em resumo

  • A mentira na adolescência pode nos dizer que o jovem ainda não encontrou o seu caminho e que a mentira lhe dá ou empresta uma identidade.
  • É essencial enfatizar que os atalhos desenvolvidos por mentiras geralmente parecem soluções fáceis, mas são efêmeros e, portanto, prejudiciais.

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  • Molina Martín, Susana, & Inda Caro, Ma de las Mercedes, & Fernández García, Carmen Ma (2010). ¿MENTIRA, SIMULACIÓN O ENGAÑO? UNA PERSPECTIVA DESDE LA ADOLESCENCIA.. Revista Española de Orientación y Psicopedagogía, 21(1),109-120.[fecha de Consulta 9 de Enero de 2020]. ISSN: 1139-7853. Disponible en: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=3382/338230784010
  • Martín, S. M., Caro, M. D. L. M. I., & García, C. M. F. (2010). ¿ Mentira, simulación o engaño? una perspectiva desde la adolescencia. REOP-Revista Española de Orientación y Psicopedagogía, 21(1), 109-120.
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