Um novo exame alerta sobre o risco cardíaco em mulheres
Escrito e verificado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli
O problema se encontra no fato das mulheres darem menos importância às dores e tenderem a confundir os sintomas do risco cardíaco com outras doenças comuns, como as mudanças hormonais ou até mesmo a menstruação
Algo que devemos levar em consideração é que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a principal causa de mortalidade em mulheres são as doenças cardiovasculares.
As mesmas que, com frequência, são consideradas um problema “masculino”.
Por cada mulher que falece por causa do câncer são três que morrem por um problema do coração. Logo, temos que considerar o risco cardíaco na mulher como uma das prioridades na hora da conscientização e, logicamente, na hora das consultas médicas.
A previsão é importante, não há dúvidas, mas ainda é mais importante que as mulheres aprendam a “se escutar”, a perceber qualquer indício, pois qualquer pequeno incômodo no dia a dia pode ser um sintoma de um problema no coração.
Por isso, neste artigo queremos explicar não só quais sintomas levar em consideração, como mostrar um exame excelente que alerta sobre o risco cardíaco em mulheres.
Risco cardíaco na mulher: sintomas importantes
Os sintomas de uma doença cardíaca são, em geral, diferentes entre homens e mulheres. No caso dos homens são um pouco mais evidentes e tendem a dar mais avisos: rigidez de um braço, sufoco, cansaço extremo…
No caso das mulheres, o principal problema se encontra no fato de que, em certos casos, os sintomas são confundidos com os de outras doenças, e por não darem tanta atenção a eles quando sentem cansaço, palpitações e estresse.
Em matéria de saúde é necessário não ficar com dúvidas e sempre contar com um diagnóstico médico. Por isso, revelamos as principais pistas que avisam de um risco cardíaco em mulheres.
As anginas de peito na mulher
A angina de peito aparece quando não chega ao nosso coração a quantidade suficiente de sangue rico em oxigênio. Os sintomas sentidos são os seguintes:
- Os homens evidenciam dor no peito e no braço.
- As mulheres sentem uma pressão no peito que sobe até o pescoço, mandíbula e até mesmo para a coluna.
- A dor é muito mais difusa nas mulheres. No entanto, a pressão vem acompanhada de queimação e de muito calor.
- Enquanto que, com uma angina de peito, os homens encontram alívio quando estão em repouso, as mulheres têm uma maior probabilidade de perceberem o problema enquanto descansam.
O ataque cardíaco
- Os homens sentiriam uma pontada prévia que os imobilizaria, as mulheres percebem um cansaço muito agudo, uma pressão que vem acompanhada de suores e, assim como na angina de peito, uma dor difusa.
- Saiba que muitos destes sintomas tendem a ser confundidos com dores nas costas, pescoço ou acidez estomacal.
As mulheres tendem a sentir enjoos pelo cansaço ou pelas mudanças hormonais, por isso é tão difícil diferenciar os sintomas de um problema cardíaco.
Novo exame para diagnosticar o risco cardíaco na mulher
O estudo foi publicado na revista British Medical Journal e nos traz, sem dúvidas, um caminho de esperança para reduzir o índice de mortalidade relacionado com o risco cardíaco na mulher.
Os médicos do Reino Unido tinham em mente um tipo de exame que diferenciava os sexos, visto que, em certos casos, os exames padronizados que eram aplicados para calcular o risco cardíaco não eram suficientemente sensíveis para diagnosticar as mulheres.
Descubra: “Síndrome do coração partido”: cardiomiopatia na mulher
As conclusões do estudo foram as seguintes:
- O trabalho foi realizado seguindo a evolução de mais de 1000 homens e mulheres internados no Hospital Royal Infirmary de Edimburgo (Escócia), todos eles internados por dor no peito.
- Foram realizados diversos exames para estimar o risco de doença cardíaca, seguindo diferentes parâmetros para descobrir qual deles servia para diagnosticar mais precisamente as mulheres.
- O resultado foi esperançoso: descobriu-se que uma proteína liberada pelo coração, a troponina, duplica no diagnóstico de ataques cardíacos em mulheres. Ou seja, ajusta-se mais a elas e pode ser mais específico.
Concluindo…
Hoje em dia, os pesquisadores estão conduzindo um ensaio clínico com mais de 26.000 pacientes para precisar ainda mais o exame.
No estudo, encontramos o exemplo de uma mulher, Jenni Stevens de 41 anos, que foi internada no hospital com urgência porque desmaiou no trabalho.
Segundo ela, se o desmaio não tivesse ocorrido no trabalho, provavelmente não daria importância. No entanto, ao chegar ao hospital, foi diagnosticada com um risco cardíaco muito elevado, graças a análise do indicador troponina no sangue.
Agora, Jenni vai ser tratada e o risco de sofrer um infarto irá reduzir drasticamente. Bastou somente um desmaio como sintoma e uma análise de sangue para detectar o problema, e para desfrutar de uma nova oportunidade.
Portanto, não se esqueça, ante qualquer dúvida, qualquer pequeno problema, procure um médico!
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