Tratamento da erisipela
É interessante saber que na França atualmente se utiliza o termo dermohipodermite bacteriana para distinguir erisipela, uma doença de pele que ataca não apenas a derme, mas também os vasos linfáticos subjacentes.
A seguir, contaremos mais sobre essa doença, suas possíveis causas, tratamento e outras informações de interesse. Anote!
O que é erisipela?
Como mencionamos anteriormente, a erisipela é uma doença que afeta a derme e os vasos linfáticos subjacentes. Sua principal causa é o Streptococcus pyogenes, uma bactéria Gram-positiva. Essa bactéria é a mesma que causa a faringite estreptocócica.
A doença costuma afetar principalmente a pele das pernas, embora também possa afetar outras áreas, como o rosto, por exemplo. Consequentemente, cada caso será diferente.
Segundo o Manual MSD, essa doença pode ser recorrente e causar linfedema crônico. Por isso, a consulta médica é imprescindível, assim como o posterior tratamento e acompanhamento da doença. Se não for tratada a tempo, as complicações podem incluir: tromboflebite, abscessos e gangrena.
Quais são suas causas?
Os estreptococos beta-hemolíticos do grupo A são a causa mais comum dessa doença. Em menor grau, as causas são os estreptococos dos grupos G e C.
Quando as bactérias penetram na barreira externa da pele (através de uma ferida aberta, como um corte ou uma ferida), a infecção ocorre.
Condições que causam ruptura de pele, como pé de atleta (frieira) e eczema, às vezes podem gerar o ambiente ideal para o surgimento da erisipela. Por outro lado, a infecção também pode ocorrer quando a bactéria se espalha para as passagens nasais.
Quais são os sintomas da erisipela?
Os principais sintomas da erisipela são os seguintes:
- Calafrios
- Mal-estar geral.
- Febre alta (que ocorre de repente).
- Lesão cutânea, que geralmente é evidenciada em vermelho, inchada, com uma borda elevada.
- As bolhas também ocorrem na área afetada e, quando a erisipela afeta a área facial, a região inflamada geralmente inclui o nariz e as duas bochechas.
Por outro lado, as erisipelas também causam inflamação das glândulas. Isso é um grande desconforto para o paciente com essa condição, pois causa dor.
Tratamento de erisipela
A penicilina continua sendo a primeira opção para o tratamento dessa doença.
A penicilina administrada por via oral ou intramuscular é suficiente para a maioria dos casos de erisipela clássica. Deve ser administrada por 5 dias, mas se a infecção não melhorar, a duração do tratamento deve ser prolongada.
Uma cefalosporina de primeira geração pode ser usada se o paciente for alérgico à penicilina. As cefalosporinas podem ter uma reação cruzada com a penicilina. Portanto, devem ser usadas com cautela em pacientes com histórico de alergia grave à penicilina.
A clindamicina continua sendo uma opção terapêutica, embora os estreptococos do grupo B sejam resistentes a ela. A cobertura de Staphylococcus aureus geralmente não é necessária para infecções típicas. Contudo, deve ser considerada em pacientes que não melhoram com penicilina ou que apresentam formas atípicas de erisipela, incluindo erisipela bolhosa.
Outras opções
Alguns autores acreditam que as erisipelas faciais devem ser tratadas empiricamente com um antibiótico resistente à penicilinase, como dicloxacilina ou nafcilina. O objetivo seria abranger uma possível infecção por S. aureus, mas não há evidências para apoiar essa recomendação.
Roxitromicina e pristinamicina são extremamente eficazes no tratamento de erisipelas. Vários estudos demonstraram maior eficácia e menos efeitos adversos com esses medicamentos em comparação à penicilina.
A Food and Drug Administration dos EUA (FDA) não aprovou esses medicamentos nos Estados Unidos, mas eles estão em uso na Europa.
O FDA aprovou três antibióticos: oritavancina (Orbactiv), dalbavancina (Dalvance) e tedizolida (Sivextro), para o tratamento de infecções bacterianas agudas e da estrutura da pele.
Esses agentes são ativos contra Staphylococcus aureus (incluindo isolados resistentes à meticilina), Streptococcus pyogenes, Streptococcus agalactiae e Streptococcus anginosus, entre outros.
Cirurgia
A cirurgia é necessária apenas quando progride rapidamente e causa a morte de tecido saudável (necrose). Uma operação cirúrgica pode ser necessária para retirar o tecido morto.
Embora a maioria dos casos de erisipela seja resolvida sem sequelas após teria antibiótica adequada, o tratamento imediato é crucial.
Tratamento sintomático da dor e febre
Além da administração de antibióticos, o atendimento ao paciente inclui o seguinte:
- Compressas frias.
- Hidratação (ingestão oral, se possível).
- Elevação do membro afetado. Recomenda-se para reduzir a inflamação e a dor.
- Curativos salinos úmidos, que devem ser aplicados a lesões ulceradas e necróticas e trocadas de 2 a 12 horas, dependendo da gravidade da infecção.
Além disso, é recomendável consumir frutas (cerca de 20% das refeições por dia), bem como a manutenção de uma dieta que exclua completamente frituras e carne. Em vez disso, é recomendável comer peixe e ovos.
Essa dieta deve ser mantida por 6 meses com pequenos intervalos, de acordo com o acompanhamento do médico.
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