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Quais são os tipos de reações adversas a medicamentos?

4 minutos
As reações adversas a medicamentos podem ser previsíveis ou imprevisíveis. É importante consultar um médico antes de usar qualquer tipo de medicação.
Quais são os tipos de reações adversas a medicamentos?
Franciele Rohor de Souza

Revisado e aprovado por a farmacêutica Franciele Rohor de Souza

Escrito por Equipe Editorial
Última atualização: 16 janeiro, 2023

Certamente você já ouviu falar das reações adversas a medicamentos. 7% da população tem ou já teve algum tipo de reação adversa ao consumir certos tipos de medicamentos. Isso representa um problema de saúde pública.

Uma reação adversa a medicamentos é qualquer resposta nociva a um medicamento, não intencional e que se desenvolve em decorrência de doses normais. Podem ser doses para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de doenças, bem como para restauração, correção ou modificação de funções biológicas.

Entre os medicamentos que mais causam reações adversas, estão:

Como posso saber quais são as possíveis reações adversas de um medicamento?

Sempre devemos nos informar sobre os medicamentos prescritos e os que compramos livremente na farmácia. É essencial perguntar ao médico ou ao farmacêutico sobre as possíveis reações adversas que o medicamento pode causar, bem como as situações em que o seu uso é contraindicado.

No Brasil, a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – é a encarregada de registrar e controlar os medicamentos e os efeitos adversos que eles podem apresentar.

Além disso, a bula do medicamento servirá como orientação tanto para o médico quanto para o paciente. Ela vai conter uma lista desses efeitos adversos conhecidos e como agir caso ocorram.

Todos os medicamentos comercializados podem desencadear algum efeito adverso. No entanto, eles estão no mercado porque o benefício obtido com o uso é maior do que os riscos que eles podem provocar à saúde.

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Tipos de reações adversas a medicamentos

Uma classificação geral das reações adversas a medicamentos as agrupa em dois grandes grupos: reações previsíveis e reações imprevisíveis.

Reações previsíveis

Representam 80% dos efeitos adversos. Dependem da dose, ou seja, quanto mais altas as doses, maiores serão os efeitos adversos desses medicamentos. Além disso, esses efeitos estão relacionados às ações farmacológicas da medicação, por exemplo:

  • Um efeito colateral do seu mecanismo de ação
  • Uma interação com outro medicamento ou substância
  • Overdose

Leia também: Desogestrel: indicações e reações adversas

Reações imprevisíveis

Essas reações, diferentemente das anteriores, não são previsíveis, e podem se desenvolver em decorrência de qualquer quantidade que for administrada. Também não estão relacionadas às ações farmacológicas do medicamento; estão ligadas a fatores dependentes do paciente, uma vez que ocorrem em pessoas com sensibilidade imunológica ou suscetíveis por questões genéticas.

Entre as reações adversas imprevisíveis, podemos citar as seguintes:

  • Intolerância: quando não somos capazes de tolerar o medicamento mesmo em doses mínimas. Alguns pacientes sofrem tremores com as doses mais baixas de salbutamol (indicado para o alívio do espasmo brônquico), por exemplo.
  • Idiossincrasia: são reações geneticamente determinadas e consistem em uma resposta anormal ao medicamento porque o paciente tem uma deficiência enzimática ou anormalidades no metabolismo do mesmo. Essas reações costumam ser mais graves, mas ocorrem em um pequeno número de pessoas.
  • Reações de hipersensibilidade ou reações alérgicas: são respostas anormais causadas por um mecanismo imunológico. Por exemplo, alergia à penicilina.
  • Reação pseudo-alérgica ou anafilactoide: clinicamente, não podem ser diferenciadas das reações anteriores, mas são produzidas por um mecanismo distinto, no qual o sistema imunológico não está envolvido. Esses casos foram descritos com medicamentos opioides, entre outros.

Outros tipos de reações adversas a medicamentos

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Além dos mencionados, também existem outros efeitos indesejados que podem ocorrer em um tratamento medicamentoso. Algumas dessas outras reações são aquelas conhecidas como tipo C.

Aparecem após a administração prolongada de um medicamento e, em geral, são previsíveis e conhecidas. Esse grupo inclui a dependência dos fármacos – como pode ocorrer com os benzodiazepínicos – discinesia tardia devido a drogas neurolépticas – ou síndrome de Cushing – produzida por excesso de medicamentos corticoides.

As reações do tipo D são raras e aparecem algum tempo após o final do tratamento. Alguns desses tipos de reações são teratogênese, que são malformações nos fetos, e carcinogênese.

Por outro lado, existem reações do tipo E, que são aquelas que ocorrem após a supressão muito abrupta de um medicamento. Um exemplo desse tipo de reação adversa é a insuficiência adrenal após a supressão de corticosteroides, convulsões após a supressão de antiepilépticos ou angina após a supressão de betabloqueadores.

Não deixe de ler: Riscos da automedicação

Conclusão

É muito importante se informar a respeito dos remédios que você faz uso, pois todos os que estão disponíveis podem desencadear uma reação adversa capaz de evoluir para uma consequência perigosa. Recomendamos que você sempre pergunte ao médico e ao farmacêutico as instruções de uso do medicamento, bem como qualquer contraindicação que ele possa ter.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


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