O que é a síndrome do pôr do sol?
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
A síndrome do pôr do sol consiste em uma sensação de agitação e desorientação que ocorre no final da tarde. Essa sensação continua à noite e pode provocar ansiedade e irritação naqueles que a sofrem. Esse problema afeta quase 20% das pessoas com Alzheimer.
A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência; consiste em uma diminuição das habilidades cognitivas da pessoa. Ou seja, o Alzheimer causa alterações na memória, no pensamento, no comportamento e em muitas outras funções cognitivas.
É um distúrbio progressivo que acaba incapacitando as pessoas e afeta quase 10% dos idosos acima de 65 anos.
A síndrome do pôr do sol pode melhorar se o paciente for exposto à luz natural durante as primeiras horas da manhã.
Devido à sua incidência e importância, neste artigo explicamos em que consiste a síndrome do pôr do sol e como tratá-la.
Em que consiste a síndrome do pôr do sol?
Como mencionamos, a síndrome do pôr do sol é um período de desorientação que aparece durante a tarde e pode durar até a noite. Afeta pessoas que sofrem de Alzheimer, e geralmente surge naqueles que passam pelo estágio intermediário desta doença.
Não se sabe exatamente por que isso ocorre. Alguns estudos indicam que sua causa é uma alteração do ritmo circadiano. O ritmo circadiano se refere ao “relógio interno” que nos permite controlar os ciclos de descanso e de vigília.
Esse ritmo é controlado por uma área do cérebro chamada núcleo supraquiasmático. Seu funcionamento é baseado em uma substância chamada melatonina. Acredita-se que a síndrome do pôr do sol se deva ao fato de que essa área fica alterada na doença de Alzheimer.
Como esta área é danificada, a quantidade de melatonina é modificada e todo o relógio biológico é alterado. Portanto, ocorre essa confusão e desorientação.
No entanto, o quadro também está associado a outros fatores. Por exemplo, acredita-se que cansaço, fome e sede desempenhem um papel importante. Da mesma forma, a luz mais fraca, as dores e o desconforto também estão associados à síndrome do pôr do sol.
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Quais são os sintomas da síndrome do pôr do sol?
Na verdade, a síndrome do pôr do sol não é uma doença. É um conjunto de sintomas que ocorrem durante o entardecer. Além disso, é conveniente saber que também pode ocorrer em outras demências, não apenas na doença de Alzheimer.
A síndrome do pôr do sol causa, principalmente, desorientação e ansiedade. No entanto, também pode causar agressividade ou fazer com que a pessoa que a padece fique vagando de um lado para o outro.
As pessoas que sofrem com esta síndrome podem tentar rasgar a roupa ou jogar objetos. Além disso, podem inclusive tentar se machucar e gritar. Alguns sentem muito sono durante o dia e são mais ativos à noite.
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Dicas para lidar com a síndrome do pôr do sol
Não existem medidas específicas a tomar para evitar a síndrome do pôr do sol, mas há uma série de comportamentos que podem ajudar a reduzir ou evitar os sintomas da doença de Alzheimer. O ideal é sempre procurar um médico que possa nos orientar. Além disso, pode ser útil seguir as seguintes dicas:
- Tente expor a pessoa que sofre com essa síndrome à luz natural no início da manhã. Isso faz com que o ritmo circadiano seja regulado. Se não for possível, isso pode ser feito com luz artificial.
- O ideal é evitar que o paciente durma durante o dia. Para fazer isso, planeje atividades simples ou exercícios fáceis; dessa forma, será possível que descanse melhor à noite.
- O cuidado com a alimentação também é importante. A redução do consumo de doces e de cafeína facilitará o descanso. Os jantares devem ser leves, pois a digestão pesada sempre influencia o sono.
- Na hora de dormir, a atmosfera deve ser o mais relaxada possível. Pessoas com Alzheimer não devem ser submetidas a restrições físicas, pois causam medo e ainda mais agitação.
- Tente criar rotinas e horários estáveis para refeições e atividades.
É claro que é preciso transmitir toda a tranquilidade e confiança possíveis para a pessoa que sofre da síndrome do pôr do sol. Além disso, é necessário fazer com que a pessoa sempre tenha objetos familiares próximos. Devem ser evitadas as mudanças de residência e até do cômodo ao qual ela está acostumada.
Conclusão
Se alguém próximo a você sofre de Alzheimer e você acha que ele ou ela pode estar tendo uma síndrome vespertina, o ideal é procurar um médico.
Embora seja difícil, tente manter a calma e transmitir o máximo de serenidade possível. Tente estabelecer rotinas diárias para refeições e atividades e, acima de tudo, controlar as horas de sono.
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